Quem entre nós poderia resistir à corrente de choque de Connell? O apetite pelo ator Paul Mescal ultrapassou de o garoto irlandês incompreendido para o alto nível objeto de desejo quando ele interpretou o destruidor emocional e famoso usuário de colares Connell Waldron na adaptação de Normal People, de Sally Rooney. O intimidante e coordenado misto de sexy, inteligente e um pouco melancólico de Mescal deixou os corações pulsando, assim como a sua propensão à fabricação de desejos para o menor dos curtas-metragens. Ao invés de vestir sua capa e cair na toca do coelho das matinês da Marvel, Mescal está estrategicamente se apegando ao veterano americano não-tão-bonito Benjamin Millepied, readaptação de Carmen, de Georges Bizet, em que é um rapaz problemático no drama da A24, God’s Creatures, e um pai de final de semana na agradável estreia de Charlotte Well, Aftersun. Por mais ocupado (e potente eroticamente) que ele possa ser, Mescal ainda achou um tempo para conversar com sua antiga colega de elenco Dakota Johnson, que, como o resto de nós, não resistiu aos seus charmes.
PAUL MESCAL: O que está acontecendo?
DAKOTA JOHNSON: Oh meu Deus. Já está gravando?
MESCAL: Eles não estão brincando.
JOHNSON: Olhe para o seu rostinho.
MESCAL: Esse short deve ser a coisa mais horrível do planeta.
JOHNSON: Deixe eu ver. Oh meu Deus, eu não aguento.
MESCAL: Sim, ridículo. Onde você está?
JOHNSON: Estou em Boston. Trabalhando por ai.
MESCAL: Bem, você está fantástica como sempre.
JOHNSON: Como você está? Estou com saudades.
MESCAL: Estou com saudades também. Acabei de chegar de Toronto. Eu literalmente sai do avião e estou aqui nesse short pequeno.
JOHNSON: O que você fez lá?
MESCAL: Carmen e Aftersun foram gravados lá.
JOHNSON: Wow. Carmen. Eu sei que nós não tínhamos combinado de falar sobre esse. Eles me mandaram links dos seus dois filmes e eu ainda não tive tempo de assisti-los.
MESCAL: Não se preocupe com isso. Eu sei que você é muito ocupada.
JOHNSON: Vou te fazer algumas perguntas sobre cada um, e então assistirei os dois filmes, retrospectivamente.
MESCAL: Ótimo.
JOHNSON: E quando o artigo sair, nós vamos analisar juntos e checar os fatos. [Risada]
MESCAL: Desculpe, mas isso é um trailer ou um camarim?
JOHNSON: É o meu trailer.
MESCAL: Caramba, parece um hotel.
JOHNSON: Aqui é onde eu vivo. É a minha nova casa em Boston.
MESCAL: Legal.
JOHNSON: Está com inveja?
MESCAL: Eu sou muito invejoso. Nunca tinha visto um trailer como esse.
JOHNSON: [Risada]
MESCAL: É mais legal que o hotel em que estou.
JOHNSON: Você está em seu hotel agora?
MESCAL: Tenho que voltar para gravar depois que terminarmos.
JOHNSON: Para o que voce está gravando?
MESCAL: Entrevista, para esta entrevista.
JOHNSON: Oh, isso é estranho. É assim que você pensa que acontece na sua cabeça e nunca acontece da mesma forma.
MESCAL: Sim, é estranho.
JOHNSON: Você está muito bem.
MESCAL: Obrigado. Aliciadora.
JOHNSON: Não, mas tipo, você está bonito.
MESCAL: Obrigado.
JOHNSON: Para onde você irá depois de Londres?
MESCAL: Nashville.
JOHNSON: Phoebe [Bridgers] está em Nashville?
MESCAL: Sim, nós vamos por alguns dias e depois voltaremos para ficar em Nova York por uma semana.
JOHNSON: Estamos permitidos falar sobre Phoebe ou deveriamos deixar pra lá?
MESCAL: Vamos manter isso em mistério.
JOHNSON: Gostei disso. Gosto de fazer isso também, obviamente. Ok. Então quando você realmente ficou queimado de sol em Aftersun, e usou o produto pós-sol, quão emocional foi aquilo pra você?
MESCAL: Foi mais como um critério para a visão emocional interna de Calum. Até mesmo agora quando eu penso sobre o produto pós sol, eu quero chorar.
JOHNSON: [Risadas] Eu também. Por você. Mas de verdade, eu me lembro quando você estava para fazer esse filme. Você estava tipo “Vou interpretar um pai e isso é muito estranho pra mim”. Como aquilo funcionou?
