Logo após ser anunciada como capa, pela segunda vez, da revista AnOther, dessa vez junto com as mulheres do elenco de Suspiria, foi divulgada a capa da Vogue Austrália, com nossa amada Dakota embelezando-a. Confira a entrevista traduzida na íntegra à seguir:
Então, estamos conversando via conferência do outro lado do Pacífico. “Oi, que horas são? O que está acontecendo?” Dakota Johnson me pergunta.
Estou na Hamilton Island durante a Race Week, e é tão lindo: dias claros e azuis, super iates e corridas, muitos martínis de lichia…
“Então, você está de ressaca?” ela se pergunta. Não!
“Australianos não ficam de ressaca,” ela diz com uma risada. Normalmente não: ainda são 11:45 da manhã.
Johnson está em sua casa em Los Angeles. “É uma casa linda. Tenho muita sorte de morar em uma casa assim, é tipo uma casa na árvore/casa de barco. É muito especial – sempre sinto que é bom demais para mim.” Sua casa foi feita pelo arquiteto moderno Carl Maston, e foi finalizada em 1947. “O interior da casa foi renovado, mas além disso, o esqueleto e a estrutura são os mesmos. Amo estar aqui. Me inspira. Tenho um escritório aqui. É a primeira vez que tenho um local de trabalho de verdade, com tudo que amo fazer, todas minhas pinturas, carvão, coisas do tipo e meus livros; há muitas prateleiras. É um lugar lindo de se estar. É realmente verde, há muitos pássaros e eu me sinto como a Branca de Neve.”
“É legal ter uma casa-sede. Não passo muito tempo aqui – estou sempre viajando – mas é legal saber que tem um lugar que posso ir sempre. Não sei se algum dia vou vendê-la, mesmo que se torne completamente um espaço de trabalho. É uma casinha muito especial.”
Johnson tem atuado desde que tinha 10 anos de idade, mas esteve na indústria durante toda sua vida. Está em seu sangue: seu pai é Don Johnson, sua mãe é Melanie Griffith e sua avó materna é Tippi Hedren. Ela tem mais de 24 papeis em sua filmografia até agora. E agora, aos 28 anos, parece que ela está no lugar certo, com dois filmes diversos e fascinantes para serem lançados antes do final do ano.
Acabei de assistir o trailer de Suspiria, um remake do clássico de terror de 1977 do diretor Dario Argento, agora dirigido por Luca Guadagnino (Call Me By Your Name), e é muito assustador. “É meio bizarro,” Johnson diz. O pôster é igualmente perturbador – estrelando um Johnson com cara de inocente com a simples proposta: ‘Dê sua alma para a dança.’
“O filme é muito, muito complexo,” ela diz. “E tem muito o que absorver. É sobre uma jovem que viaja para Berlim para estudar nessa companhia de dança prestigiada, acontece numa Alemanha pós-guerra e é uma época onde está tudo muito volátil, uma época em que as mulheres eram muito expressivas, zangadas e não tinham medo de mostrar isso. Então, você percebe que algo não está certo na academia de dança e parece ser comandada por bruxas. É meio que a jornada dessa jovem mulher, descobrindo quem ela é e é realmente poderoso e chocante. Foi uma experiência chocante, linda, e deu muito trabalho, precisou de muito aprendizado, foco e diligência – mas foi muito divertido.
É realmente interessante de ver e ouvir as reações das pessoas com relação ao filme. É muito, muito intenso, mas no geral nos divertimos muito, fazer filmes é divertido de qualquer forma, e então quando você faz algo que provoca as pessoas, é muito interessante, é uma posição emocionante e travessa de se estar.”
Uma de suas colegas de elenco em Suspiria é a incrível atriz Tilda Swinton, com quem Johnson trabalhou ao lado no outro filme de Guadagnino, A Bigger Splash. “Ela é incrível, uma mulher tão maravilhosa. Ela é extremamente inteligente, tem um gosto incrível e seu conhecimento de arte, filmes e vida, o verdadeiro suco e carne da experiência… ela é capaz de articular tudo tão belamente. Ao mesmo tempo, ela é extremamente materna, aconchegante, criativa e animada sobre artes. Eu a respeito muito; a amo profundamente como uma amiga e como uma colaboradora, trabalharei com ela para sempre,” Johnson diz.
Eu sugiro que Johnson está agora bem lá, no coração da ‘equipe’ de Guadagnino, aquele círculo interno de atores e pessoas criativas que fez os filmes dele ressoarem tão perfeitamente. “Eu sinto que posso estar,” ela diz com esperança, não ousando levar nada disso como garantido.
