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Conhecida por suas franjas, franqueza e por trabalhar com autores como Luca Guadagnino, Dakota Johnson consolida seu estrelato no cinema em Madame Teia, da Marvel.

Você pode pensar que conhece Dakota Johnson. Talvez você pense nela como uma estudante de Stanford que venceu a batalha de conquistar o carisma de Justin Timberlake no filme A Rede Social, de David Fincher, ou como a humilde e tímida leitora Anastasia Steele, que descobre o mundo do BDSM na trilogia de Cinquenta Tons de Cinza. Ela também é uma potência nos filmes independentes: musa do diretor Luca Guadagnino em Um Mergulho no Passado e em Suspiria, e inesquecível no papel de uma mãe sobrecarregada na aclamada adaptação do livro de Elena Ferrante, A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal. Mais recentemente, ela estreou no prodígio da Geração Z, de Cooper Raiff, Cha Cha Real Smooth, que foi produzido pela empresa de Johnson e Ro Donnelly, TeaTime Pictures.

TeaTime não é o único empreendimento de Johnson: ela também é sócia e atua como diretora co-criativa da Maude, uma marca de bem-estar sexual conhecida por seus vibradores poderosos e de design simples, que a marca abrevia para vibe.

Ou talvez você conheça Johnson como a rainha do sarcasmo, com suas piadas sobre dormir por 14 horas por dia, suas mentiras sobre limões, ou sua entrevista animada com Ellen Degeneres, onde levou a internet a loucura em 2019 quando falaram sobre o convite para seu aniversário.

É dificil estrelas atuais de Hollywood passarem por aqui, mas Johnson, que vem de uma família hollywoodiana (filha de Don Johnson e Melanie Griffith), possui a energia, o gosto, a versatilidade, uma honestidade brutal e um humor ácido de um ícone antigo de Hollywood, como Katharine Hepburn.

Marisa Meltzer falou com Dakota Johnson sobre seu mais novo lançamento, Madame Teia, que, para aqueles não familiarizados com o mundo Marvel, é uma historia independente da historia original. Johnson é Cassandra Webb, uma paramédica nova-iorquina que desenvolve habilidades de clarividência e se reconecta com seu passado. O enredo psicológico tambem traz Sidney Sweeney, Mike Epps, Emma Roberts e Adam Scott.

Continue lendo para ouvir sobre o momento inaugural de Johnson na Marvel, seus superpoderes pessoais, um discurso retórico sobre a covarde indústria do entretenimento e seus pensamentos sobre o estado da educação sexual na América.

Marisa Meltzer: Ouvi dizer que você adora chupar picolé enquanto toma banho de banheira.

Dakota Johnson: Você já fez isso? É uma atividade fabulosa. Um picolé e uma banheira quente é uma experiência sensacional.

MM: Não, mas vou tentar. Vamos falar sobre Madame Teia. Como você acabou envolvida nisso? Você estava tipo, eu quero fazer parte de uma franquia de super-heróis e agora é a hora para isso?

DJ: Estou sempre aberta para tudo. Não discrimino gêneros de filmes quando se trata de como escolho as coisas ou o que faço. Li que isso seria feito em breve, e achei interessante uma super-heroína em que seu superpoder é a sua mente, e, principalmente, ela é uma mulher. Isso é algo que eu realmente apoio. É muito real pra mim, é muito real e sexy.

MM: Espere, você poderia explicar isso?

DJ: Bom, eu acho que a mente feminina é incrivelmente poderosa, então acredito que faz todo sentido com a super-heroína. É mais um filme psicológico. Ele é um filme de partida da Marvel, pois as vezes é otimo ter esse outro universo e galáxias fazendo coisas irreais em lugares irreais. Pode ser uma fuga e é divertido. Antes de Madame Teia ser a Madame Teia, ela é paramédica e está na linha de frente, ela é uma super-heroína todos os dias. Pensei que era algo diferente. Nunca fiz algo assim antes.

MM: Como você decide as partes que fará? Há diretores lá que voce gostaria de trabalhar? Acha que trabalhará com Luca Guadagnino de novo?

DJ: Absolutamente. Conversamos sobre algumas coisas. Mas sim, certamente as coisas acontecerão.

MM: Com a sua produtora, TeaTime, parece que você está bombando com seus projetos. Como você decide os projetos que quer trabalhar, há alguma linha de raciocínio que você segue?

DJ: Estamos começando a ter uma linha de base. Não temos um padrão ou algo assim. Pra mim, o que mais importa, é que todos os filmes tenham mulheres poderosas no centro. Eles são muito complicados. Eles são muito detalhados. Eles são muito matizados.

MM: Você tem que desenvolver seus próprios projetos se quiser esse tipo de personagem? Simplesmente não há um número suficiente deles ou você apenas gosta desse lado da produção?

DJ: Ainda estou descobrindo o que é sombrio nessa indústria. É majoritariamente desanimador. As pessoas que administram plataformas de streaming não confiam em pessoas criativas ou artistas para saber o que vai funcionar, e isso só vai nos fazer implodir. É realmente comovente. É tão difícil. É tão difícil fazer qualquer coisa. Todas as coisas que estou interessada em fazer são realmente diferentes, únicas e muito avançadas em tudo o que são. Fizemos um filme chamado Daddio que foi vendido em Telluride para a Sony Classics, o que foi incrível, mas foi preciso muita luta para fazê-lo. As pessoas estão com tanto medo e eu fico tipo, por quê? O que acontecerá se você fizer algo corajoso? Parece que ninguém sabe o que fazer e todos estão com medo. É assim que parece. Todo mundo que toma decisões tem medo. Eles querem fazer o que é seguro, e o que é seguro é realmente chato.

MM: Qual seu próximo projeto?

DJ: Vou fazer um filme pequeno em 2024 com TeaTime. É sobre o luto. É um enredo dificil de contornar, então nem vou tentar, mas é sobre uma mulher lidando com o luto e como ela faz isso de uma maneira específica.

MM: Como você passou pela greve [greve SAG-AFTRA de julho-novembro de 2023]? O que você fez?

DJ: Tive uma crise existencial.

MM: Ok.

DJ: Quer dizer, eu não filmei nada, mas estava trabalhando na produção e no TeaTime. Eu estava meio confuso. Eu estava no Japão. Eu estava em Los Angeles. Eu estava na Europa.

MM: Você foi deu o que falar ao mencionar que dormia 14h. Eu sofro terrivelmente de insônia, então meu sonho seria dormir pelo menos 7 horas seguidas, sem interrupções. Você quer bater algum recorde? Por quanto tempo você realmente dorme?

DJ: Eu disse que poderia facilmente dormir por 14 horas. Não disse que realmente dormia por 14 horas. Eu tenho um trabalho. Seria impossível trabalhar e fazer isso. Então é obvio que há algo errado nisso. Eu amo dormir, mas nao disse aquilo. Estou começando a entender que o sarcasmo não é uma linguagem utilizada pelos jornalistas atualmente, ou se é, é apenas um enfeite. Acho que vou ter que ser literal daqui pra frente.

MM: Também acredito que a maioria dos atores não são, bem… talvez eles sejam mais divertidos no privado, mas não são muito divertidos ou sarcásticos ou muito humorados na maior parte do tempo, pelo menos nao quando são entrevistados. Talvez você está…

DJ: Apavorada com o que acontece comigo o tempo todo? Eles aprenderam, mas eu nao [risadas].

MM: Você não pode simplesmente se ajudar. Sua personalidade brilha através disso.

DJ: Eu sou dramática. Eu sou atriz. Não sei.

MM: Tem um lugar no céu reservado pra você por ter ido no show da Ellen e falado sobre seu aniversário. Foi um momento de gloria.

DJ: Isso vai me assombrar.

MM: Você trabalhou com os direitos de reprodução. As coisas ficaram assombrosas em nosso país. Você enxerga alguma esperança?

DJ: Quer dizer, retrocedemos completamente em termos de direitos reprodutivos, igualdade das mulheres e direitos das mulheres. É tão alucinante. Acho que é difícil articular porque quando Roe v. Wade foi anulado, acho que todos pensaram, ok, bem, isso é uma loucura e será corrigido rapidamente. Claro, não estaremos nesta posição. É claro que esta não será a realidade. Mas depois passam semanas e meses, e cada vez mais mulheres veem negados os cuidados de saúde de que necessitam e que merecem. As mulheres merecem as escolhas que são tão básicas para ser um ser humano neste planeta. Acho que é difícil articular o que sinto e penso agora porque estou impressionada. Estou impressionada e acho isso absolutamente comovente e aterrorizante.

MM: Você também está envolvida com a Maude, uma companhia de bem estra sexual.

DJ: A minha agência na altura me ligou à Éva [Goicochea], que é a fundadora da Maude, porque acho que eles pensaram que nos daríamos bem e também que tínhamos interesses e paixões semelhantes, e tem sido realmente incrível. Assumi como diretora co-criativa e aprendi muito com ela. Também é muito legal e muito importante fazer parte de uma empresa para a qual eu não só adoro os produtos, e eles são lindos, mas também são acessíveis e de qualidade, e são genuinamente voltados para o bem-estar. Eu simplesmente adoro a ideia de que mais pessoas se sintam confortáveis ​​com o bem-estar sexual.

MM: Como você recebeu educação sexual? Foi na escola?

DJ: Tivemos uma aula de educação sexual na sexta serie. Fui pra escola em todos os lugares.

MM: Era estranho ser sempre a novata em algum lugar?

DJ: Nao achava estranho pois era normal pra mim, entao eu nao tinha nada para comparar. [Se eu nunca tivesse me mudado]Eu provavelmente sentiria a diferença, traços mais fortes, como gerenciamento de tempo ou amizades duradouras. Viajei com meu irmão e era o que era. Estávamos nas gravações. Se minha mãe estivesse trabalhando em algum lugar, estávamos lá com ela, sempre viajávamos com um tutor e ele e eu íamos para a escola juntos.

MM: Você tem algum superpoder?

DJ: Se eu tivesse um superpoder, isso surgiria imediatamente. Eu saberia exatamente o que seria.

MM: Isso é verdade. Madame Teia não precisa se preocupar com isso.