MESCAL: Eu acho estranho pois as pessoas dizem pra você que você não deveria fazer. Como um ator jovem, eles são tipo “Cuidado, não vá fazer isso muito cedo ou você criará um padrão”.
JOHNSON: Por que? Porque eles pensam que vão te envelhecer ou algo assim?
MESCAL: Sim. E eu sou tipo “olhe pra mim. Não pareço ter a idade que tenho, eu pareço mais velho”.
JOHNSON: Você parece que ainda mora com seu pai.
MESCAL: Pareço ter 47 anos.
JOHNSON: Não, não parece.
MESCAL: Sinto como, falando no geral, eu pareço ter minha idade ou mais velho, pelo menos.
JOHNSON: Você parece como se vivesse em casa.
MESCAL: Bem, o elenco e o director de Aftersun discordam de você.
JOHNSON: [Risadas] Okay. Pensei que estava falando sobre interpretar um pai jovem.
MESCAL: Sim, foi esse o caminho que tomamos inicialmente. No inicio do filme, Sophie, minha filha, e eu fomos confundidos como irmãos. Ele é descrito como um jovem pai, se parece com um jovem pai, é um cara novo. Eu acho interessante quando você vê uma pessoa que é nova em uma posição de responsabilidade e que é muito bom em ser pai, mas ainda é uma luta se faz 30 anos.
JOHNSON: Como é a dinâmica de relacionamento entre você e sua filha no filme?
MESCAL: Eu interpreto um pai solteiro, ela gasta a maioria de seu tempo com a mãe em Edimburgo, e eles são tipo melhores amigos, eu e minha filha. Frankie Corio interpreta ela e ela é a pessoa mais fácil de se apaixonar em todo o planeta Terra. Ela é muito, muito especial. O relacionamento meio que se espelhou nisso. Mas tem todo o drama do filme, o que eu gosto. Você frequentemente vê pais ausentes nas configurações tradicionais de dramas, e você fica tipo “oh, ele está encaminhando para ter um momento de esclarecimento.” Considerando que com Aftersun, ele é muito bom em ser pai e em enfrentar tudo. Ele meio que se odeia em alguns momentos e nunca mostra isso para sua filha, o que é dramaticamente muito interessante e triste.
JOHNSON: Isso realmente é interessante e triste. Mas, também, como eu gostaria de ver mais homens retratados assim em filmes.
MESCAL: Nós vimos pais ausentes milhares de vezes. Eu acho difícil de interpretar esse papel por conta – talvez eu esteja generalizando, mas essa é uma característica que eu associaria a alguém que está mais cansado. Calum tem entusiasmo pela vida 80% do tempo, e então há os 20% incapacitantes da visão interna dele mesmo que domina o momento e parece…
JOHNSON: Isso parece você para mim. Você tem um desejo pela vida que eu amo.
MESCAL: Você tem um desejo pela vida que eu amo.
JOHNSON: Eu?
MESCAL: Acho que sim. Calum me parece familiar também, em alguns momentos.
JOHNSON: Sim. Onde você gravou esse filme?
MESCAL: Na Turquia.
JOHNSON: Qual era o sotaque?
MESCAL: Edimburgo, Escócia.
JOHNSON: Legal. Não é estranho quando você faz um trabalho, e você se satura com as pessoas ao seu redor tão profundamente que partir parece um pouco de partir o coração, ou um pouco de você não pode deixar ir?
MESCAL: A Filha Perdida era isso, certo?
JOHNSON: Foi assim, com certeza. Eu estava tão deprimida depois de A Filha Perdida .
MESCAL: É a pior parte do nosso trabalho, eu acho, categoricamente.
JOHNSON: Eu tive uma verdadeira recaída depois disso.
MESCAL: Você se lembra de me ligar quando eu estava na Austrália, do nada, e você estava tipo, como está seu coraçãozinho?
JOHNSON: Ah, eu disse isso?
MESCAL: Sim, você fez. Isso foi fofo.
JOHNSON: Oh meu Deus. Eu me lembro disso. Lembro-me da maioria dos nossos FaceTimes e conversas, exceto as que temos quando estamos bêbados.
MESCAL: Com certeza.
JOHNSON: Quantos dos filmes que você fez depois de The Lost Daughter foram inspirados por mim? Quanto eu sou uma parte de sua carreira como ator? [Risos]
MESCAL: Você é…
JOHNSON: Você quer que eu também esteja na sessão de fotos com você?
MESCAL: Acho que as pessoas ficariam loucas por mim e por você com essa roupa combinando, lado a lado.
JOHNSON: É realmente um visual forte. Você fica bem em shorts curtos. Você pode pedir para mantê-los?
MESCAL: Não os quero. [Risos] Eu tenho um guarda-roupa de shorts bem extenso.