Nós conversamos sobre aquela poesia visual excepcional de Guadanino que é muito boa e poderosa. “Essa é uma das coisas que faz dele um baita cineasta notável. Sua estética é tão específica, tão detalhada e, de verdade, somente ele sabe como levar o filme até onde ele está – realmente pessoal, é como se fosse sua personalidade materializada, é incrível. Ele é tipo um designer de interiores das emoções, então ele consegue criar uma estética física e ela vai provocar sentimentos em você. Ele consegue fazer os sentimentos serem físicos, o que é uma habilidade real, um talento.”
Eu digo que ela é sortuda por trabalhar com ele – e, claro, ele é sortudo por trabalhar com Johnson. Ela ri. “Nós dois apenas clicamos imediatamente e falamos sem falar. Nós trabalhamos duro, perfeitamente, e é completamente, totalmente fácil conosco. Antes, nós discutimos e conspiramos, discutimos ideias, vibes, sentimentos e momentos por um tempo, e então colocamos para funcionar.
Às vezes, ele dirige de uma forma específica, tipo: ‘Mova sua cabeça só um pouco para a esquerda’ – então é como se fôssemos uma pessoa. Eu também já o vi trabalhando com outras pessoas e é diferente com cada um. Acho que esse é o sinal de um bom diretor: ele realmente se adapta.”
Conversamos também sobre destemor, e temor obviamente, porque seus dois próximos filmes são tensos e assustadores. “Eu tenho medos na vida, eu não… ughhh, bem quando eu disse… tem uma aranha enorme na minha casa! Meu Deus, uau, é tãããão grande, eu odeio ela, ah Deus, mas eu não gosto de matar as coisas, não consigo dizer se está do lado de dentro ou de fora… está do lado de dentro! [Pausa] Eu vou só conduzi-lo para fora.” Agora ela está falando com a aranha. “Você tem que sair daqui, eu te amo, mas vai embora, é isso aí, obrigada, entendi. É assustador, poderia ter sido uma viúva negra, eu poderia estar com risco de vida!” Rainha do drama.
“Sim, eu tenho meus medos, mas tento não deixá-los me inibir.”
Bom, ela é uma libriana, afinal, o que eu sugiro que significa que ela pode ser equilibrada. “Sinto que sou equilibrada quando o assunto é outras pessoas e suas emoções. Eu não passo por extremos… mas definitivamente tenho momentos que são bem sombrios e definitivamente tenho picos bem altos. Acho que isso também só ser uma pessoa emocional. Não tenho medo das minhas emoções e não escondo delas. Eu as uso: é meu trabalho. Estou interessada nelas. Se algo acontece, eu presto atenção à forma que eu reajo. Não é sempre confortável.”
Desde o título, Maus Momentos no Hotel Royale, até o trailer, você sabe que o próximo filme de Johnson vai ser bem divertido – e bem sombrio. “Eu não sei o que era, mas ano passado eu passei por um período em que eu gravitei na direção dessas mulheres mais sombrias, mas elas estão todas meio justapostas com esse calor. Acho que ao mesmo tempo eu explorei isso em mim mesma. Sou uma pessoa realmente gentil e amorosa, mas também luto com a escuridão. Luto tendo dias difíceis, me sentindo bem para baixo, pesada e é difícil sair desse lugar, mas então, sabe, essas coisas podem coexistir. Eu descobri isso em algumas personagens diferentes que interpretei, em Suspiria definitivamente, e Maus Momentos cem por cento – e aquele filme foi tão divertido de se fazer. Foi um filme de época (ambos foram, na verdade) que acontece nos anos 60, durante uma época em que as pessoas estavam realmente se expressando. As regras eram confusas, as pessoas estavam infringindo a lei e as coisas estavam bem loucas, mas é um filme completamente diferente de Suspiria.
Drew Goddard escreveu e dirigiu o filme, e é uma história com teor criminalístico desses estranhos que vão parar no mesmo hotel na mesma noite e eles não sabem nada sobre o outro, mas estão todos muito enrolados e suas histórias se alinham.”
Você se alinhou com Jeff Bridges (ele interpreta um dos sete personagens em Maus Momentos no Hotel Royale)? Ele é uma lenda e tanto. “Ah deus, ele foi simplesmente incrível. É um ser humano maravilhoso. Eu o amo, ele é tão divertido, talentoso e inteligente, um cara ótimo, ótimo com quem trabalhar. Ele está realmente interessado nas pessoas, passando um tempo com elas. Às vezes você trabalha com as pessoas, passa o dia inteiro com elas no set e aí você percebe que não os conhece de verdade, mesmo depois de passar três meses gravando o filme… ele é um cara bem-apessoado e realmente se importa com as pessoas. Ele não é tipo um ator precioso, é apenas um cara legal.”