DJ: Sim, seria tipo “Bem, obrigada por perguntar. Eu posso voar.”

MM: Ótimo. Vou ligar para o Daily Mail.


Fonte | Tradução: Equipe DJBR



A estrela de “Persuasão” conta a Vanity Fair algumas verdades surpreendentes sobre sua ascensão como atriz, produtora e musa da moda.

Dakota Johnson está orgulhosa de seu vibrador.

A atriz, produtora e musa da moda deve estar no tapete do Met Gala em breve, e suas equipes de cabelo e maquiagem estão dando os toques finais em uma suíte do Crosby Street Hotel, em Nova York. Acontece que Johnson tem um toque próprio – ela usou um vibrador em seu rosto esta manhã como um massageador de drenagem linfática improvisado. O dispositivo era da Maude, a empresa de bem-estar sexual à qual ela se juntou há alguns anos como co-diretora criativa.

“Não é para o seu rosto, mas é bom”, diz ela.

“Você me mostrou como usá-lo no meu rosto”, diz Kate Young, sua estilista de longa data e acompanhante da noite. Young se vira para mim e aponta para suas bochechas: “Eu uso o vibrador dela”.

Johnson sorri. “Meu pessoal.”

Ela ainda está de moletom cinza, sentada pacientemente enquanto as equipes correm ao redor. Uma chaleira elétrica está fervendo. As batatas fritas do serviço de quarto estão sendo distribuídas. Há uma garrafa de Sancerre no gelo.

“Estou em uma esteira rolante de tratamentos de beleza”, diz ela. “Você conhece aquela cena em ‘O Mágico de Oz’? Um deles está ficando cheio de feno, e o Homem de Lata está sendo polido. Sinto que sou eu.”

Hoje à noite, ela estará vestindo uma renda personalizada e um body da Gucci personalizado de renda e brilhantes, que atualmente está pendurado em uma porta próxima. O designer da casa, Alessandro Michele, era um amigo próximo antes de Johnson se tornar embaixadora da marca em 2017. “Conversamos muito, enviamos mensagens de texto”, diz ela. “Não sinto que ele esteja em outro lugar quando falo com ele, o que sinto na maioria das vezes quando falo com pessoas que trabalham com moda.” A Gucci deu as boas-vindas à opinião de Johnson sobre a criação desta noite – “Eles foram maravilhosos comigo sobre isso” – e ela aparecerá em muitos dos rounds mais bem vestidos da noite. Como se isso não bastasse, Oscar Isaac vai vê-la em um canto e dizer que ela parece uma tempestade.

Neste momento, está chuviscando lá fora, Johnson está atrasada e há uma equipe de filmagem na porta esperando para filmá-la se preparando.

“Não seria bom ficar aqui?” ela diz, apenas meio brincando. “Descer, ter um bom jantar?”

Ela prefere fazer sua própria franja para aparições públicas – uma espécie de amuleto de boa sorte – e uma vez que tudo está definido, ela desliza para o banheiro para garantir que ela se pareça com ela. Feito isso, ela e um stylist assistente lidam em particular com protetores de mamilo pretos em forma de estrela que não grudam.

“Estamos tão atrasados”, diz Young, agora em seu próprio vestido verde Gucci.

Johnson desaparece pelo que parece meio segundo, ressurgindo no macacão e escolhendo entre dois saltos pretos, enquanto a equipe de câmera mascarada e a equipe italiana de relações públicas entram na sala para capturar algum conteúdo contratual.

“Preciso de uma carteira?” Johnson pergunta a Young, acertando suas marcas para o cinegrafista enquanto sutilmente verifica se há bolsos em seu macacão.

Não há nenhum, é claro. Apenas correntes, brilhos, rendas e carne (pele).

“Consegui”, diz Young, esvaziando os cartões de crédito e a identidade de Johnson em sua própria bolsa. “Temos que ir!”

No corredor, um par de turistas está encostado em uma das paredes para abrir caminho para o roupão de veludo de Johnson. Apenas um elevador está funcionando. Quando as portas se abrem, está muito cheio. Queixos caem ao vê-la. Quando as portas se fecham novamente, a pessoa menos atordoada no elevador, uma mãe, chama Johnson: “Você está linda!”

“Vocês também!” Jonhson diz.

Enquanto esperamos, ela percebe algo e de repente congela em pânico.

“Há um buraco na minha virilha”, diz ela.

O assistente de Young cai de joelhos para investigar.

“Quão ruim é isso?” A jovem pergunta.

“Quero dizer, do tamanho de um dedo”, diz Johnson. Ao ouvir a si mesma, ela finge choque e escândalo em minha direção: “Ei-o!”

“Você não será capaz de ver”, diz o assistente. “Só não brinque.”

Risos enchem o corredor.

Conheci Johnson pouco antes da Páscoa na casa em Malibu que ela divide com Chris Martin, da Coldplay. Caminhamos pelo jardim suculento do casal, depois descemos por um estreito caminho de cânion até o Pacífico. O cachorro de Johnson, Zeppelin, lidera o caminho. A atriz está usando uma joia delicada; um suéter azul tie-dye do Elder Statesman; o tipo de Levi’s vintage perfeito que uma dúzia de mulheres está, a qualquer momento, vasculhando as lojas de Topanga Canyon; e um par de Birkenstocks mais extravagantes do que o habitual. Com o sol batendo atrás dela, poderia ser Jane Birkin de La Piscine andando comigo.

Johnson e Martin estão juntos há quase cinco anos. Eles se conheceram através de um amigo e “nunca realmente se separaram”, diz ela. Johnson viaja com ele quando ela não está trabalhando. Em outubro, enquanto estava no palco em Londres, Martin apontou para ela na varanda enquanto apresentava uma nova música chamada “My Universe”. “Isso é sobre o meu universo”, disse ele. “Ela está aqui!” A multidão e a internet foram à loucura.

Quanto a Johnson e o pequeno Zeppelin, o relacionamento deles remonta muito mais longe. Zeppelin, uma mistura de Jack Russell terrier – schnauzer, está a seus pés e em seus braços desde que ela tinha 18 anos. Ele estava lá antes de sua explosão em uma cena roubada em “The Social Network”, antes de virar uma estrela em “Cinquenta Tons de Cinza” (a trilogia que ela mais tarde se referirá como “aqueles grandes filmes nus”), e antes do desempenho surpreendente e redefinidor do ano passado em “A Filha Perdida”. Para ser específico, o Zeppelin existe desde que Johnson teve um término muito ruim no verão depois do ensino médio.

“Eu estava tipo, ‘Foda-se. Vou cortar o cabelo e ter um cachorrinho’, o que eu fiz”, diz ela. “As duas coisas.”

Como era o corte de cabelo?

“Foi curto e agitado. Não é um corte de duende, mas não um bob. Era ruim.”

Um mullet?

“Sim”, ela ri, lembrando. “Você pode dizer isso.”

Malibu tornou-se um refúgio. Martin surfa. Johnson nada e sobe e desce a Pacific Coast Highway em um Mustang 1965 que ele deu a ela alguns anos atrás em seu aniversário. Ela chama o carro de Dixie e, se alguma vez sofrer um acidente, planeja dizer às pessoas: “Meu Dixie naufragou”. Diga isso em voz alta. Você vai conseguir.

Johnson e Martin protegem sua privacidade, em parte porque a família deles é grande e misturada e em parte por causa da educação de Johnson. Ela é um dos sete meio-irmãos, e Martin compartilha dois adolescentes com Gwyneth Paltrow. “Talvez eu pense em relacionamentos assim de maneira diferente porque cresci na minha família”, diz ela. “Fomos todos legais.” Um com o outro, ela quer dizer. “Obviamente, houve momentos em que não foi legal, mas eu experimentei isso, então não quero isso na minha vida. Não quero que nenhuma criança experimente algo assim. É melhor ser gentil, e também é muito bom que todos realmente se amem e se protejam.”

Os futuros pais de Johnson, Melanie Griffith e Don Johnson, estavam em Austin no outono de 1989 porque Don estava filmando o neo-noir de Dennis Hopper, “The Hot Spot”. Dakota nasceu em 4 de outubro. Enquanto caminhamos pela praia com o Zeppelin, fazemos as contas. Eu sou oito dias mais velho que ela.

Meus pais devem ter me concebido no Natal, digo.

“Minha mãe apresentou o SNL”, diz Johnson, “e eles voltaram a ficar juntos pela, não sei, milionésima vez, e naquela noite – depois que ela apresentou – meu pai a pediu em casamento pela segunda vez, e então acho que fui concebida.”

Então, sim, a história dela é melhor.

Logo após o nascimento de Johnson, o filme de seu pai terminou e a nova família foi para casa em Aspen. Johnson é a única filha que o casal compartilha. Ela cresceu lendo Charles Bukowski e Viktor Frankl, ouvindo Tom Waits e Leonard Cohen e andando de bicicleta suja. O querido amigo de seu pai, o falecido Hunter S. Thompson, era uma figura de tio. “Sempre que ele vinha, ele tirava o chapéu e se abaixava e eu tocava sua careca”, diz ela. “Isso era coisa nossa.” Ela sorri com carinho. “Ele era como uma criatura mística.”

Apesar do humor obsceno, há uma inocência na visão de mundo de Johnson. Ela se lembra de uma manhã chocante quando ela tinha 10 anos: um membro da família – “Eu não quero citar nomes, porque eu vou ouvir sobre isso” – disse a ela de uma só vez que o coelhinho da Páscoa, a fada do dente e o Papai Noel Noel não existia. Não é que a família fosse religiosa. Seu pai é espiritual à sua maneira, e Griffith saltava de curandeira para curandeira. Mas para Johnson tudo girava em torno da pompa e circunstância, da magia e da fantasia. “Meu mundo desabou”, diz ela. Escandalizada, ela ficou em silêncio durante o almoço. Ela entende que 10 [anos] é o limite da crença no coelhinho da Páscoa: “Mas se eu pudesse, eu ainda acreditaria nele agora. Talvez seja por isso que eu faça filmes e por que eu queira fazer filmes para todo o sempre. Isso torna as coisas um pouco mais seguras.”