JOHNSON: Nós sabemos, Paul. Desculpe, eu sei que isso é uma nota lateral. Mas você viu Carmen pela primeira vez no Toronto [Film Festival]?
MESCAL: Sim, eu vi. Impressionante.
JOHNSON: Você adorou?
MESCAL: Sim, estou muito orgulhoso disso.
JOHNSON: Eu vi Ben [Millipied, o diretor de Carmen] alguns meses atrás em Los Angeles, e ele estava dizendo o quão incrível foi. Quero dizer, obviamente ele não estava dizendo que o filme dele é incrível, mas ele estava dizendo que você era incrível.
MESCAL: Isso é bom. Eu não sei como você se sente sobre isso, mas eu meio que gosto de assistir minhas coisas de volta. Eu acho que é importante olhar para suas coisas desde o início. E então, quando me sento pela primeira vez para assistir com o público, fico tipo, por que estou fazendo isso comigo mesmo?
JOHNSON: Então você gosta de assistir playback?
MESCAL: Não, eu nunca assisto playback. Assistir sozinho ou com alguém em quem realmente confio para dizer: “O que você acha do filme?” é ótimo. Mas assistir à primeira exibição pública é um nível de tortura que eu não infligiria ao meu pior inimigo.
JOHNSON: É outro anel do inferno, sim. A única vez que eu senti, “Oh meu Deus, isso é incrível”, foi assistir Cha Cha Real Smooth em um cinema.
MESCAL: Tão bom, aquele filme.
JOHNSON: Obrigado. Mas quero dizer, o filme era meu bebê. Eu estava lá a cada passo do caminho. Então eu acho que quando você está tão dentro de algo, então vê-lo em um cinema e realmente sentir as reações das pessoas, isso foi uma loucura.
MESCAL: Bem, eu não assisto o filme. Foi a mesma coisa com As Criaturas de Deus.
JOHNSON: É muito estranho. Quem dirigiu As Criaturas de Deus ?
MESCAL: Anna Rose Holmer e Saela Davis.
JOHNSON: Como você gostou de trabalhar com dois diretores?
MESCAL: Foram dois pelo preço de um. Você obtém duas vozes incrivelmente articuladas e criativas e dois pares de olhos no mesmo material. É o personagem mais sombrio que eu fiz, e eles eram tão sensíveis e conscientes de que seria um processo complicado.
JOHNSON: Quando você está interpretando um personagem mais sombrio, você se diverte com isso, ou você vai para um lugar sombrio em si mesmo?
MESCAL: Se me sinto constrangido, é normalmente quando me sinto bobo e isso não é um sentimento bom pra mim. Eu fico muito ciente que eu estou em meu corpo e estou seguro e está tudo bem, mas não me sinto confiante como ator pra distanciar a mim e ao meu personagem como “isso é tudo apenas diversão e jogos”, pois não é nada disso. Seu corpo está passando por maus bocados. Se o personagem é perturbado eu fico incrivelmente nervoso porque tem toda a pressão de entregar algo que você está imaginando em sua própria cabeça. Isso é muito sério. Mas quando você termina o dia, você está tipo “nossa, quão ridículo foi aquilo? Eu estava chorando por causa dos problemas de outra pessoa”. Alguém provavelmente escreveu isso há anos e, agora, você está atualizando isso e sentindo esses sentimentos e seu corpo está tipo “o que diabos aconteceu?”.
JOHNSON: Sim, totalmente. É exaustivo.
MESCAL: E eles falam para cortar, e você vai para casa e vai para a cama e pensa “ok, vamos fazer isso de novo amanhã”.
JOHNSON: Bizarro. Agora você está nessa posição em sua carreira onde as pessoas estão animadas sobre você como ator, e querem trabalhar com você, o que faz você decidir o que irá fazer?
MESCAL: É uma resposta tediosa, mas eu sinto que é aquela clássica regra de três que você tem na escola de teatro. É tipo, bom roteiro, bom diretor, bom personagem – se você tiver dois desses, você será bom. A ideia é ter os três, mas se há pelo menos dois deles, você pode realmente ser convincente ficando atrás, então você só precisa ter certeza que está no topo do seu jogo. Eu busco pelos três. Se são dois, eu tipo “eu quero fazer isso, mas fico com medo de não ser bom”.
JOHNSON: Como voce se sente sobre as audições?
MESCAL: Acho muito dificil.
JOHNSON: Eu odeio. Não conheço ninguém que goste.
MESCAL: Alguém me disse que você deve tratar a audição como uma oportunidade de atuar. A ideia disso é legal, mas não concordo com isso.
JOHNSON: Você tem que fazer mais autogravações do que ir a algum lugar?
MESCAL: Não me lembro da ultima vez que fui a algum lugar.