Um amigo para a vida? “Eu gostaria de dizer que Jeff Bridges será meu amigo para a vida, com certeza.” Isso é digno de uma camiseta. “Sim, e somente uma que eu possa usar!”
E então, claro, tem Chris Hemsworth – pesquise ele no Google e Bad Times at El Royale e ‘sem camisa’ aparece.
“Ah, meu Deus. É uma grande distração,” Johnson diz. “Eu estava tipo, gente, vocês cometeram um grande erro em fazê-lo parte desse filme, porque todo mundo vai esquecer tudo que aconteceu [no filme] até agora. Chris vai chegar nas telonas, e seu corpo é escandaloso, é inacreditável, uma coisa louca, louca de se olhar, e sua camisa estava completamente desabotoada. Ninguém no set iria prestar atenção em outra coisa: era tão chocante, de forma alguma sexualmente, só, tipo, cientificamente, como é possível ter aquela aparência? Louco! Então ele comia uma vasilha de Smarties e você fica tipo: ‘Você é um babaca, vai se foder!’ Eu não como nada doce: eu como coisas verdes por três meses para que eu consiga entrar em um par de jeans. E ele come qualquer merda que quer e parece que foi literalmente cinzelado em mármore – é insano.”
Eu concordo, adicionando que a Austrália o ama. Johnson concorda: “Ele é realmente engraçado, doce, maravilhoso e um ótimo ator, então estou feliz que vocês o amam, porque ele é uma pedra preciosa de verdade.”
Maus Momentos foi gravado em Lake Tahoe, com as fronteiras estaduais de Califórnia e Nevada passando pelo El Royale. “Acho que eu escolheria o lado Califórnia; eu sou uma garota californiana,” ela diz. Mesmo que você tenha nascido no Texas? “Bem, é aí que tá, eu nasci no Texas, mas estivemos lá apenas por seis dias, porque meu pai estava gravando um filme lá.”
Nós discutimos o conceito de filmes com hotéis/motéis assustadores terem um gênero próprio, e Johnson diz que o mais assustador para ela foi o filme de 1995, Grande Hotel: “Aquele filme meio que me ferrou quando eu era criança. Meu padrasto [Antonio Banderas] estava nele. Tem uma prostituta morta debaixo da cama e eu assisti quando era muito nova, então estava tipo, ‘Meu Deus!’ estou muito em hotéis, o que está acontecendo? Isso me marcou. E naquele filme quando ele se transforma em um rato… sabe… sim, chamava Convenção das Bruxas, com Anjelica Huston: esse cara é transformado em um rato em um hotel. E Eloise, claro, nós moramos no hotel Plaza por um tempo quando eu era bem nova e eu achava que ela era real o tempo todo. Sempre quis sair para brincar com ela, então eu perguntava e eles falavam: ‘Ok, vamos almoçar com ela’ e então de última hora eles falavam: ‘Oh céus, ela teve que cancelar.’”
Conversamos sobre outros diretores com quem ela gostaria de trabalhar. “Eu adoraria trabalhar com Wes Anderson; adoraria trabalhar com Tarantino. Meu Deus, são tantos. David Lynch, Tim Burton seria bem legal, os irmãos Coen, mas aí tem os que não estão mais fazendo filmes, como Truffaut…”
“Em grande parte eu sigo meu coração quando o assunto é fazer filmes, e eu espero fazer muitos mais e ampliar as coisas. Eu tenho uma sensação de que não será uma história linear, julgando pela forma que as coisas têm ido.”
Intuição é imperativo. “Sim, é verdade, e eu acho que você consegue ver em um filme quando realmente sabe que alguém está sendo sincero e, sério, mais na escrita ou em uma pintura, você consegue perceber quando algo não está certo, quando parece forçado, um pouco fora dos trilhos. A arte é emotiva e carrega uma energia não importa o que o ponto médio é. Eu acho que quando você é honesto e se você está passando por algo que se relaciona com seu trabalho, então isso é lindo.”
Johnson aprendeu muito com a sua avó Tippi Hedren, que estrelou no filme de Alfred Hitchcock, Os Pássaros. “Ah céus, ela me inspira tanto. Eu estava com ela ontem à noite, na verdade. Ela sabe a hora certa para as coisas e é incrível. Eu estava perguntando a ela o que ela estava fazendo e antes de eu terminar ela já começou a me responder, porque ela achou que seria engraçado, e realmente foi. Ela me inspira mais como um ser humano do que algo relacionado aos filmes.
