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No dia 4 de setembro, Dakota e o elenco de Black Mass foram ao 72nd Venice Film Festival divulgar o filme. A seguir, você pode conferir a transcrição da coletiva de imprensa (você pode conferir o vídeo da coletiva completa no megapost que fizemos do dia de eventos no festival).

Você teve que achar algo mau em si mesmo para retratar Whitey Bulger?
Johnny Depp: Eu encontrei o mal em mim mesmo há um bom tempo atrás, e eu o aceitei. Somos velhos amigos.
A forma que ele se aproxima do espelho, pensando “Eu vou fazer algo mau hoje”, está no contexto de seus negócios. Violência é parte do trabalho mas a linguagem com as pessoas associadas e opostas à ele, elas a entendia. Era uma linguagem.
Scott Cooper: Eu venho conhecendo Johnny ao longo dos anos, socialmente e pessoalmente. Ele é um dos ser humanos mais emotivos, gentis e amáveis que eu conheço. Vê-lo se transformar naquilo (Bulger) é algo que nunca vi de um ator. A verdade é, eu acho que ele é um ator correndo riscos que a maioria das estrelas de cinema não correriam. Ele é um homem que considero um tesouro nacional, é uma verdadeira honra trabalhar com ele, um verdadeiro artista.

Você (Johnny) notou que os fãs estão acampando desde a noite passada esperando pela sua chegada na premiere?
JD: Eles são gentis o bastante para esperarem tanto tempo apenas para dizerem oi e bem-vindo à Itália. Essas pessoas do lado de fora, eu não os chamo de fãs, não funciona para mim. Eles são nossos empregados, nossos chefes, eles gastam o próprio dinheiro para sair por duas horas e assistir um filme… eu agradeço à meus chefes lá fora.

Como é retratar um criminoso da vida real, que ainda está vivo?
Joel Edgerton: É uma questão de respeito e reverência quando você interpreta um personagem que é uma pessoa que realmente existe. Não presumindo que você saiba de tudo, todos os ângulos da história. Todo mundo possui uma história e um ponto de vista. (Pensar em) contar “a” história real é tolo e presunçoso. Há também o medo de repercussões por entender errado.
Dakota Johnson: Eu concordo com isso. É, também, a primeira personagem que é uma pessoa realmente existente que já interpretei. Tem uma quantidade de informações disponíveis, e se você tiver sorte o bastante de ter filmagem física, ajuda muito. Muito diferente de criar um personagem assim, do nada… basicamente o que Joel disse (risos).
JD: Eu sempre achei, pelo menos para mim, que há uma quantidade tremenda de responsabilidade – não importa se são considerados bons ou ruins, isso nem entra em consideração – para ser o mais verdadeiro que consegue. Dillinger (quem Johnny interpretou em Public Enemies) por exemplo, as pessoas tinham diversas opiniões, para mim ele era bem próximo de um Robin Hood. Eu falei com seu último parente vivo, sua irmã, e ela me disse que ele era um dos caras mais engraçados – e eu acreditei nisto.
(Em relação a bulger) tem algumas filmagens, vigilância do FBI, um par de fitas que você pode ouvir tiros de uma certa mira com Bulger. (É importante) ser fiel com os lados diferentes do cara: ele é um homem de negócios que, dentro da linguagem daquele negócio, fez o que tinha que fazer; e havia outro lado, um homem que amava a família, muito dedicado à sua mãe e seu irmão. Ele é um homem muito complicado. Quando você cava até o interior de uma pessoa assim, você primeiramente deve à ela um tipo de justiça, mesmo que ao longo do caminho haja momentos ruins. Eu pedi ao seu advogado para falar com ele, Bulger meio que respeitavelmente recusou, porque eu não acho que ele seja um grande fã do livro Black Mass – ou qualquer um dos outros livros sobre ele. Ele (o advogado) me deu muita confiança, dizendo que poderia sentir seu velho amigo no que eu estava fazendo. Um elogio muito grande.

O que atrai as pessoas a filmes sobre gângsters?
JE: Johnny e eu conversamos sobre todos os animais que podem matá-lo na Austrália, muito mais perigosos do que gângsters. E muito menores.