JOHNSON: Isso parece estranho pra você?
MESCAL: Eu fiz gravações para Aftersun pois eu estava em Donegal gravando God’s Creatures. E a primeira gravação que eu fiz foi ouvir uma musica do Blur e fumar um cigarro enquanto dançava mas sem dançar.
JOHNSON: Qual musica do Blur você escolher.
MESCAL: Merda. Fale o nome das musicas e eu serei capaz de te falar qual.
JOHNSON: Song 2. Beetlebum.
MESCAL: Song 2. Foi o que eu fiz. Há muitas de Blur. Aftersun tem uma trilha sonora muito boa
JOHNSON: Eles colocaram Blur na trilha Sonora?
MESCAL: Sim, Tender.
JOHNSON: Eu tenho Tender escrito no meu braço. Oh, não dá pra você ver, tem maquiagem.
MESCAL: [Risadas] Sim, está no filme.
JOHNSON: Oh, é uma música muito boa. O que você fará depois?
MESCAL: Estou fazendo A Streetcar Named Desire em Londres.
JOHNSON: Oh, é verdade. Já começaram os ensaios?
MESCAL: Não. Começarei em um mês, no Halloween.
JOHNSON: Qual a duração?
MESCAL: Iremos até o meio de dezembro, e então terminaremos no inicio de fevereiro.
JOHNSON: Você vai se diverter muito. Qual teatro será?
MESCAL: Sim, estou animado. O Almeida.
JOHNSON: Ah, incrível. Onde Saoirse [Ronan] fez… Como se chama?
MESCAL: Macbeth.
JOHNSON: [Risada] As sim, esse mesmo. Você se lembra de sua primeira cena em um filme?
MESCAL: Você se lembra de minha primeira cena?
JOHNSON: [Risadas] Sim, é claro que me lembro.
MESCAL: Isso está sendo gravado? Eu vou gravar de novo pois é uma história engraçada. Pra todos que estão interessados, eu estava me borrando. Foi em The Lost Daughter, e, por alguma razão, a primeira cena que tínhamos que fazer era eu te beijando. Eu estava tipo “que diabos está acontecendo?”
JOHNSON: Realmente o pior primeiro—
MESCAL: Não, isso é injusto. Eu ficaria ok se isso estivesse acontecendo comigo agora. Mas eu acho que beijar alguém em seu primeiro dia de trabalho, muito menos em seu primeiro trabalho, muito menos sendo Dakota Johnson, você está tipo “ok, ótimo”. Mas você poderia dizer que eu estava nervoso e que você foi excepcionalmente encantadora e gentil. Atualmente, eu acredito que o resultado daqui nos fez próximos. Eu teria te odiado em outro caso, para ser honesto. [Risadas]
JOHNSON: E com razão. Eu realmente sou péssima. A maioria das pessoas me odeiam. [Risadas]
MESCAL: Eu não me senti bonito.
JOHNSON: Eu amo muito isso. Eu amo como essa foi sua primeira cena em um filme.
MESCAL: Ótimo conteúdo.
JOHNSON: É conteúdo, com certeza.
MESCAL: Quando você termina seu trabalho?
JOHNSON: Aparentemente nunca. É um longo. [Risos] Isso é para outra hora.
MESCAL: Com certeza. Eu também quero conversar com você fora de uma entrevista.
JOHNSON: Sim, eu ligo para você. [Risos] E eu vou te dizer a verdade sobre tudo.
MESCAL: Igualmente.
Tradução: Equipe DJBR | Fonte
A estrela também diz que está trazendo ‘coração’ para a produção de sucesso.
Enquanto Madame Web é um produção de sucesso altamente esperada que deve expandir a da no universo Marvel, a estrela principal Dakota Johnson promete que o filme terá “coração” assim como produções menores e mais centradas no drama. Em uma entrevista com nossa própria Perri Nemiroff para Cha Cha Real Smooth, Johnson falou sobre a experiência de fazer uma produção de sucesso depois de tantos projetos independentes, enquanto provocava os indivíduos envolvidos com Cha Cha Real Smooth e Am I Okay? estaria se juntando a ela.
Johnson não é novata com sucessos, tendo feito parte da cinebiografia de Mark Zuckerberg, A Rede Social e da franquia Cinquenta Tons. No entanto, nos últimos anos, a estrela se dedicou a uma série de projetos dramáticos de pequeno escopo, onde ela pode flexionar seus músculos de atuação de maneiras diferentes. É por isso que estamos muito animados para ver Cha Cha Real Smooth quando se trata de cinemas e Apple TV+ em 17 de junho, especialmente depois de assistir Johnson em The Lost Daughter, The High Note e até The Nowhere Inn, todos mostrando a versatilidade que Johnson tem como atriz.