Ela falou muito sobre sua filme e há dois filmes sobre sua vida com Hitchcock. Minha irmãzinha começou a filmar algumas coisas com ela e fazendo pequenos clipes.”
Hedren ficará orgulhosa, eu acho, da capa de sua neta para nossa revista, o que mostra, sem vergonha alguma, a realeza de Hollywood, vestido Gucci de seda cor vermelho-sangue, claro, e sapatos de salto brancos da Givenchy. Ela ri: “Meu Deus, é muito engraçado. Foi divertido de se fazer, muito, muito glamuroso. Foi no final de uma longa semana e eu fiquei muito feliz com os resultados. A fotógrafa, Emma Summerton, é tão incrível, tão talentosa, realmente incrível de se trabalhar; foi um grande prazer.”
Sim, ela é uma grande garota Gucci. “Bem, eu sou o rosto da fragrância [Gucci Bloom], então sim! É ótimo trabalhar com uma marca tão criativa.” E então nós conversamos sobre a criatividade de Alessandro Michele: “É uma coisa linda de se ver. É ótimo quando alguém chega com uma visão totalmente diferente e é aceita, encorajada e apoiada. E eu amo sua jornada.”
A próxima parada para a jornada de Johnson é checar se aquela aranha deixou sua casa viva. Viúva negra ou não, ela é só coração. Não espere menos.
Maus Momentos no Hotel Royale chega aos cinemas dia 12 de Outubro; Suspiria chega dia 08 de Novembro.
Confiram a entrevista de Dakota Johnson para a revista italiana Marie Claire:
Dakota sussurra um, “Olá gente!” enquanto se esconde rapidamente atrás da tela com sua maquiadora e cabeleireiro. Sua agente a segue, com um iPhone em uma mão e Starbucks na outra, e elas começam a falar imediatamente com o fotógrafo. Será um longo dia, o primeiro clique sai após duas horas e meia. Terei que fazer as perguntas no final, eles me dizem. Sem problemas, eu penso, estúdios fotográficos, entrevistas. Tenho certeza que está no sangue dela, já que é da terceira geração de um clã que é chamado de Realeza Hollywoodiana, a nobreza Hollywoodiana. Sua avó é Tippi Hedren, uma atriz fabulosa de 88 anos, musa de Alfred Hitchcock (Os Pássaros, Marnie), sua mãe é Melanie Griffith, atriz dos anos 80 e 90 (Uma Secretária de Futuro) e seu pai é Don Johnson (protagonista de Miami Vice).
Dakota estreou como atriz bem do lado de sua mãe, em Loucos do Alabama, dirigido por seu padrasto Antonio Banderas, com quem ela cresceu. “Eu tinha nove anos,” ela diz, “e eu estava tão feliz por finalmente ser incluída na tradição familiar. Levei muito à sério, trabalhei em minha voz e sotaque com um professor. Gravar filmes faz parte de algo que eu sempre quis fazer.” Então, no entanto, 10 anos se passaram antes de seu segundo filme, “Porque meus pais queriam que eu terminasse a escola e eu acho que foi a coisa certa a se fazer.” Apesar da familiaridade com a fama, em nosso set, Dakota fica cautelosa quando o fotógrafo se aproxima para mostrar à ela a posição para a foto. Ela o observa entrar em sua zona de conforto para enrolar as barras de suas calças. Uma cautela que não é por nossa causa, mas uma suspeita levemente inerte, dada a irônica resposta à pergunta: Em quem você confia em Hollywood? “No meu psicanalista.”
Ela tem um ar de misteriosa, mas se solta quando fala de dois italianos dos quais é musa: o designer Alessandro Michele e o diretor Luca Guadagnino, que também a queria no remake do filme Suspiria. Dakota Johnson vem de uma dinastia de mulheres fortes: da mãe Melanie Griffith e avó Tippi Hedren, que ousou fechar a porta na cara de Hitchcock. Mas ela, em Hollywood, apenas confia em seu psicanalista.