Com dois pais que trabalham no auge de sua fama, Johnson passou a infância na estrada em todos os lugares, de São Francisco (onde seu pai fez “Nash Bridges”) a Paris (onde sua mãe fez “Tempo”). Ela não completou um ano inteiro de escola no mesmo lugar até a quarta série. Griffith descreveu a educação de sua filha como a de uma “cigana privilegiada”. Johnson luta com esse termo. “Acho que glamouriza um pouco ou faz parecer que tudo foi totalmente incrível o tempo todo”, diz ela. “Minha vida é incrivelmente sortuda e privilegiada, e a vida que levei enquanto crescia foi notável – os lugares que fui e como vivíamos e o que pudemos experimentar. Mas também lutamos com a dinâmica familiar interna e situações e eventos que são muito traumáticos.”

Johnson é uma heroína de Hollywood de terceira geração. Griffith é mais conhecida por sua atuação indicada ao Oscar como uma secretária em ascensão no contato de Mike Nichols de uma comédia romântica, “Working Girl”. A avó de Johnson, a atriz e ativista Tippi Hedren, foi a musa de Alfred Hitchcock em “The Birds and Marnie”, mas ele tinha uma obsessão perversa e predatória por ela e, quando ela rejeitou seus avanços e agressões, destruiu sua carreira. “O que aconteceu com minha avó foi horrível porque Hitchcock era um tirano”, diz Johnson. “Ele era talentoso e prolífico – e importante em termos de arte – mas o poder pode envenenar as pessoas.”

Ela se lembra de assistir a uma exibição com sua avó da performance de sua agora amiga Sienna Miller como Hedren no filme de TV “The Girl’. “Nós sentamos na HBO, minha família, e assistimos ao filme juntos”, diz Johnson. “Foi um daqueles momentos em que você fica tipo, como você pode não ter nos avisado? Estamos em uma sala com alguns executivos. Talvez isso justificasse uma pequena conversa de antemão? Você olha e vê uma mulher que acabou de ser lembrada de tudo que ela passou, e foi de partir o coração. Ela era uma atriz incrível e ele a impediu de ter uma carreira.” Griffith se lembrava de ter recebido um presente de Natal de Hitchcock quando era criança: uma réplica minúscula de sua mãe em um caixão minúsculo. “É alarmante e sombrio e muito, muito triste para aquela garotinha”, diz Johnson, pensando em sua mãe e balançando a cabeça. “Muito assustador.”

Johnson ficou em Los Angeles para o Ensino Médio, passando a maior parte do tempo com a mãe, que depois se casou com Antonio Banderas, uma adição calorosa à família em crescimento. Muitas vezes, ela saía para o interior do desfiladeiro e visitava a vovó em seu santuário de grandes felinos, a Reserva Shambala. Sua amiga de longa data Riley Keough, agora atriz e diretora, diz que a adolescência deles teve uma vibe distinta dos anos 70, embora fosse a adolescência. “Tínhamos namorados que estavam em uma banda juntos que saíam na Sunset Strip e éramos basicamente as únicas garotas”, Keough me diz. “Costumávamos dizer a cada pessoa que conhecíamos que éramos gêmeas.” As mulheres se cruzaram pela primeira vez em um estacionamento do In-N-Out em um aniversário de 15 ou 16 anos. “Eu sabia quem ela era porque ela era a garota mais legal da cidade”, diz Keough.

Após o colegial, o pai de Johnson disse a ela que ela tinha que ir para a faculdade ou ser cortada financeiramente. Ela escolheu a independência. “É claro que eu me preocupava com ela entrando nesse negócio”, diz Griffith por e-mail. “No entanto, nunca me preocupei se ela tinha ou não o talento e a magia. Eu sabia como era difícil navegar em todos os aspectos do cinema, e espero que ela tenha aprendido algumas boas dicas comigo! Eu acho que ela aprendeu. Mas é o senso de identidade de Dakota e sua consciência da vida, amor e trabalho duro que a levaram a tempos assustadores.”

Quase imediatamente, Johnson reservou esse papel em “The Social Network”, de David Fincher, como uma estudante de Stanford que percebe que o colega de cama da noite passada não era um colega de classe, mas sim o cara que inventou o Napster (Sean Parker, interpretado por Justin Timberlake). “David disse que esse papel poderia facilmente ter sido ingrato e que eu fiz algo diferente com ele”, diz Johnson. “Achei isso a coisa mais maravilhosa que alguém já me disse.”

“Cinquenta Tons de Cinza” transformou Johnson em um nome mundialmente conhecido em 2015 – e sua virada encantadora na adaptação astuta de “Persuasão” neste verão adicionará ainda mais fãs ao clube – mas Keough insiste que “ela ainda é a mesma garota que conheci fora de In-N-Out.” Ambas as mulheres cresceram em torno da fama: Keough é neta de Elvis Presley. Ambos conhecem os prós de uma vida pública, bem como os inconvenientes. “Às vezes pode mexer com as pessoas, mas Dakota não mudou”, diz Keough. “Ela sempre se sentiu mais velha e mais sábia do que todo mundo. Lembro-me de ler que alguém disse uma vez: ‘Ou você está apaixonado por Emmylou Harris ou ainda não a conheceu’. Eu me sinto assim sobre Dakota.”

De volta à praia, vemos algo espirrando nas ondas, e Johnson se levanta. “Focas!” ela grita feliz. “Você as vê? Oh meu Deus!” Depois, um momento de incerteza. “Na verdade, elas são focas reais, certo? Porque eu não estou de óculos agora.”

Sim, eu asseguro a ela. Existem duas.

“Bom”, diz ela. Ela ri. “Chris e eu viemos aqui outro dia, e eu estava sem meus óculos. Ficamos observando ‘focas’ por 10, 15 minutos – e eram algas marinhas. Ele apenas me deixou pensar que eram focas o tempo todo.” Ela imita Martin, soando doce, paciente e um pouco preocupada. “Sim, aí estão elas: focas.”

Antes de sairmos da praia, Johnson e eu temos mais um avistamento — e é mais surpreendente do que focas.

“Essas pessoas estão nuas?” ela pergunta, apertando os olhos em direção aos penhascos.

“Uhum”, eu confirmo, tentando ignorar educadamente um casal nu de 40 e poucos anos atrás de uma escova.

“Totalmente?” ela diz. “Ele está fazendo coisas sexy com ela?”

“Parece que é pra cura do corpo? Reiki talvez?”

“Olhe para longe!” ela diz. “Olhe para longe!”

“Sim”, eu digo. “Totalmente nu”.

“Que confiança”, diz ela. “Que incrível pensar: vamos fazer isso!”

“Você quer—” eu digo.

“Devemos apenas-“ ela diz.

“Juntar-se a eles?” Eu digo.

“Feliz Páscoa!” ela diz, e ri.

Johnson diz que o céu e as estrelas em Malibu a lembram de crescer no Colorado. “Morar aqui, para mim, é muito bom.” Ela é diligente com ioga e Meditação Transcendental, o que significa que ela pode “fácil e muitas vezes tropeçar no universo”. Ela pode fingir que está de férias; dirigir sua nova produtora, a TeaTime Pictures, que acabou de vender seu filme “Cha Cha Real Smooth” para a Apple por US$ 15 milhões; ou sincronizar-se com amigos que vão desde amigos de infância a nomes lendários. Em um ponto durante nossa série de entrevistas de um mês, Barbra Streisand postará uma foto no Instagram de Johnson e Martin em sua casa, com a legenda: “Com amigos na minha recente festa do chá”.

Se você está curioso para saber como um espírito livre como Johnson lida com uma reunião social, aqui está uma história de um encontro de não muito tempo atrás: “As pessoas estavam falando sobre o metaverso. É um negócio muito sério. E eu disse: ‘Tenho alguns NFTs’. E eles disseram: ‘Ah, é mesmo? O que você tem?’ Eu disse, ‘Boas tetas.’ Grande risada.”

“Dakota é instintivamente paqueradora, e ela seduziu a todos nós”, diz seu colega de elenco de “Persuasão”, Richard E. Grant. “Se houver um poste de telégrafo, ela o encantaria para fazer o que ela quer.”

“Persuasão”, nos cinemas em breve e mais tarde na Netflix, está pronto para o verão – o último romance completo de Jane Austen iluminado com a irreverência e luxúria de “Fleabag”. Johnson, a única americana no elenco, estrela como Anne Elliot. Aos 19 anos, Anne foi convencida a terminar seu noivado com seu verdadeiro amor, o marinheiro Frederick Wentworth, porque lhe faltava um título e uma fortuna. Ela agora está à deriva em seus 20 e poucos anos, em grave perigo de ser solteirona, quando Wentworth retorna, bonito, rico e ainda profundamente chateado. Grant interpreta o pai de Johnson, Sir Walter Elliot – “o homem mais vaidoso da literatura”, como o ator arrulha para mim de Brisbane, Austrália.

“Eu realmente senti que Anne Elliot é talvez a mais parecida com ela – como Austen”, diz Johnson. “Em sua prosa, ela está meio que piscando e acenando para o leitor.”

Anne faz isso literalmente no novo filme. O papel é uma vitrine para as habilidades cômicas de Johnson, enquanto ela expõe para a câmera e guia seu público de desgosto e vinho em uma banheira com pés de garra para felizes para sempre. “Persuasão” nos mostra uma Johnson que ainda não vimos inteiramente na tela, e parece mais próximo da pessoa com quem me sentei na praia em Malibu.

“Dakota é muito disciplinada”, diz Grant. “Considerando quem são os pais dela, você projeta uma ideia de alguém vindo de tantos privilégios. Você acha que ela pode ser – como posso colocar isso? – que pode haver um elemento Paris Hilton em sua personagem. Mas não havia. Em vez disso, acho que esse histórico deu a ela uma grande garantia de quem ela é. Quero dizer, ela tem 32 anos, mas ela tem uma abordagem sem merda de Sherlock. E tendo visto ela naquela infame entrevista com Ellen DeGeneres, você sabe que ela não faz prisioneiros. Você não mexe com Dakota Johnson, e eu acho isso incrivelmente sexy.”