Quando perguntada sobre como se sentiu ao retornar ao jogo de sucesso, Johnson parecia otimista de que sua experiência em projetos de pequeno porte poderia transformar Madame Web em um tipo diferente de filme de super-herói. Nas palavras de Johnson:
“Eu acho que tendo experiência em todos os níveis de filmes eu posso trazer algumas coisas dos pequenos filmes para os grandes filmes que eu quero ver neles, sabe? Eu realmente amo ver filmes em grande escala que ainda têm coração neles.”
Ao falar sobre a produção de Madame Web, Johnson revelou que indivíduos envolvidos com Cha Cha Real Smooth e Am I Okay? estarão envolvido no filme da Marvel. Até agora, tudo o que sabemos é que Johnson fará o papel da personagem-título, uma heroína com poderes cognitivos capaz de ver o futuro. Madame Web também vai estrelar Tahar Rahim, Sydney Sweeney, Celeste O’Connor e Isabela Merced em papéis desconhecidos. A Johnson nos diz:
“Pessoas de ‘Cha Cha [Real Smooth]’ e algumas de ‘Am I Okay?’ estão vindo para Madame Web comigo. É legal. É divertido poder começar a criar uma equipe real de pessoas que fazem filmes.”
Não podemos dizer com certeza se Johnson está falando sobre outros atores ou outros membros da equipe do blockbuster. No entanto, nenhum dos membros do elenco anunciados até agora fazem parte de Cha Cha Real Smooth ou Am I Okay? Madame Web será dirigido por S.J. Clarkson (Jessica Jones, Os Defensores) de um roteiro dos escritores de Morbius, Matt Sazama e Burk Sharpless, então todos os papéis principais na produção do filme também são cobertos.
Madame Web chegará aos cinemas em 7 de julho de 2023.
Por mais de uma década, Dakota Johnson conquistou um espaço distinto em grandes projetos de estúdio (a trilogia Fifty Shades, 21 Jump Street, How to be Single) e um material mais artístico (A Bigger Splash, Suspiria).
Com a louvável estreia de Maggie Gyllenhaal na direção, The Lost Daughter (que está na Netflix), a atriz de 32 anos encontrou um meio termo ideal, estrelando no papel de uma jovem mãe em conflito ao lado da vencedora do Oscar Olivia Colman, a estrela de Chernobyl Jessie Buckley e Paul Mescal, ator de Normal People, entre outros, em um ensolarado psicodrama, que já é um dos favoritos ao MVP (Most Valuable Players Movies). Recentemente, Johnson se encontrou com a EW para um bate papo cheio de spoilers sobre encontrar a irmandade e si mesma, na jornada de The Lost Daughter para as telas.
ENTERTAINMENT WEEKLY: O que você se lembra de seu primeiro encontro com Maggie? Ela disse que tudo aconteceu durante um almoço muito intenso.
DAKOTA JOHNSON: Em minhas experiências como mulher, às vezes você conhece outras mulheres e você as reconhece em algo e vice e versa, e aí você tem essa comunicação não verbal, essa concordância, ou esse tipo de… compreensão. Eu acho. E foi assim. E eu também acho que tinha chegado em um ponto da minha profissão em que eu estava cansada de reuniões falsas, de fachadas e superficiais. E foi exatamente o oposto com ela. Foi muito real e muito humano e o que eu ainda acreditava existir nesta indústria.
O filme foi filmado na Grécia, durante a pandemia e Maggie basicamente encontrou um lugar seguro para que vocês pudessem gravar. Isso deve ter unido o elenco de uma maneira diferente, a situação meio que uma ilha de acampamento de verão.
Sim, eu acho que o tempo todo que se está filmando longe de casa demanda um certo teor de intensidade e camaradagem no seu trabalho e com as pessoas com quem você trabalha. Mesmo que você esteja em Boston ou em Shreveport L.A., ainda assim parece um acampamento de verão. Na Grécia, foi apenas uma versão maior disso. Nós estávamos muito em uma bolha. Foi uma quarentena muito difícil depois que começamos a filmar, e por sorte, nós nos gostávamos bastante, então nós passamos muito tempo juntos. Era apenas o elenco o tempo todo, foi muito divertido e aconchegante… E não havia casos na ilha, então as pessoas estavam realmente vivendo suas vidas lá.
Quando nós nos encontramos há alguns meses, você chamou Maggie de “buscadora da verdade”, e suas parceiras Dagmara Dominczyk e Jessie Buckley disseram que ela era uma “sussurradora de dicas”. Você se lembra de alguma dica particular para Nina que você recebeu?