Os melhores amigos que uma garota pode querer em Hollywood são um diretor com um gosto estético refinado e um estilista que está à altura para torná-la sua musa. Dakota Johnson, 28 anos, encontrou ambos. Eles são italianos e muito fieis à ela. Alessandro Michele, o diretor criativo da Gucci, a escolheu há alguns anos para ser o rosto da fragrância Gucci Bloom e recentemente a confirmou também para a última versão do perfume, Acqua Di Fiori. Luca Guadagnino trabalhou com ela há três anos em A Bigger Splash, inspirado em A Piscina, no papel de Jane Birkin, e então ofereceu à ela um segundo filme. Dakota estará protagonizando o remake de Suspiria, filme de terror de 1977 do diretor Dario Argento, agora em pós-produção: “Nós começamos a falar sobre o projeto já no set de filmagens do primeiro filme, mas levou três anos para encontrar o momento certo para mim e para Tilda Swinton. Nós gravamos e foi louco.” Louco? “Para mim, louco nunca é inteiramente positivo ou negativo. Mas eu sei que quero fazer filmes com Luca pelo resto da minha vida. Me tornei muito possessiva por ele (risos) e sei que tenho que compartilhá-lo com Tilda. Então vamos dizer que nós três faremos filmes juntos para sempre.” Durante nossa entrevista no Milk Studios em Los Angeles, onde as fotos foram tiradas, Dakota nem esconde sua afeição pelo estilista: “Com Alessandro, nós construímos uma colaboração profissional e uma linda amizade. Ele é genuinamente uma pessoa amável, não há nada falso nele. Eu o admiro porque a conexão entre seu coração e cérebro é um fluxo constante. Parece que falamos a mesma língua, mesmo que na realidade falemos linguagens diferentes.”
Um terremoto mexe com o cinema norte-americano e Dakota não segura o que tem a dizer. Ela o fez, silenciosamente, ao reativar seu perfil no Instagram (ela havia deletado todas as suas fotos há um ano e meio) ao passar a fazer parte da campanha Time’s Up, iniciativa que nasceu do movimento #MeToo, com um apoio legal e gratuito àqueles que sofreram assédio no local de trabalho: “Se eu pudesse fazer algo… Bem, eu moveria as coisas imediatamente para uma direção completamente diferente. É um momento incerto, triste e às vezes assustador. Quanto mais as mulheres discutem e agem juntas, mais chances haverá de realmente mudar a situação. O laço feminino é fundamental, as disputas entre mulheres é a forma mais brutal que existe. Ninguém pode te machucar como outra mulher. À essa altura, eu espero que em todos os ambientes de trabalho, nós comecemos a nos apoiar, porque é a base essencial para a mudança de verdade.” Ela não poderia pensar de outra forma por causa do que sua avó passou, contado por ela mesma em sua autobiografia Tippi: A Memoir sobre a obsessão obscura de Hitchcock por ela. Na época, ela não podia falar sobre isso com ninguém. O livro, publicado um ano depois do escândalo de Weinstein, deu ao fenômeno uma perspectiva desanimadora do passado. O diretor a tormentou com convites não solicitados, seguido por vingança, até a agressão de verdade durante as filmagens de Marnie, que Tippi conseguiu escapar, enquanto Hitchcock jurou arruinar sua carreira. Daquele momento até o fim das gravações o diretor só a chamava de “a garota”, nunca mais pelo nome, e depois de dois anos de contrato, não permitiu que ela trabalhasse para ele ou outros. Tippi nunca se arrependeu, e em uma recente entrevista de rádio com sua filha e neta, ela disse: “Eu nunca fechei a porta atrás de mim tão forte como naquela época.”
As vidas das mulheres da casa mostram um aspecto que a última geração parece não querer replicar. Mãe e avó, ambas tiveram três maridos e se casaram muito jovens, enquanto Dakota mantém privada sua vida amorosa, último namoro sendo com Chris Martin do Coldplay. Nos bastidores, ela está envolvida em outra coisa: “Eu quero começar a produzir, porque o poder verdadeiro é criar conteúdo. Nos últimos dois anos, eu tive dificuldade em achar as histórias e personagens que gostaria de ver nas telonas. Pensei que, se o conteúdo que eu quisesse não existe, teria que começar a criá-lo… Estou com seis projetos diferentes agora. Há tantas atrizes, roteiristas, diretores com quem eu gostaria de desenvolver algo.” A voz não é mais sussurrada, talvez uma reflexão involuntária do fato que esses são os temas que ela prefere falar sobre. “O mais concreto é que, estou trabalhando com a Amazon, mas ainda estamos reescrevendo o roteiro, o título é ‘Unfit’, baseado no livro de Adam Cohen, ‘Imbeciles’, e conta sobre a esterilização forçada de Carrie Buck, aprovada pela Suprema Corte em 1927 com base em suposta instabilidade mental. É incrível que essa história não é ensinada nas escolas, eu não sabia nada sobre ela. É um tópico atual porque lida com a saúde e diretos da mulher.”