Eu acho que gosto de filmes de gângsters porque, na Austrália moderna, depois que os britânicos vieram, criminosos apropriados foram mortos, e nós só tivemos criminosos insignificantes mandados para a Austrália. Nós temos uma afinidade por causa disso. Em geral, as pessoas gostam de assistir outras pessoas fazerem coisas ruins na telona.
Laços de sangue, poder político, amizades de infância: os personagens são complexos por causa destas relações?
SC: Em South Boston, nos anos de 1970 e 1980, certos advogados e criminosos eram praticamente indistinguíveis. Ainda acontece isso nos EUA e em outros países ao redor do mundo. É fascinante. Voltar a interpretar personagens da vida real… em duas ocasiões, o advogado (de Bulger) foi visitar o set, e ele estava sacudindo sua cabeça: “Eu conheço este homem desde sempre e ver Depp fazendo a mesma coisa é aterrorizante.”
O próprio John Connelly, também, viu o ator interpretando seu personagem e se perguntou “quem é este homem? Ele é de Boston?” Não, ele é Joel Edgerton, da Austrália! Uma vez que tive estas conversas eu sabia que estávamos no caminho certo.

Como você trabalhou com o contraste entre a imagem pública como um criminoso e sua devoção e afeto como um membro da família?
JD: Eles nunca se olharam como malvados, eles se veem como justos, mesmo (quando chega) no pior. Tem um tipo de… algo poético sobre o que ele foi capaz de fazer em seu trabalho, sendo um imigrante irlandês com orgulho, fiel com sua vizinhança, um grande cuidador de sua mãe e muito próximo de seu irmão.
Connelly é mais novo que Bulger, ele se envolveu pois era um garoto do sul também! É emocionante quando você pode mudar engrenagens indo para os anos 90, 70 para os 20. É desafiador e é sempre… não posso dizer satisfatório, satisfação não é um sentimento ruim. Ele era complicado. Ele levava as compras das velhas senhoras para suas casas e 10 minutos depois esmagava o crânio de alguém.
SC: Eu estava observando em South Boston e vi a foto de uma senhora que poderia ser a mãe de Bulger. Eu a pedi para fazer o papel e ela disse: “Eu não tenho interesse algum em um filme sobre Jimmy Bulger, esses garotos foram muito bons para mim, eu não quero estar em um filme sobre eles.”
Você se transforma muito: Ed Wood, Edward Mãos de Tesoura, Piratas do Caribe… por que você faz isso?Y
JD: Eu nunca decidi ser um ator. Eu realmente nunca me importei, pois era um músico. Depois, quando entrei na algazarra e me prendi a um seriado que era… sabe… o que me pôs no mapa… era muito frustrante. Você percebe que acaba dizendo as palavras de outra pessoa e, em um espaço de um ano, talvez você consegue dizer suas próprias, especialmente se forem palavrões.
Meus heróis estavam no cinema, John Barrymore, Marlon Brando, Timothy Carey, John Garfield… todos esses caras que se transformavam. Eu pensei que fosse apenas uma obsessão, sempre quis ser um ator de um personagem, tentando ser isto, e não o garoto de pôster que estavam tentando me tornar, cem anos atrás.
Além do que isto faz para mim, eu acho que ser um ator te dá responsabilidade em relação ao público para mudar, para dar a eles algo diferente, algo novo, para… é… tentar surpreendê-los. Não entediá-los! Por ser o mesmo tipo de coisa todas as vezes, interpretando a si mesmo. Existe perigo em tentar fazer essas transformações. Para mim é muito desafiador, é muito importante para um ator se testar.

Como você trabalhou em sua aparência nesse filme, particularmente nos olhos?
JD: Scott e eu decidimos que era muito importante parecer o mais humanamente possível com Jimmy Bulger. Meus globos oculares são pretos como um ás de espadas. Claramente usamos lentes de contato pintadas à mão. Tem um maquiador com quem trabalhei por muitos anos, Joel Harlow, nós fizemos 4/5 testes antes de mostrar qualquer coisa à Scott. Capturar a aparência de Jimmy Bulger o máximo possível.

Fonte | Tradução: Laura

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