Essa entrevista ocorreu em 2019, quando DeGeneres comentou levianamente que ela não foi convidada para a festa de 30 anos de Dakota. A maioria dos convidados na cadeira de Johnson teria levado o golpe por causa da TV ao vivo, mas Johnson respondeu como só ela pode: “Sim, você foi, Ellen… Pergunte a todos”. Depois que seu produtor executivo confirmou que DeGeneres havia realmente sido convidado, ela rapidamente mudou de assunto: “Devia estar fora da cidade”. A entrevista foi um dos momentos em que os fãs viram pela primeira vez possíveis rachaduras na fachada da animadora apresentadora. Mais tarde vieram críticas da equipe de mau comportamento interno, um pedido de desculpas e, finalmente, o final do show. Johnson obviamente não poderia ter previsto tudo isso. Ela estava apenas fazendo sua assinatura sem idiotice. Entre os zilhões de comentários nas redes sociais elogiando seu estilo, humor e autenticidade, há um guardião que diz simplesmente: “Mais uma vez, DJ escolhe o caos”.

Duas noites depois do Met [Gala], Johnson e eu nos encontramos no Greenwich Hotel em Tribeca. A porção do jantar de gala pareceu longa para ela. “Não havia vibração, apenas conversa e raspagem de talheres”, diz ela. Ela sorri e toma um chá de menta. “Essa é a minha nota, Anna. Não precisa ser uma playlist – basta ter um lindo quarteto de cordas ou algo assim.” Johnson não estava com os óculos naquela noite, então ela não tem certeza de quem viu ou para quem acenou de volta.

Estamos no pátio ao lado do bar, e ela está embrulhada em um casaco de camurça marrom. Compra de ontem. Johnson admira as luzes de mesa Pina sem fio em nossa mesa, e me pergunto em voz alta se minha mãe gostaria delas para o Dia das Mães. Ela diz que sua própria mãe gostaria de diamantes e me pergunta se eu conheço algum solteiro adequado de Los Angeles para ajudar a arranjar isso.

As pessoas começam a encher o pátio — bebedores de happy-hour amarrados a Windsor de uma conferência corporativa — e me vejo instintivamente ajustando meu assento para impedi-los de olhar para Johnson. Menciono que desde a última vez que nos falamos, um clipe antigo dela reagindo ao dedo médio enfaixado de Johnny Depp em uma coletiva de imprensa em 2015 ressurgiu e a trouxe, mais uma vez, para o zeitgeist. Um clipe do YouTube com mais de 3 milhões de visualizações é intitulado “O MOMENTO EXATO que Dakota Johnson sabia que Amber Heard era VIOLENTA com Johnny Depp”.

Johnson viu o vídeo. “Eu fiquei tipo, ‘Pelo amor de Deus, por quê? Por que estou envolvida nisso?’ — ela diz, balançando a cabeça. “Eu não me lembro disso, mas por favor, me tire disso. Não deixe isso ir mais longe. Você pode imaginar, oh, meu Deus, se eu fosse chamada para o banco das testemunhas? Eu não posso acreditar que as pessoas estão assistindo [o julgamento] como se fosse um show. É como se fosse um drama de tribunal e meu coração se parte. É tão, tão, tão louco. Os humanos são tão estranhos. A internet é um lugar selvagem e selvagem.”

Ela admite que há coisas que provavelmente nunca dirá publicamente por causa dos riscos para as pessoas em sua posição. Mas ela dirá o seguinte: “O que eu luto em termos de cultura de cancelamento é o termo cultura de cancelamento— todo o conceito por trás do cancelamento de um ser humano, como se fosse um compromisso. Nenhuma pessoa não cometerá erros em sua vida. O ponto de estar vivo é descobrir isso. Machucar outras pessoas, machucar outras pessoas não é bom. Há consequências para essas ações. Mas o conceito do Twitterverse decidir se alguém de repente não existe mais é horrível, doloroso e errado. Eu acho que vai passar. Acredito que as pessoas querem viver em um mundo melhor, em última análise. Além disso, o Twitter compõe o quê, 12% do mundo? Quero dizer, algumas dessas pessoas não sabem nem soletrar.”

Isso lembra Johnson de algo.

“Olhe para a minha nova tatuagem”, diz ela, levantando cautelosamente a perna acima da mesa e puxando para trás um par de calças pretas para revelar mais alguns tênis Gucci – e um escaravelho fresco tatuado em seu tornozelo. Ela e sua diretora de “The Lost Daughter”, Maggie Gyllenhaal, e sua co-estrela Jessie Buckley fizeram a mesma tatuagem após o Met Gala.

Olivia Colman deveria estar com eles, mas estava filmando um filme de Sam Mendes na Inglaterra. “Recebi uma foto no WhatsApp deles fazendo a tatuagem que todos deveríamos fazer juntos”, diz ela por telefone. “Fiquei furiosa. Eu estava tão ciumenta. Diga a ela que se ela não me der minha tatuagem, isso é o fim da nossa amizade – e eu a considerava uma amiga para a vida.”

Johnson confirma tudo isso, rindo: “Ela ficou puta. Ela ligou e disse, ‘Que porra é essa?'”

A tatuagem foi feita na cozinha de Gyllenhaal no Brooklyn por um amigo. As mulheres concordaram com o escaravelho juntas – é um símbolo de renascimento que Gyllenhaal usou como pedra de toque durante a produção – e Johnson sentiu uma ressonância particular. “Acho que sou eu desde sempre”, diz ela. “Estar viva ainda é um mistério para mim, e talvez eu pense mais nisso porque estou em terapia e tenho lutado contra a depressão por toda a minha vida. Estou sempre tentando navegar de maneira honesta e segura.” Ela faz uma pausa. “Meu trabalho é sorte. Eu posso ir em jornadas para explorar a mente das pessoas. E eu acho – em um momento em que estou lendo que o direito ao aborto provavelmente será derrubado e todos estão lutando tanto agora e as pessoas estão sendo tão horríveis umas com as outras – que se eu não tentasse aplicar um grande significado a pequenas coisas, honestamente não acho que faria isto. Acho que estaria em um hospício.”

Em “The Lost Daughter”, Johnson interpretou uma ferida aberta de uma jovem mãe chamada Nina. “Acho que ela estava animada para interpretar algo mais confuso”, diz Colman.

À medida que o pátio do hotel fica lotado e barulhento com os tipos de Wall Street, Johnson me diz que interpretar Nina a ajudou em uma transição em sua própria vida e carreira: “Eu estava deixando de lado como permitia que os outros olhassem para mim”.

Foram os filmes “Cinquenta Tons de Cinza” que a definiram na imaginação do público por anos. Quando finalmente os discutimos, fica claro que Johnson pesou o que ela quer dizer. O que se segue parece um alívio.

“Sou uma pessoa sexual e quando estou interessada em algo, quero saber muito sobre isso”, ela começa. “É por isso que eu fiz aqueles grandes filmes nus.” Ela toma seu chá sem quebrar o contato visual. “Eu me inscrevi para fazer uma versão muito diferente do filme que acabamos fazendo.”

Eu pergunto se o estúdio ou os diretores eram o problema, ou se era um prato combinado.

“Combo”, diz ela. Ela se inclina. “Foi também a autora dos livros.”

Essa seria EL James, que atende por Erika.

“Ela tinha muito controle criativo, o dia todo, todos os dias, e ela apenas exigia que certas coisas acontecessem. Havia partes dos livros que simplesmente não funcionariam em um filme, como o monólogo interno, que às vezes era incrivelmente brega. Não funcionaria para dizer em voz alta. Sempre foi uma batalha. Sempre. Quando fiz o teste para esse filme, li um monólogo de Persona” —o clássico de Ingmar Bergman de 1966— “e eu fiquei tipo, ‘Oh, isso vai ser muito especial.’”

Johnson conseguiu um papel de três filmes como Anastasia Steele ao lado de Christian Grey de Charlie Hunnam, e o dramaturgo Patrick Marber (Closer) revisou o roteiro. Mas Hunnam acabou abandonando o projeto, alegando um conflito de agenda. James ficou tão furioso, diz Johnson, que descartou o roteiro.

“Eu era jovem. Eu tinha 23 anos. Então foi assustador”, ela diz sobre o contrato que assinou, e é difícil não ouvir ecos do acordo obrigatório que Hitchcock usou para arruinar a carreira de sua avó. “Acabou se tornando algo louco”, ela continua. “Houve muitas divergências. Nunca consegui falar sobre isso com sinceridade, porque você quer promover um filme da maneira certa, e estou orgulhosa do que fizemos no final das contas e tudo acaba do jeito que deveria, mas foi complicado.”

Jamie Dornan substituiu Hunnam. Junto com Sam Taylor-Johnson, o diretor do primeiro filme, o trio tentou resgatar parte do roteiro de Marber.

“Nós fazíamos as tomadas do filme que Erika queria fazer, e então fazíamos as tomadas do filme que queríamos fazer”, diz Johnson. “Na noite anterior, eu reescrevia cenas com o diálogo antigo para adicionar uma linha aqui e ali. Era como um caos o tempo todo.” A única cena de Marber que entrou no primeiro filme, ela diz, é a negociação em que Anastasia e Christian descrevem seu contrato sexual. “E é a melhor cena de todo o filme.”

Pergunto se ela se arrepende de ter feito os filmes.

“Não. Não acho que seja uma questão de arrependimento. Se eu soubesse…” ela para. “Se eu soubesse na época que seria assim, acho que ninguém teria feito isso. Teria sido tipo, ‘Oh, isso é psicótico.’ Mas não, não me arrependo.”

Ironicamente, os rumores do set geralmente envolviam uma suposta briga entre Johnson e Dornan. “Nunca houve um momento em que não nos demos bem”, diz ela. “Eu sei que é estranho, mas ele é como um irmão para mim. Eu o amo tanto, tanto, tanto. E nós estávamos realmente lá um para o outro. Tínhamos que realmente confiar um no outro e nos proteger.