Não é fácil financiar um filme, mas talvez novas empresas na indústria, como Amazon e Netflix, facilitam a tarefa? “Definitivamente. Agora você pode tentar muitos outros caminhos, não somente através dos grandes estúdios. Mas o tempo, o dinheiro… Há muitos fatores a serem reconciliados. O crucial é estar no lugar certo, com o projeto certo e as pessoas certas. E, se der certo, você tem sorte, caso contrário, você estará fazendo outra coisa tentadora, mas é uma atividade agitada.” O que as histórias que você quer contar têm em comum? “Elas são de gêneros diferentes, mas todos os protagonistas nadam contra a corrente.” Mulheres salmão? “Eu realmente admiro aqueles que são corajosos o suficiente para fazer seus sonhos se tornarem realidade, que estão lutando para terem o que querem e que se ferram muito. Especialmente se eles conseguem ser gentis durante a jornada.” “Última pergunta,” eu ouço do outro lado da sala. Última resposta: “Minha geração tem um impulso pessoal que não existia nas anteriores, nós temos as habilidades e a possibilidades de continuar seguindo, mas também somos incrivelmente preguiçosos. Paradoxo bizarro. Alguns conseguem levar suas vidas de uma maneira maravilhosa, outros parecem estar dormindo. Nós deveríamos tentar construir o mundo em que queremos viver, e é isso que estou tentando fazer com meus projetos também.” Parece que Dakota nunca será somente “a garota” para ninguém, diretor ou não.
Fonte | Tradução: Laura M.
Dakota Johnson é a capa da edição do mês de fevereiro da revista espanhola Mujer Hoy. Leia a entrevista completa traduzida:
Descende da nobreza hollywoodiense, mas faz tempo que é uma estrela por méritos próprios. Agora, volta aos seu personagem mais controvertido (e sexy)
Os ônibus de turistas que visitam os estúdios da Universal de Los Angeles passam a poucos metros da caravana. Tiram fotos dos lugares mastodônticos onde, todo dia, são filmados séries e filmes, mas ignoram que no interior da caravana, protegida de um sol escaldante, se encontra Dakota Johnson, sangue azul hollwoodiense puro, estrela da trilogia Cinquenta Tons de Cinza e uma das atrizes jovens mais cotadas da indústria do cinema. Sentada relaxadamente em um sofá, a própria Johnson, usando apenas maquiagem, está com o cabelo solto e veste um look casual, mas elegante, tampouco parece ser muito consciente do seus status.
Os grandes estúdios de Hollywood como este sempre foram uma segunda casa para ela. Cresceu nas filmagens do pai (Don Johnson) e da mãe, Melanie Griffith. Sua avó é Tippi Hedren, uma lenda viva da Hollywood de ouro, e seu avô, Peter Griffith, foi um ator infantil na Broadway. E então, quando tinha nove anos debutou na telona em Crazy in Alabama, sob as ordens de Antonio Banderas, que foi casado por 18 anos com sua mãe e com quem Dakota conviveu a maior parte de sua infância e adolescência. Em casa ninguém se assustou ou se surpreendeu quando disse que queria ser atriz. Ao contrário, sempre a animaram.
Talvez por isso, nunca pensou em estudar Artes Cênicas. Tampouco necessitava. “Toda a minha vida foi uma aula de interpretação. Nem pude escolher, simplesmente estava lá…”, disse sobre uma vocação que herdou por via sanguínea. Johnson cresceu em Aspen, Colorado, até que seus pais se divorciaram (pela segunda vez) em 1996. E mesmo que depois tenha se instalado em Los Angeles com sua mãe e Antonio Banderas, seguia passando temporada com seu pai no rancho familiar, enquanto trabalhava como babá ou limpava cavalos para ganhar algum dinheiro. Chegava a ver ‘Mary Poppins’ ou ‘Esqueceram de Mim’ três vezes em um único dia, o cinema a fascinava e não se imaginava fazendo outra coisa.
Porém, nunca foi uma boa estudante. “Não gostava do colégio, gostava de aprender coisas, mas não gostava de ir à aula”, reconhece. Depois de muitos anos estudando em casa ou nas filmagens com a ajuda de tutores privados, seus pais decidiram enviá-la a um internato no norte da Califórnia. Mesmo que a princípio a ideia não tenha lhe parecido ruim, ao chegar se deu conta de que não encaixaria e suplicou ao seu pai que a deixasse voltar para casa.