Falando em Dagmara, tinha uma cena em que Nina foi a [Colman] Leda para agradecer por ela ter achado sua filha, e então Callie [Dominczyc] chega por trás dela e passa protetor solar. E Maggie me deu uma dica para fazer parecer que Nina achasse Callie hilária – tipo, genuína e ridiculamente engraçada. E isso foi algo que eu amei muito. Tipo, Nina a odeia muito, mas também a acha tão divertida pois ela precisa achar pois está presa, sabe? Ela está aprisionada nessa vida, então ela pode ser muito ferrada pela Callie, mas também a acha ridícula.
O personagem de Paul Mescal adverte o de Olivia a ficar longe de você e de sua família, dizendo a ela que “eles são pessoas ruins.” Você acha que ele quis dizer no sentido criminoso ou apenas vagamente não confiáveis?
[Risos.] Eu diria no sentido de criminosos. Eu acredito que eles provavelmente tenham alguns negócios obscuros e algo do tipo, eu acho bacana deixar isso aberto para a imaginação das pessoas.
Como elenco, vocês obviamente passaram muito tempo com roupas de banho, o que provavelmente não é o sonho de nenhuma atriz. Mas não parece ter sido algo desconfortável ou impotente nesse filme por alguma razão.
É uma conversa interessante para se ter, pois definitivamente não é um sonho. Tem a parte disso de tipo “Ai meu Deus, eu vou para uma praia na Grécia e virar uma aberração? Legal.” Mas então, na realidade, há câmeras e pessoas, e isso não é relaxante. A mão da Maggie como diretora era segura, muito nutritiva e não era sobre nossos corpos. Ela falou sobre como, no início do filme, o corpo de Nina foi quase objetificado com os ângulos e distância da câmera – como se ela fosse a personagem de Antonioni, Monica Vitti, mas, então, você mergulha na mente dela. O ponto é, não parecia lascivo, o olho de Maggie. Parecia como se ela estivesse observando e estudando. Eu acho que se fosse o olho de qualquer outra pessoa, poderia parecer perigoso.
Vocês levaram este filme a tantos festivais, e parece um pouco de teste de Rorschach, com quem os espectadores se identificam. As pessoas viriam até você e teriam ideias diferentes de vilões e heróis nesta história ou para quem eles estavam torcendo?
Sim, eu adoro quando os homens, depois de terem visto o filme, aparecem e realmente reconhecem as mulheres nele. Eles são como, “Oh, isso é o que minha mãe era!” ou “Essa é minha tia” ou “Reconheço partes de minha esposa”. Isso é muito legal para mim.
E então eu também experimentei mulheres jovens que realmente não gostam de alguns personagens. E acho muito interessante porque a jornada de ser mulher é mesmo uma jornada, entende o que quero dizer? Em alguns estágios você sabe muito, e de repente você sabe tão pouco, e então você aprende mais. Mas o outro lado disso é que as mulheres se sentem tão vistas e se sentindo menos loucas e menos culpadas, e sentindo que não estão sozinhas em ter sentimentos complicados como mulher ou mãe.
Eu pensei em “Um Mergulho no Passado“ mais de uma vez enquanto estava assistindo, apenas em termos da complexidade do roteiro e da beleza do cenário. O que é definitivamente um elogio, mas não sei se foi semelhante para você enquanto estava fazendo, pode ter sido uma experiência completamente diferente.
Eu posso ver as semelhanças. Eu acho que há muito um cineasta europeu na mente de Maggie – o cinema italiano, o cinema francês realmente falou ao seu coração. A experiência não foi a mesma, no entanto. Esse filme para mim parecia que Maggie me ofereceu sua mão e disse: “Eu vejo você. Eu vejo algo em você que talvez você ainda não veja, mas venha comigo e venha com essas outras mulheres, que são as mais fodas atrizes talentosas e venham nessa jornada conosco.”
E foi um momento de evolução para mim como artista, mas também para mim como mulher. Fiz 31 anos quando estava lá [na Grécia], e foi um momento muito interessante para aprofundar o que realmente é ser uma mulher no mundo.
Em sua mente, você planejou um futuro para Nina? Você acha que ela fica com seu clã e seu homem?
Eu tenho um instinto sobre ela. Você sabe, às vezes há aqueles relacionamentos que prosperam em turbulências, eles precisam do atrito para seguir em frente? Acho que é mais ou menos isso que ela tem com o marido. E o que acontece com Leda no final do filme com o alfinete de chapéu, é Nina sendo mãe, é ela dizendo: “Ah, não, esse é o fim para você. Você não faz isso com a minha família”. É uma proteção, sabe? É primordial.
Eu não sei se algum ator pode dizer que realmente gosta de uma turnê de imprensa, mas o elenco de “A Filha Perdida” parece estar se divertindo melhor do que a maioria.