Ela sorri, lembrando-se das cenas mais ultrajantes. “Estávamos fazendo as coisas mais estranhas há anos e precisávamos ser uma equipe: ‘Não vamos fazer isso’ ou ‘Você não pode fazer esse ângulo de câmera’. Sam não voltou a dirigir depois do primeiro filme e, como mulher, ela trouxe uma perspectiva mais suave. James Foley passou a dirigir, e ele é um homem interessante. Era diferente fazer essas coisas bizarras com um homem atrás da câmera. Apenas uma energia diferente. Há coisas que ainda não posso dizer porque não quero prejudicar a carreira de ninguém e não quero prejudicar a reputação de ninguém, mas Jamie e eu fomos muito bem tratados. Erika é uma mulher muito legal, e ela sempre foi gentil comigo e sou grata por ela querer que eu estivesse nesses filmes.”

Johnson faz uma pausa, lutando para amarrar um laço em uma experiência tão cheia de contradições.

“Olha, foi ótimo para nossas carreiras”, diz ela. “Tão incrível. Sortudo. Mas foi estranho. Tão, tão estranho.”

Eu pergunto se ela acha que os filmes “Cinquenta Tons” podem ser feitos hoje, dado o quão carregado é o clima em torno da política pessoal e sexual.

“Não. Provavelmente não”, diz ela. “Mas o que há de errado com eles? É sobre uma dinâmica sexual específica que é realmente real para muitas pessoas.”

A trilogia “Cinquenta Tons” levou Johnson a um caminho inesperado como empresária da Maude, a marca de bem-estar sexual. Mais tarde, ela me leva para um jantar para a empresa, onde fala na frente de investidores, executivos da Sephora, empresas de private equity, uma dúzia de editores de beleza e Katie Couric, entre outros. A fundadora da Maude, Éva Goicochea, está ao lado dela, chorando. A notícia sobre a intenção da Suprema Corte de derrubar o direito ao aborto parece insuperável – e inextricavelmente ligada a uma marca dedicada à educação sexual e à agência de mulheres.

“Ter este jantar esta semana é realmente uma sorte”, diz Johnson na sala. “Precisamos ter muitas conversas sobre educação sexual e realmente ampliar isso em todo o país.”

Ela se senta e me encara. “Como eu fui? Eu tenho tanto medo do palco com falar em público.” Com as mãos cruzadas sob o queixo, ela examina a sala e me diz que, enquanto pesquisava para “Cinquenta Tons”, ela descobriu que muitos dos clientes de BDSM são CEOs poderosos. Ela olha para um cavalheiro careca em particular. “Eles querem saber o que fazer depois de um longo dia no escritório. Eles precisam da libertação.”

Johnson agora traz o bom, o ruim e o feio que ela experimentou nos sets de filmagem na TeaTime Pictures, que ela co-fundou com Ro Donnelly. Sua avó, por exemplo, não tem dúvidas sobre ela navegar na indústria. “Dakota tem muita resistência e fé em si mesma”, diz Hedren por e-mail. “Não é um negócio fácil. Você precisa ter a vontade de ter sucesso, e ela tem de sobra.”

A missão do TeaTime é ajudar vozes jovens e surpreendentes a negociar uma cidade assustadora, começando com Cooper Raiff, de 25 anos, escritor, diretor e estrela de “Cha Cha Real Smooth”. O filme de Raiff é uma história de amadurecimento engraçada e esperançosa sobre um recém-formado na faculdade (interpretado por Raiff) que faz luar como um iniciante de festa de bar mitzvah para ganhar dinheiro enquanto dorme no sofá da mamãe. O filme mergulha na ironia de um jovem sem rumo tentando ajudar meninos a se tornarem homens e explora a ideia de almas gêmeas através da propensão do personagem de Raiff a se apaixonar por mulheres mais velhas e fora de alcance.

Raiff vendeu Johnson e Donnelly em um arremesso e escreveu o papel de Domino – uma mãe solteira que está escolhendo entre viver seus 30 anos ao máximo e criar sua filha autista da sétima série – especificamente para Johnson. “Ela realmente entendeu a história que eu queria contar, que provavelmente é um pouco ingênua”, diz Raiff. “Ela adorou pelo que era, e ela poderia trazer a maturidade adulta para o roteiro.” O filme é um dos primeiros de Johnson como produtora, e Raiff acrescenta que ela foi indispensável. “Ela é muito experiente sobre relacionamentos e com quem você tem que ser legal, e quando você tem que dizer não às pessoas.” Johnson e Raiff adiaram suas taxas porque os financiadores não podiam arcar com os custos de fazer um filme durante o COVID.

No festival SXSW em Austin, ela viu “Cha Cha Real Smooth” com uma platéia pela primeira vez e chorou. Depois, membros da plateia autistas esperaram na fila para falar com Johnson, Raiff e a co-estrela do filme, a atriz autista Vanessa Burghardt. “Foi um momento muito desestabilizador e bonito”, diz Johnson. “Depois tive que ir beber três martinis.”

Johnson verifica seu relógio. Amanhã, ela deve ir a Toronto, onde está produzindo um programa de TV. Depois disso, ela aparecerá em Nova York, onde aparecerá na cúpula Global Citizen NOW e falará sobre direitos reprodutivos na CNN. Em julho, ela estará em um local não revelado no set de seu primeiro filme de ação, “Madame Teia” da Marvel, para o qual ela está colocando alguns músculos para poder fazer tantas acrobacias quanto a apólice de seguro permitir: “Sinto que posso provavelmente fazer algumas coisas de Tom Cruise,” ela diz animadamente.

Agora, é hora de irmos a um evento na Park Avenue. Ela sobe para se trocar e, quando saímos do hotel, Johnson é imediatamente ladeado por um segurança, que nos avisa sobre paparazzi do lado de fora. Ela continua andando em linha reta.

O que devo fazer? Eu pergunto.

Ela sorri, toda confiança. Então ela diz, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo: “Apenas entre no carro”.

Tradução: Equipe DJBR | Fonte

Confira a sessão fotográfia da Dakota para a Vanity Fair em nossa galeria.

SHOOTS NOMEADOS > 2022 > VANITY FAIR

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Nesta quarta-feira (01), foi divulgado que Dakota Johnson estampa a capa da nova edição da revista americana, Town&Country. Além de um ensaio fotográfico maravilhoso, Dakota também concedeu uma entrevista para o veículo. Confira abaixo a tradução:


Dakota Johnson é devastadoramente estilosa, inabalavelmente descolada e o brinde da crescente temporada de premiações. É de se admirar que ela esteja se divertindo muito?

Dakota Johnson estava dançando em um vestido vermelho justo, enormes brincos de argola douradas pendurados em suas orelhas. Ela estava no Telluride Film Festival alguns meses atrás para o lançamento de seu último filme, The Lost Daughter, escrito e dirigido por Maggie Gyllenhaal, quando a Netflix se ofereceu para oferecer um jantar ao elenco. “Maggie estava tipo,‘ Em vez de jantar, vamos dar uma festa ’”, diz Johnson. Então, eles convidaram todos os outros filmes em exibição no festival para um restaurante local, que rapidamente se tornou o evento mais badalado da cidade. Benedict Cumberbatch, Jamie Dornan e Kirsten Dunst festejaram enquanto Whitney Houston berrava nos alto-falantes.

Havia muito o que comemorar. Apenas 24 horas antes, The Lost Daughter havia estreado e sido aplaudido de pé no Festival de Cinema de Veneza. Após a exibição (Johnson esqueceu de trazer os óculos, mas ela relata: “Eu acho que foi lindo”) só houve tempo para uma rápida taça de champanhe antes que ela, Gyllenhaal e Peter Sarsgaard embarcassem em um jato para Telluride para fazer tudo de novo. Era muito para absorver. O filme, um retrato íntimo de mulheres complexas fazendo escolhas indescritíveis (também estrelado por Olivia Colman), foi filmado com um pouco de dinheiro em uma pequena ilha grega no auge da pandemia, um mundo longe do circuito de festivais. Agora, de repente, estava sendo considerado um grande candidato ao prêmio. Também havia a questão de simplesmente estar fora de casa.

Em um certo momento, Johnson e sua diretora deram os braços na pista de dança improvisada e olharam ansiosamente nos olhos uma da outra. As fotos geraram um frenesi no Twitter, assim como os momentos do tapete vermelho de Johnson fariam repetidamente durante a turnê de imprensa de The Lost Daughter, mas Johnson deu de ombros e disse: “Eu nem sabia que havia um fotógrafo lá.”

Não que ela tivesse feito algo diferente. Por que ela deveria? Johnson pode ser a pessoa perfeita para nos conduzir à Grande Restauração. Ela é uma estrela de Hollywood de terceira geração que liderou a franquia mais polêmica em anos, Cinquenta Tons de Cinza, mas se recusou a deixar qualquer uma dessas coisas defini-la. Estamos falando sobre uma mulher cuja personalidade pública é glamorosa, mas também friamente travessa; ela desmentiu abertamente (e de forma hilária) Ellen DeGeneres por mentir sobre uma festa de aniversário e sobreviveu para contar a história, e ela revelou recentemente que Jimmy Kimmel é um ótimo vizinho, “exceto que eles dão muitas festas e não me convidam”.

Certamente Kimmel atualizará sua lista de convidados para incluir a aspirante ao Oscar, que agora está se preparando para dirigir seu primeiro longa-metragem e, a se acreditar no New York Post, recentemente se mudou para uma casa de US$ 12,5 milhões [aproximadamente R$ 70,2 milhões] em Malibu com seu namorado rockstar, Chris Martin , que a chamou de “meu universo” no palco em outubro, uma rara confissão pública para o casal privado. Você pode culpá-lo? Ela é a garota do momento neste momento muito estranho.

As festas dançantes se tornariam uma tradição para a equipe de The Lost Daughter, que aconteceu novamente depois de uma exibição no Festival de Cinema de Nova York em outubro. Johnson e Sarsgaard compartilharam sua playlist com o DJ do Altro Paradiso no Soho. “Eram muitos Talking Heads, e The Cranberries”, diz Johnson, que – algum tempo depois, de volta ao hotel – usou um kit caseiro para fazer em Colman sua primeira tatuagem. (“Talvez tenha sido eu sendo completamente seduzida por essa pessoa linda e querendo que ela pensasse que eu era legal”, diz Colman. “Ou talvez fosse minha crise de meia-idade.”) Resumindo esse retorno pós-vacina à alegria, Johnson diz: “A questão é que as pessoas não estão se comportando normalmente. Se você vai a uma festa, você exagera.”