Se matriculou em um instituto de Santa Mônica famoso por seu programa artístico, mas as aulas de desenho eram enfadonhas e seus companheiros, que levavam recortes de jornal sobre os altos e baixos de sua família, tampouco a ajudaram a se integrar. A jovem chegou a ingressar em uma clínica de reabilitação, mesmo que sempre tenha negado ter um vício. Seu problema, reconheceu, foi o estresse. “Meus pais tinham seus próprios problemas e me puseram em uma posição em que tive que enfrentar problemas de adulto em uma idade inapropriada”, explicou anos atrás sobre aquela época confusa de sua adolescência.
“Tippi Hedren, minha avó, é minha fraqueza”
Mas isso faz muito tempo e em Dakota apenas restam um punhado de tatuagens, que agora tem que ocultar nas filmagens, como lembrança daquela fase. Sua relação com sua família sempre foi estreita. Sua avó, Tippi Hedren, é sua fraqueza. “Estamos muito unidas e falamos constantemente. É a pessoa mais incrível que conheço. Teve uma vida apaixonante”. A pergunto se Melanie Griffith foi como uma dessas mães cheias de conselhos ou se, talvez, a deixou cometer seus próprios erros. “Um pouco dois dois”, disse frugalmente. Está claro que a atriz prefere não falar em excesso de sua família.
Provavelmente, porque já não é a filha ou a neta de ninguém: Johnson é uma estrela por méritos próprios. “Atravessei uma fase em que não sabia se isso de ser atriz ia funcionar para mim, mas agora, sem dúvida, me sinto 100% atriz. É o que sei fazer”, explica. Se refere, talvez, à era pré-Grey, na que trabalhou como modelo para marcas como Mango e começou fazendo pequenos papeis em filmes como A Rede Social, a comédia Cinco Anos de Noivado ou o filme de ação Need for Speed. Chegou inclusive a ser a protagonista de uma série de televisão (Ben and Kate), mas apenas aguentou uma temporada na grade.
E então, se apresentou ao casting mais valioso dos últimos tempos. Buscavam a Anastasia Steele, protagonista do livro erótico Cinquenta Tons de Cinza, para sua adaptação cinematográfica. Todas as atrizes jovens (e famintas) de Hollywood queriam arrancar um pedaço seu. Era um personagem arriscado, por causa das cenas de sexo e os nudes que o roteiro exigia, mas também era o tipo de papel que podia lançar uma carreira ao estrelato. Na audição, Johnson interpretou um monólogo de Persona, o filme icônico de Ingmar Berman e, mesmo que seu nome não estivesse cotado, conseguiu o trabalho.
O filme arrasou o ano passado na bilheteria, com uma arrecadação de 571 milhões de dólares no mundo todo, mas a crítica não foi muito indulgente com o filme. Sem dúvidas, Dakota se salvou do massacre. Os críticos não só louvaram seu trabalho, também proclamaram, praticamente em unanimidade, que havia nascido uma estrela. “Foi um choque… Estou muito agradecida. A verdade é que não leio as críticas. Trato de me manter à margem”. Por que?, a pergunto. “Porque é difícil”.
“Não acredito que exista uma relação sã. A de Anastasia e Grey me parece normal.”
Às vezes, quando uma pergunta a incomoda ou a aborrece, Johnson pode soar enigmática. Não estou segura de se vai gostar mais da seguinte. Tem a ver com a natureza controvertida do livro. Mas além do sexo ou o sadomasoquismo que os protagonistas praticam, seus odiadores declararam a obra como antifeminista e acusaram a autora, E. L. James, de tratar de glamorizar a violência.
Natureza possessiva
Para você parece uma relação saudável? “São duas pessoas que se querem mais que nada e estão dispostos a fazer o que for para proteger sua relação. Não sei se existe alguma relação perfeitamente sã. Não sei… O que é que não te parece saudável nessa relação? Não o entendo”, me pergunta diretamente. Explico que não tem a ver com o sexo, sim com a natureza possessiva e controladora do senhor Grey, com seu ciúmes patológicos, sua obsessão por saber onde sua namorada está em cada momento, sua mania de controlar com quem fala… “Essa característica dominante é a mais difícil de levar, mas Anastasia tem sua forma de manejá-lo. Ele pode ser possessivo, mas ela não faz caso. Sua relação atravessa muitas mudanças nos dois próximos filmes e é fascinante”, aprofunda.
Johnson já filmou os dois últimos filmes da trilogia. Cinquenta Tons Mais Escuros, a segunda, estreia dia 10 de fevereiro. “Gostei de retornar à personagem. Ver como evoluiu é muito interessante… Creio que Anastasia é uma pessoa íntegra e inteligente, com uma grande autoestima e segura de si mesma. E é valente o suficiente para explorar sua sexualidade e amar alguém. E creio que isso é muito admirável. Não há nada que não goste nela”.