Não há nada melhor do que fazer imprensa com pessoas que você ama genuinamente, porque às vezes pode ser bastante exposto e difícil. É incrível porque podemos viajar por todo o mundo e estar juntos e conversar com tantas pessoas e experimentar tantas pessoas assistindo ao filme, mas também pode ser muito, sabe? Muita abertura do seu coração.
Então, o que é esse negócio de você dar a Olivia uma tatuagem caseira (stick and poke) depois de uma exibição em Nova York – você apenas anda por aí marcando vencedores do Oscar agora?
[Risos] Sim. Essa é a minha agitação lateral. Mas eu não quero te dizer o que é se ela não disse nada sobre isso! Esse é o corpo dela.
As estrelas de The Lost Daughter e Tick, Tick…Boom! refletiram sobre o peso da fama: “É preciso muito para ser privado agora”.
No quadro Reunited, o Awards Insider apresenta uma conversa entre dois candidatos ao Oscar que colaboraram em um projeto anterior. Aqui, conversamos com a atriz de The Lost Daughter, Dakota Johnson, e com a estrela de Tick, Tick…Boom!, Andrew Garfield, ambos apareceram juntos no drama de 2010, The Social Network.
The Social Network, o drama de 2010 de David Fincher sobre Mark Zuckerberg e a criação do Facebook, permaneceu firmemente na conversa cultural – afinal, a influência da rede de mídia social em nossas vidas e política só aumentou. Mas este ano também trás a oportunidade de celebrar duas de suas estrelas que estão percorrendo o circuito de prêmios: Andrew Garfield, que interpretou Eduardo Saverin, e Dakota Johnson, que, em seu primeiro papel no cinema, interpretou Amelia Ritter.
Johnson, de 32 anos, que passou a liderar a franquia Cinquenta Tons, interpreta uma jovem mãe em conflito em A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal. E Garfield, 38 anos, que vestiu o traje do Homem-Aranha em dois filmes antes de mergulhar em filmes mais complexos como Hacksaw Ridge e Silence, apresenta o melhor desempenho da carreira como o criador de Rent, Jonathan Larson, em Tick, Tick…Boom! de Lin-Manuel Miranda.
Seus projetos atuais não poderiam ser mais diferentes, mas seus caminhos para chegar até eles, desde os primeiros dias de The Social Network até liderar grandes franquias (e o fandom que vem com isso), foram assustadoramente semelhantes. A Vanity Fair reuniu os dois em Los Angeles para uma conversa sobre as filmagens com Fincher, lidar com os holofotes da fama e o “peixe podre” das redes sociais.
Vanity Fair: O que vocês lembram da primeira vez que se conheceram?
Andrew Garfield: Você se lembra de quando nos conhecemos? Nós não tivemos nenhuma cena juntos, obviamente, naquele filme, A Rede Social.
Dakota Johnson: Não, e você e Jesse [Eisenberg] estavam tão ocupados naquele filme, e eu obviamente fiquei nele por quatro segundos, mas passei alguns dias no set apenas assistindo. Lembro-me de sentar com vocês quando estavam almoçando um dia e me fizeram um monte de perguntas. Você foi muito legal – e Jesse não me reconheceu. Ele provavelmente estava no personagem.
Garfield: Oh cara, eu não sei. Sinto que preciso defendê-lo de alguma forma. Talvez houvesse um pouco do Zuckerberg surgindo naquele momento. Ele provavelmente estava sobrecarregado por…
Johnson: Pela beleza.
Garfield: …por sua beleza, sim. Fizemos o filme, mas depois me lembro de te ver em uma festa. Eu acho que foi no Oscar ou algo assim, quando David Fincher não ganhou e ele deveria ter ganhado, e eu lembro de ver você na festa depois, e você estava tão adorável, enérgica e animada para se conectar, e eu senti a mesma coisa.
Johnson: Foi quando – acho que as pessoas ainda fazem isso – mas Mark Townsend, que faz meu cabelo, costumava colocar mechas no meu cabelo para deixá-lo cheio. Nessas festas, eu provavelmente ficaria um pouco bêbada e depois apenas os tiraria e os colocaria nos bolsos das jaquetas dos homens porque eles são tão irritantes e eu encontraria um lugar para colocá-los.
Garfield: Por que bolsos de jaqueta masculina?
Johnson: Porque estão tão disponíveis.
Vanity Fair: Dakota, A Rede Social, em que você tem uma cena como uma estudante de Stanford que passa a noite com Sean Parker, foi seu primeiro papel no cinema. Qual era o seu estado de espírito naquele dia?
Johnson: Filmamos essa cena em um dia, e naquele dia Terrence Malick veio ao set para ver como David estava trabalhando com o digital, e eu fiquei tipo, “O quê?”.