Nada sobre o caminho de Johnson poderia ser descrito como normal. Esta vida e carreira? Eles parecem predeterminados e impossíveis. Ela fez sua estreia na tela grande como um caso de Justin Timberlake em A Rede Social, mas o público já estava vagamente ciente dela. Ela foi Miss Golden Globe 2006, neta de Tippi Hedren, filha de Melanie Griffith e Don Johnson, enteada de Antonio Banderas. Ela era uma menina que – aos seis anos – entregou uma cesta de Páscoa para Madonna no set de Evita.

Johnson está sentada em um estande no Sunset Tower Hotel, a imagem do descolado em um vestido estampado laranja da Rodebjer, enquanto discutimos sua infância peripatética. O Tower Bar é um refúgio seguro para as celebridades, mas especialmente para Johnson, que celebrou seu 16º aniversário aqui. “Éramos eu e um bando de garotas na cobertura”, diz ela. “Tenho certeza que bebi uma garrafa de Hypnotiq.” Hyp- o quê? “Ninguém deveria saber o que é. É um licor. É azul brilhante. ” Depois de devidamente bêbada, ela e suas amigas correram para o outro lado da rua até o famoso Saddle Ranch, onde turistas montam um touro mecânico. E você montou? “Não”, diz ela, “Eu não montei no touro… Não naquela noite.”

Johnson aparentemente sempre soube o que ela estava fazendo e tem um radar perfeito para diversão. Quando ela disse ao pai que não iria pra faculdade para se tornar atriz, ele deixou de ajudá-la financeiramente, querendo ter certeza de que ela realmente iria trabalhar. E ela trabalhou, aparecendo em mais de 20 filmes na última década, de comédias de grande orçamento a dramas reflexivos e até mesmo um remake artístico do clássico de terror Suspiria. Só para constar, Johnson chama a atuação de “ancestral”, não de “genética”, e a distinção faz sentido. Em comédias como Working Girl, sua mãe era uma mulher heterossexual, com uma voz ofegante e uma sexualidade excêntrica. Johnson, por sua vez, é um fio elétrico – todas escolhas imprevisíveis, brandindo seu corpo como uma arma em filmes como A Bigger Splash de Luca Guadagnino, onde sua mera chegada a uma casa de férias ameaça derrubar o status quo. Não é só na tela que não conseguimos tirar os olhos dela. Lá está ela sentada na primeira fila da Gucci, apoiando seu amigo, o designer Alessandro Michele, ou nos tabloides, comprando e reformando a antiga casa de Ryan Murphy em Hollywood Hills, transformando-a em um retiro moderno perfeito de meados do século, decorado com obras de David Hockney e Alice Mann.

Nada poderia pará-la. Até, bem, tudo parar no início de 2020. “Eu estava, tipo ‘Uau, isso é selvagem,’” ela diz. “Todo mundo estava com um medo absoluto.” Como todos que tiveram sorte o suficiente para ficar em casa, ela fez algumas decisões estranhas, incluindo comprar uma casa no Colorado – sem ser vista – pois ela passou um tempo no estado quando criança. Foi uma decisão sentimental. Da mesma forma que ela escolhe seus projetos. Johnson é uma pessoa que sente em demasia; ela tem a palavra “tender [ternura]” tatuado em seu antebraço.

O mundo estava em lockdown havia 4 meses quando Gyllenhaal a ligou para falar que The Lost Daughter estava saindo do papel. Seria um dos primeiros filmes a ser gravado nessa era, e, embora já tivessem projetos competindo pela atenção de Johnson, ela não conseguia desapegar desse. À primeira vista, era uma escolha curiosa. O filme é baseado no livro de Elena Ferrante, mas não havia quase nada concreto no enredo. Olivia Colman interpreta Leda, uma professora de férias na Grécia que fica fascinada pela jovem mãe Nina (Johnson), viajando com seu marido, filha e uma grande família. Quando a filha de Nina desaparece brevemente, e Leda a encontra na praia, uma breve amizade surge entre as duas mulheres.

Apesar de Johnson ser uma “estrela de cinema”, como Gyllenhaal pontua, a história é contada através dos olhos da personagem de Colman. Mas, de certa forma, faz sentido Johnson ter se sentido atraída por um papel coadjuvante como este. Ela é uma atriz cujo corpo foi usado para vender uma franquia censurada que arrecadou mais de U$ 1 bilhão de dólares; The Lost Daughter oferece a ela a chance de empacotar algumas objetificações. Gyllenhaal diz, “Nina é muito incrível. Sua sexualidade é a moeda com a qual ela se move pelo mundo. E então, ela se encontra de repente nos – eu não sei, 30 – morrendo de fome.”

Johnson diz, “Nina era essa garota que é muito mais do que aparenta, e sente essa fome de ser vista. Foi uma honestidade que eu jamais tinha visto em um filme antes, mulheres que são imperfeitas e abertas e nem sempre bonitas.”

A fim de obter cenas difíceis para representar, Gyllenhaal sussurrava segredos nos ouvidos de suas atrizes e, em seguida, deixava as câmeras rolarem. Mas nem todo o trabalho foi difícil. Johnson havia comprado sua casa no Colorado, e quando descobriu que Colman compartilha de uma obsessão com design de interiores, as duas passaram horas em sites como 1stdibs e Chairish. Um sofá de tufos rosa agora faz parte da sala de estar de Johnson. Talvez algo tão cotidiano como achar tecidos fosse a libertação perfeita para um assunto tão difícil? Colman diz que é um pensamento legal. “Eu deveria dizer isso, mas na verdade nós nos divertimos muito,” ela me disse. “Quase frequentemente, se um filme se trata de um assunto difícil, você acaba rindo muito.”

Ainda, não havia distrações da essência da coisa. The Lost Daughter (que estreia nos cinemas em dezembro antes de estrear na Netflix na véspera de ano novo) traz questões difíceis sobre maternidade, sacrifícios, autovalorização e arrependimentos. Suponho que Johnson nunca tenha tido esse tipo de conversa com sua mãe. “Na verdade, eu falei com ela há algumas semanas. Eu estava tipo ‘Existe algo que você sempre sonhou em fazer, mas você nunca fez?’ E ela me disse ‘Não. Eu sempre quis ser mãe e eu queria ter uma família.’ Isso era coisa dela.”

Johnson talvez ainda esteja lutando com essas questões. (Ela é uma pessoa extremamente reservada. Quando questionada sobre onde ela mora atualmente, ela desvia: “Eu moro por todos os lados.”) Foi Johnson quem buscou por este projeto, e quando ela e Gyllenhaal se encontraram para almoçar, a diretora lembra, “Dakota disse para mim, ‘Eu quero ir fundo. Eu quero fazer um filme que eu possa explorar as coisas que estão na minha cabeça. E algumas dessas coisas são incomuns e dolorosas.’”

Há alguns meses Johnson estava em Bath, Inglaterra, gravando a adaptação moderna de Persuasion, obra de Jane Austen, que ocasionou uma infecção nos rins por correr pelas florestas com um espartilho – eufórica com o material, mas em constante dor. O romance é sobre Anne Elliot, que, a pedido de sua família, rejeita um homem apenas para se arrepender dessa decisão anos depois. É sempre uma febre quando se trata de Jane Austen em Hollywood, mas eu a perguntei o que a personagem tinha que a atraiu agora? “Parte foi ser sobre uma mulher que estava na família errada, no lugar errado e que nunca foi vista,” Johnson diz. “Ela tem esse coração enorme, mas que está preso.”

Em 2022, Johnson vai dirigir seu primeiro longa-metragem. O projeto ainda não foi anunciado, e ela teme até mesmo falar sobre isso, mas disse que se passa em “uma ilha mítica”. Sobre o projeto, ela diz: “Nós conversamos sobre outra pessoa dirigir, mas eu estava sonhando com isso, tendo ideias o tempo todo. Está em meus ossos, essa história. Eu fico tipo, ‘É muito cedo?’ Mas está acontecendo. Eu vou fazer isso.” Isso parece ser exatamente o que funciona melhor para Johnson: dance como se ninguém estivesse olhando, e o mundo pode não ser capaz de desviar o olhar.

Tradução: Equipe DJBR | Fonte


Confira a sessão fotográfia e os scans da Dakota para a Town&Country em nossa galeria.



Foi divulgado na terça-feira (02), que Dakota Johnson é nova estrela da capa da revista The Hollywood Reporter. Além de estampar a capa, ela concedeu uma entrevista e um incrível ensaio fotográfico para o veículo. Confira a tradução na íntegra:

Dakota Johnson entra no Tower Bar em West Hollywood, um local que ela escolheu e que oferece uma justaposição da antiga proveniência de Hollywood (que já foi o apartamento de Bugsy Siege) e o novo chique milenar. O mesmo pode ser dito sobre Johnson, que vem da realeza de Hollywood como filha de Melanie Griffith e Don Johnson e neta de Tippi Hedren, mas que tem um estilo e uma abordagem de carreira próprios. Nesta fria tarde de outubro, Johnson acabou de chegar de sua casa em Hollywood Hills que ela comprou em 2016 (ela e seu parceiro de quatro anos, o vocalista do Coldplay, Chris Martin, recentemente se mudaram para sua propriedade compartilhada em Malibu, mas ela está usando o teclado de Hollywood hoje para acompanhar a leitura do roteiro e outros trabalhos). Ela está usando um vestido de tricô verde exuberante, bolsa Gucci de veludo vermelho e jaqueta de couro preta, uma tatuagem com a palavra “céu” aparecendo por baixo da manga. A tinta é recente. “Eu estava pensando: ‘E se esta vida for o paraíso, e isso é o melhor que existe? E depois?’”, Explica ela enquanto bebe um café gelado com leite de amêndoas.