“Faço filmes, o resto é barulho”
A pergunto se dessa vez foi mais fácil gravar as cenas de sexo. “Jamie (Dornan) e eu nos conhecemos muito bem e já sabemos como enfrentar as cenas de sexo, mas apesar de tudo, é difícil. Se sente vulnerável, mas ao mesmo tempo, está trabalhando e tem que fazer com que a cena funcione”. Depois de protagonizar Aliança do Crime, junto a Johnny Depp, ou a comédia Como Ser Solteira, protagoniza este ano um thriller (Suspiria) e um drama musical (The Sound Of Metal). Mas enquanto vive um momento particularmente doce, sabe que esta é uma profissão instável por natureza. Viu isso em casa. Sua mãe e sua avó sofreram isso na própria pele.
“Cada vez há mais mulheres criando trabalho para si mesmas”
“Esta indústria gera mulheres-objeto com muita facilidade, é o que foi feito historicamente. É um ofício cheio de altos e baixos, sobretudo para as atrizes maiores. Mas, apesar dessa tendência machista que Hollywood tem, creio que as coisas estão melhorando e que cada vez há mais mulheres criando trabalho para si mesmas, escrevendo personagens femininos e dando voz a seus problemas”.
Apesar da ilustre árvore genealógica de que descende e a ser uma das atrizes do momento, Johnson conseguiu manter a fama sendo praticamente uma anti-estrela. “Faço filmes e sou atriz porque gosto deste trabalho e é minha profissão, o resto simplesmente é barulho”, diz. Mesmo que se conheçam alguns detalhes de sua vida pessoal (está solteira depois de ter terminado com o cantor Matt Hitt), conseguiu manter sua intimidade longe das capas.
Diz que é uma escolha voluntária: “Se busca uma existência dramática, vai ter. Mas eu sou uma pessoa muito tranquila… Creio que a vida é o que alguém faz dela”, explica. Em seguida, confessou que os dias em que se sente especialmente frágil prefere não sair de casa para não enfrentar os paparazzi ou os estranhos que querem tirar uma foto com ela. Está claro que nem sequer ter nascido famosa a imuniza ante certas doses (ou sobredoses) de popularidade. Talvez por isso, ela escolheu ser a estrela tranquila.
Mais escuros e mais sexys
Depois de ter terminado com Christian Grey, Anastasia Steele está tratando de refazer sua vida e esquecer, de uma vez por todas, o misterioso milionário de extravagantes gostos sexuais. Mas Grey é tão perseverante como irresistível para ela. Em Cinquenta Tons Mais Escuros, baseado no segundo livro da trilogia de E. L. James, o casal se reencontra e, esta vez, é Ana quem dá as regras… Tudo vai bem até que os fantasmas do passado voltam para complicar as coisas. Kim Basinger, no papel da mulher que iniciou Grey nos mistérios do bondage, incorpora o elenco para desenterrar segredos velhos.
Fonte | Tradução: Larissa F.
Para nossa alegria, Dakota Johnson será o destaque do mês de fevereiro da revista The Edit! Leiam a entrevista completa + as imagens do ensaio fotográfico abaixo:
Se você assistiu o filme que fez ela ser mais conhecida, Cinquenta Tons de Cinza, no ano passado, você pode pensar que conhece cada centímetro do corpo de Dakota Johnson. Mas no bistrô Sociale, à luz de velas, no Brooklyn em Nova Iorque, ela está tirando seu suéter de The Row para fazer uma nova revelação: tatuado em branco, quase invisível na sua pele, há um quote, “Lightly, my darling [Levemente, meu querido],” do livro Island de Aldous Huxley. Sua irmã, Stella Banderas, tem a mesma. “Eu não tenho tanto orgulho de algumas das outras [tatuagens],” Johnson admite, colocando seu suéter de volta. “Eu passei por uma fase onde amava tatuagens, e eu amava a sensação de ser tatuada. Mas, agora, eu superei a maioria delas, e [porque] eu sempre tenho que cobri-las para os papeis, Deus, elas são irritantes!” ela ri, mostrando um espacinho encantador entre seus dois dentes da frente que as telonas não conseguem captar.
A revista de negócios americana, Forbes, divulgou, nesta segunda feira, a lista anual dos top 30 com menos de 30 (idade) talentos de Hollywood. E nossa amada e talentosa Dakota Johnson marcou sua presença entre eles como na categoria ‘Hollywood & Entertainment‘.
Confira aqui a lista completa dos jovens talentos.