“Porque durante a covid, comecei a me sentir bem sombria. Foi inspirador abraçar [aquela questão existencial] de uma maneira diferente. E para estar mais ciente do que posso fazer a cada minuto para tornar as coisas melhores para mim e para as pessoas ao meu redor. E isso é realmente apenas uma escolha. É apenas uma decisão.” Antes de chegar à nossa mesa no terraço, ela parou para conversar com seu diretor de Cinquenta Tons de Cinza, Sam Taylor-Johnson, e o diretor de cinema da MGM, Michael De Luca, que produziu a trilogia de $ 1,3 bilhão de dólares. O momento simboliza o passado da atriz, aquele que a viu prevalecer como Anastasia Steele em um dos processos de casting mais examinados na memória recente. Mas em vez de apostar no sucesso de Cinquenta Tons, que fez história em 2015 com a maior estreia de um filme dirigido por mulheres, em uma filmografia focada na bilheteria, Johnson optou por um caminho diferente.

“Eu acho que é muito inteligente quando os atores que alcançam esse nível de onipresença e podem saltar para um sucesso mais convencional, mantêm a disciplina de trabalhar com diretores de qualidade”, diz De Luca. “Dakota tem sido muito inteligente em garantir que está sempre alinhada com os diretores de qualidade. Então, tudo está à sua disposição – filmes comerciais, interessantes e filmes indie provocativos. Agora ela pode ter tudo.” E, de forma revigorante, enquanto outras atrizes de sua geração parecem roteirizadas quando publicam seus projetos na TV, Johnson muitas vezes oferece uma reprimenda refrescante de não se importar sobre o estado das coisas. Em uma conversa com Ellen DeGeneres que se tornou viral em 2019, a apresentadora de talk show reclamou que não foi convidada para a festa de aniversário de 30 anos de Johnson. “Na verdade, não. Isso não é verdade, Ellen. Eu te convidei e você não veio. pergunte a todos”, disse ela sem rodeios.

Foi uma jogada que Drew Barrymore ainda elogiava dois anos depois, quando Johnson apareceu em seu talk show, arrancando grandes risadas da atriz. Johnson, 32, é literalmente a próxima geração de Hollywood e está pronta para ter tudo de uma forma que até mesmo seus antepassados ​​famosos, com o alcance de um pivô de queima lenta que se concretiza com quatro filmes que ela filmou durante a COVID-19. O primeiro é o Festival Internacional de Cinema de Veneza. The Lost Daughter, que a Netflix lançará em 31 de dezembro. Dirigido por Maggie Gyllenhaal e baseado no best-seller de Elena Ferrante de 2006, Johnson tem uma atuação assustadora como uma jovem que se afoga em incertezas sobre seu papel de mãe. Mas ela não era a escolha óbvia para Gyllenhaal. No outono de 2019, Johnson leu o roteiro de Gyllenhaal e decidiu fazer o papel de Nina.

“Eu nunca tinha lido mulheres escritas assim”, lembra ela. “Nina está lutando, ela está desaparecendo. Ter essa mulher cuja paisagem interna é tão diferente do que ela está projetando foi muito, muito especial. Porque você a vê, e ninguém está pensando na mente daquela garota. Não sou mãe, mas sei o que é sentir medo ou ficar tipo, ‘Serei uma boa mãe?’ Mas, por alguma razão, existe esse estigma em torno de falar sobre isso. E há um estigma em torno de ter apenas o pensamento de, ‘E se eu sair por aquela merda de porta? Por uma semana ou um minuto para fumar um cigarro. Mas você não deve dizer isso em voz alta. Porque? É tão humano e tão identificável.”

As duas mulheres se encontraram para almoçar em um pequeno café no centro de Manhattan depois que Johnson estendeu a mão. Gyllenhaal, que nunca tinha visto a franquia de filmes Cinquenta Tons, achou que suas ideias eram convincentes, mas tinha sido cética quanto à escalá-la, até se sentar com ela.

“Em cinco minutos, estávamos falando sobre as partes mais íntimas e vulneráveis ​​de sermos nós mesmas, sermos mulheres no mundo e por dentro. E é assim que Dakota é”, lembra Gyllenhaal. “Eu nunca tive qualquer outra experiência com ela. Ela simplesmente não está interessada em nada, exceto naquele tipo de conversa muito íntima e real. No filme, Olivia Colman interpreta Leda, uma yin para o yang de Nina como uma mulher mais velha que tomou as rédeas de sua vida, embora isso tenha causado dor a ela e sua família. Segurar o próprio adversário a um vencedor do Oscar e do Emmy como Colman não é uma tarefa fácil. Como resultado, Johnson se encontra na conversa da temporada de prêmios na corrida pela atriz coadjuvante.“ Ela é alguém de quem espero nunca me afastar em minha vida”, diz Johnson sobre Colman. “Estávamos mandando mensagens de texto esta manhã, e é maravilhoso estar por perto o tempo todo. Este filme é muito intenso, mas no minuto em que não estávamos gravando, eram risos e bobagens. Todos os dias depois do trabalho, íamos nadar, tomar vinho e jantar. Acho que parte do motivo pelo qual há tanta energia neste filme é porque não é como se estivéssemos sempre nessa mentalidade distorcida, fodida e deprimente. Conseguimos interpretar. Então, íamos a esses lugares realmente extremos dentro da cena. Então, no minuto que chamaríamos de ‘corte’, Olivia e eu estamos olhando móveis online e rindo de besteiras.”

The Lost Daughter é apenas um dos filmes divergentes programados para estrear no próximo ano que oferece 50 tons de Dakota. Também no horizonte está a interpretação de Carrie Cracknell de Persuasão, com Johnson como protagonista de Anne Elliot, a mais independente e indiscutivelmente matizada de todas as heroínas de Jane Austen.

“Sou grata aos meus pais e à minha vida louca” — a única razão pela qual sou do jeito que sou é por causa de como cresci.”

No ano anterior, a atriz também assumiu um papel inteiramente novo, o de produtora. Dois anos atrás, ela lançou o TeaTime Pictures com a ex desenvolvedora executiva da Netflix, Ro Donnelly, e silenciosamente construiu uma lista de cerca de 25 projetos, incluindo dois filmes finalizados, Tig Notaro, e Stephanie Allynne, dirigindo Am I OK? (o drama lésbico de debutante foi submetido ao Sundance) e Cha Cha Real Smooth, de Cooper Raiff, que gira em torno de uma mãe e sua filha autista.
Donnelly e Johnson, que são igualmente tatuadas e parecem irmãs, se conheceram em 2019 por meio de um amigo em comum. Seus projetos estão agora configurados em toda a cidade, incluindo a série de TV Cult Cult Follow (Johnson vai estrelar ao lado de Riley Keough, sua melhor amiga desde os 15 anos) e Mad, Bad & Dangerous to Know na MGM com De Luca (o filme é centrado em uma gêmea idêntica que tenta roubar a vida “perfeita” de sua irmã).

“Acho que o que nos atraiu foi que temos esse mesmo gosto que era muito específico”, disse Donnelly, natural da Irlanda. “Temos essa ardósia de banana que é tão empolgante, porque acredito que ela pode fazer qualquer coisa; eu vi isso. Eu a vi tomada após tomada após tomada no set, e ela é o verdadeiro negócio. Ela é uma verdadeira artista, e tão criativa em todos os aspectos que sinto que apenas arranhamos a superfície com o que vimos dela.”

Quando criança, não houve um momento “aha” quando Johnson percebeu seu chamado. “Atuar foi sempre – realmente sempre – o que eu queria fazer”, diz ela. “Mesmo quando eu era tão pequena e estava no set com minha mãe, era um desejo profundo fazer isso. Eu queria ver cada pessoa fazendo seu trabalho. Eu não conseguia o suficiente.”

Naqueles anos de formação, ela assistia obsessivamente à filmes, o mesmo duas vezes por dia, todos os dias. Primeiro foi Mary Poppins, depois O Mágico de Oz e depois Esqueceram de Mim. Ela ainda pode ir quadro a quadro e contar o que cada um está vestindo e quais são suas falas. Griffith finalmente cedeu aos apelos de sua filha de 10 anos e permitiu que ela fizesse um pequeno papel em Crazy in Alabama, de seu então marido, Antonio Banderas.

“Eu estava interpretando a filha da minha mãe, e a minha irmã mais nova [Stella Banderas] também. Era um caso de família. Mas eu levei aquilo muito a sério.” Diz Johnson. “Depois daquilo, eu não trabalhei até eu ter 18 ou 19. Se dependesse de mim, eu teria deixado a escola. Mas meus pais queriam que eu terminasse, o que era irônico porque a primeira metade da minha vida foi viajando e nunca tive que ir à escola e estar com um tutor. Eu nunca fiz um ano completo na escola até eu ter 11 anos, e isso foi em São Francisco porque meu pai estava filmando Nash Bridges.”

Lá, ela se destacou academicamente, mas então teve que se mudar de volta para L.A. e matricular-se em outra escola. Depois disso, ainda tiveram mais quatro escolas. “Talvez aquilo fosse desestabilizador, mas eu nunca olhei dessa forma”, ela disse.” “Eu estava rodeada por muitas pessoas, meus pais com seus respectivos cônjuges, babás e tutores, amigos e professores e então os pais dos amigos e os namorados dos pais. Eu queria aprender de todo mundo. E eu ainda sou desse jeito. Eu sou muito agradecida aos meus pais e a minha vida louca pois a única razão que eu sou do jeito que sou é por conta de como eu cresci. E isso veio com algumas visões desagradáveis para uma criança, tendo que lidar com conteúdo adulto ainda jovem e, ainda, tendo uma vida pública algumas vezes. Mas então, do lado mais leve disso, as coisas eram realmente bonitas, privilegiadas, pedagógicas, e ainda tinham as viagens e os artistas. Eram as duas coisas: pesado, pesado, pesado e pesado e tinha a parte leve, leve, leve, leve.”

Com a condição dos pais de só atuar depois que finalizasse o ensino médio, Johnson não guarda ressentimentos. “Eu estou feliz. Eu acho que as coisas são como deveriam ser.”

Aos 18 anos, ela assinou um contrato com o produtor Jason Weinberg. Em seguida, ela adicionou o agente da WME Andrew Dunlap. Em uma raridade em Hollywood, ela permanece com os dois até hoje. (Ela está também com o mesmo publicista, Robin Baum, que ela conhece desde que tinha 6 anos de idade, quando Baum representou Griffith e Banderas.)

“Eu queria crescer com pessoas. Eu não estava interessada em me apoiar nos ombros de outras pessoas para chegar em algum lugar,” ela diz. “Eu me importo muito em confiar nas pessoas e ser confiável pois nessa indústria, só se prospera com colaborações. Você não consegue fazer isso sozinho.”

Não demorou muito para que Johnson conquistasse seu primeiro papel como adulta em The Social Network, de David Fincherm, produzido por DeLuca e Dana Brunetti. (Ambos produziram a trilogia de Cinquenta Tons.) “Eu me lembro que Dana e eu fomos surpreendidos pela sua breve aparição em The Social Network,” disse DeLuca. “Mesmo naquela única cena que ela tinha com Justin Timberlake, nós pensamos que ela era muito convincente. Então, tendo trabalhado com ela, nós falamos sobre ter ela em Cinquenta Tons. E ter todo o peso dessa franquia nos ombros dela e fazer aquela personagem tridimensional foi maravilhoso.”

Durante sua primeira audição para Cinquenta Tons, ela pediu para entregar pessoalmente o monólogo para Ingmar Bergman. Ela leu o script e estava animada pela visão despojada de Taylor-Johson dos livros de E.L James que remeteu a 9½ Weeks, thriller erótico de Adrian Lyne em 1986.

“Eu não podia falar para ninguém. Ninguém da minha família sabia”, Johnson destaca. “Eu estava no elenco e eu lembrei que eu conversei com Emily Blunt, e eu estava tipo, ‘Eu deveria fazer essa trilogia? Por que eu realmente quero ter uma carreira especial, e eu quero fazer um filme certeiro. E eu sei que isso vai mudar as coisas.’ Ela falou ‘Super faça se parece certo. Sempre faça o que você quer fazer.'”

As coisas realmente mudaram (múltiplos escritores foram trazidos para trazer mais alinhamento para a fantasia erótica de James), ou seja, o script inexplicavelmente não trouxe Taylor-Johnson para o segundo filme (o diretor batalhou criativamente com James). Por fim, Johnson não tem arrependimentos.

“Eu sinto como se eu não tivesse sido valorizada [por causa do papel]”, ela disse. “Eu acho que eu poderia ter ido em uma direção certeira, mas não era o que eu estava interessada.”

O que a interessou foi continuar trabalhando com autores como Fincher e Taylor-Johnson. E as suas escolhas de prosseguir com Cinquenta Tons mostraram que ela prioriza qualidade a estrelato. O diretor de Call Me By Your Name, Luca Guadagnino, se tornou um triunfo na carreira de Johnson quando ele a colocou no elenco de seu drama psicológico, A Bigger Splash, em 2015. Guadagnino estava procurando por uma atriz para fazer a adolescente sensual de 17 anos que fingia ter 22, Penelope. Um agente amigo o colocou num evento secreto para promover Cinquenta Tons, e Guadagnino parou no meio do caminho.

“Eu vi um elemento misterioso e cheio de ferocidade, mas também, um clássico tipo belo de rosto, e uma atriz,” lembra Guadagnino, que então, foi se encontrar com Johnson em sua casa na Itália. “Eu imediatamente fiquei impactado com sua inteligência, seu humor perverso e todos os elementos que eram exatamente o que eu estava procurando em Penelope, mas também, era quem eu procurava para estabelecer um tipo de relacionamento. Ela se tornou uma das minhas melhores amigas.”

Guadagnino veio a desenvolver em 2018 o script do remake do terror sobrenatural Suspiria, especialmente para Johnson. “Como atriz, eu amo as escolhas que ela tem feito pois ela está fazendo algo muito inteligente e holístico,” ele acrescenta. “Ela não está procurando apenas por uma personagem, ponto. Ela está procurando uma grande personagem que pode, ao mesmo tempo, ser parte de um grande projeto.”

Com a trilogia de Cinquenta Tons lançada, Johnson pegou papeis menores em filmes que tinham parcerias com grandes nomes, como em 2015 em que Johnny Depp estrelou Black Mass, de Scott Cooper e em 2019, The Peanut Butter Falcon, antagonista de Shia LaBeouf, que mais tarde surpreendeu com o hit indie que arrecadou $23 milhões de dólares ao redor do mundo. “Eu não presto atenção no barulho”, disse Johnson, que pratica Meditação Transcendental diariamente. “Eu presto atenção se o script é bom e se as pessoas envolvidas são boas”.

Alguns barulhos são impossíveis de bloquear. Como o poder do movimento #MeToo e o clamor da cultura do cancelamento, que percorreu ao redor de Hollywood nos anos recentes e colocou muita pressão sob suas parcerias antigas como Depp, LaBeouf e Armie Hammer, com o risco de nunca mais retornar à profissão após alegações de abusos e, para alguns, sem oportunidade de redenção.

“Eu nunca passei nada de primeira mão com essas pessoas,” ela disse. “Eu tive ótimos momentos trabalhando com eles; eu fico triste por pessoas que precisam de ajuda e, talvez, não a tenham a tempo. Eu fico triste por qualquer um que foi prejudicado ou machucado. É realmente muito triste. Eu acredito que as pessoas possam mudar. Eu quero acreditar no poder da mudança do ser humano para mudar e evoluir, ter ajuda e ajudar outras pessoas. Eu acredito que definitivamente há uma correção maior acontecendo. Mas eu acredito que há um jeito do pêndulo achar o meio. A maneira que os estúdios foram executados até agora, e ainda são, ficou para trás. É uma mentalidade muito antiquada sobre como deveria ser feito, quem deveria estar dentro, quantos as pessoas receberiam, o que igualdade e diversidade são. Às vezes, o antiquado precisa sair para o contemporâneo chegar. Mas, sim, a cultura do cancelamento é uma merda deprimente. eu odeio esse termo.”

Nessa tarde de outono, Johnson está debatendo se quer se juntar ao elenco de Eternals (“Choé Zao é um gênio”) ou se vai continuar planejando um encontro com sua mãe. Momentos com a família tem sido escassos com a COVID. Ela passa o tempo que pode com sua avó, Hedren, e permanece próxima a sua extensa tribo de meios-irmãos. “Eu não vejo meu pai há um tempo pois ele vive em Montecito e ele está com 70 anos, e nós queremos que ficar seguros,” ela disse. “Eu vi minha mãe um pouco, tem sido estranho. Se eu estou trabalhando, eu realmente não posso estar com os meus pais pois eles são mais velhos. Mas meus amigos e meu namorado [Martin], nós estamos sempre juntos, e isso é ótimo.”

Como qualquer outro casal ao redor do mundo, ela e Martin assistiram Squid Game. “É muito intenso,” ela se anima. “É muito confuso pois tem muita alegria em alguns momentos e, em seguida, é terrível. E é um combo muito interessante.”

Estar em casa trouxe à Johnson um tipo anonimato que foi tirado dela desde seu nascimento no Texas, filha de duas das maiores estrelas dos anos 80 de Hollywood. Agora, sendo a metade de um casal famoso, ela está rodeada de paparazzis, mesmo na era COVID. “Eles se graduaram para serem sorrateiros, vermes sorrateiros em pestes que você pode ver. Eles são germes invisíveis. Eles são como a COVID, horríveis e mortais,” ela disse. “Eles se escondem em carros. Se você vai ter esse tipo de trabalho, pelo menos o faça com alguma integridade. Saia do carro e tire uma foto. É realmente assustador nunca saber quando você é fotografado. É doentio. Mas ai vem o ‘você escolheu essa carreira, lide com isso’. Mas não, ninguém deveria ter que lidar com isso. Com sorte, eu descobri jeitos de fugir deles, e eu não vou revelar meus segredos. Mas verdadeiramente precisa de muito esforço para ter uma vida privada.”

É algo que a autora Elena Ferrante, que é um pseudônimo, tem feito para despistar os esforços globais para desmascarar sua identidade. Johnson disse que Gyllenhaal se encontrou com Ferrante e recebeu sua benção. Além disso, ninguém sabe nada sobre a mente brilhante de The Lost Daughter. “O que é muito legal é que ela pode ser uma mulher. Ela pode ser um homem. Podem ser dois homens. Podem ser duas mulheres. Pode ser um homem e uma mulher, o que torna esse olhar feminista totalmente de pernas para o ar.”

Por agora, Johnson está aproveitando sua folga para colher os frutos de seu bloqueio produtivo antes de mergulhar de volta a rotina. Ela e Donnelly possuem projetos alinhados para a manter ocupada pela próxima troca de geração. Ela possui um filme da Amazon sendo produzido pelo diretor de Euphoria, Augustine Frizzell, desenvolvendo uma adaptação de um livro que a estreará como diretora. De volta para 2013, ela apareceu no final da série The Office, que estava programado para ter uma serie de spin-off que ela iria liderar. Isso nunca aconteceu, o que provavelmente mudou sua trajetória.

“Se tudo desmoronasse, talvez você me encontraria no spin-off de Office que ninguém quer assistir,” ela disse, rindo, depois ficando seria de novo. “Eu não sei em que mundo isso teria funcionado pra mim criativamente. Eu descobri que quando algo é bem sucedido, mesmo quando não há mais nada, eles apenas continuam a torcer a história da toalha. Às vezes as coisas precisam terminar quando deveriam terminar.”

Tradução: Equipe DJBR | Fonte

Confira todas as scans e sessão fotográfica da Dakota para o The Hollywood Reporter em nossa galeria.

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A marca italiana Gucci está completando 100 anos e em comemoração ao centenário, chamou 7 grandes nomes para fazer parte de sua nova campanha.

A campanha é para a linha de bolsas Beloved, que será lançada no dia 22 de abril, e conta com a participação de Dakota Johnson, Sienna MillerHarry Styles, Diane Keaton, Awkwafina, Serena Williams e James Corden.

Enquanto esperamos pelo lançamento, confira uma foto de Dakota para a campanha, divulgada pela ELLE.



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