Garfield: Como foi isso, sendo seu primeiro filme e com Malick? Você adiciona o Malick como a cobertura no topo.
Johnson: Foi tão legal. Eu amei.
Garfield: Você entrou nervosa, ou você entrou apenas aberta?
Johnson: Não, eu estava tão nervosa. Antes de gravar qualquer coisa, eu não durmo, e você meio que tem aquela sensação de vazio, nervoso e tremor, mas foi incrível. Foi o melhor.
Garfield: E como foi David com você?
Johnson: Ele era tão gentil e adorável. Como ele foi com você?
Garfield: O mesmo. Eu acho que ele tem essa estranha reputação de fazer as pessoas não irem ao banheiro e então elas têm que fazer xixi em potes no set. Não sei se você já ouviu essas coisas sobre ele? Então eu vim pensando, isso vai ser como trabalhar com algum tipo de capataz, mas eu simplesmente adorei. E as tomadas excessivas não parecem excessivas. Não achei excessivo.
Johnson: Não, nem eu. Ele foi super específico sobre continuidade?
Garfield: Sim. Continuidade física. Mas ele era muito livre com o bloqueio. Houve uma vez em que ele foi didático comigo sobre bloqueio, e foi no momento durante o litígio, no final do litígio entre mim e Jesse, porque essas coisas podem ser bastante chatas porque são apenas pessoas sentadas uma em frente à outra. Houve um momento em que ele foi muito, muito claro que ele queria que eu estivesse olhando pela janela de costas para a mesa e então me virasse em um ponto específico e dissesse algo diretamente para Jesse e depois não piscasse e não quebrar o contato visual com ele pelo resto da cena. Então esse foi o único bloqueio muito didático e específico que ele me deu, e é legal. É ótimo. Eu apenas confiei nele, o que é uma coisa tão difícil de encontrar com um cineasta.
Johnson: Eu acho isso realmente, criativamente, quase libertador, quando você pensa que seria o oposto quando você tem um lugar tão limitado para se mover, mas isso faz muito, eu acho, emocionalmente.
Garfield: Então essa é uma história estranha, e eu provavelmente não deveria dizer isso. Eu fui acidentalmente levado para o trailer de Justin Timberlake de palco, tela e fama de estrela pop – por uns segundos em um dia. E eu fiquei tipo, “Este não é o meu trailer”, e eu vi alguns de seus trabalhos de casa. Eu vi, tipo, um tabuleiro com cartas de sinalização e algumas de suas escolhas e substituições internas e…
Johnson: E você ficou tipo, “Ah, não, eu deveria ir embora”, mas você não foi. Você leu tudo isso.
Garfield: Eu estava tipo, “Oh, eu devo sair e quando eu sair, eu devo deixar meus olhos demorarem o máximo possível”, porque eu quero dizer, é claro, porque está lá e graças a Deus não foi nada ruim. Foi apenas legal.
Johnson: Isso é foda. Eu não posso acreditar que você fez isso. Espero que ele assista a esta entrevista. Na verdade, espero que ele nunca veja essa entrevista.
Vanity Fair: Andrew, na época em que The Social Network estava sendo lançado também foi quando você foi anunciado como o novo Homem-Aranha. O que você lembra dessa grande mudança em sua carreira?
Garfield: Foi quando começamos a promover e falar sobre A Rede Social que eles me deram a notícia de que tudo iria mudar e eu iria de repente estar neste outro mundo que eu senti que era muito estranho e selvagem e todas as coisas que você conhece com sua incursão em sua versão disso.
Johnson: Homem-Aranha? Eu sei muito sobre isso.
Garfield: Não, mas você faz do seu jeito com o filme [Cinquenta Tons de Cinza] com Jamie [Dornan], porque é a mesma coisa em termos de se sentir disponível para o mundo e especialmente com o que você estava passando com aquele filme porque é tão metaforicamente nu. Esta é talvez uma pergunta mais pessoal, mas como você tem limites tão bons em sua vida e com o público para continuar nua na tela, seja literal ou não? Eu sei que é algo que eu penso o tempo todo para me manter sagrado, para manter minha vida sagrada para que eu possa me sentir livre para continuar e continuar me entregando ao meu trabalho.
Johnson: Bem, é preciso muito para ser privado agora, com tanto esforço todos os dias. Você não faz certas coisas ou vai a certos lugares.
Garfield: Faz você se concentrar nas coisas que importam e nos relacionamentos que importam e nas amizades. Vale a pena o esforço, eu acho. Eu preferiria trabalhar muito duro, mas há alguns dias em que eu simplesmente não me importo. No Canadá, há um ótimo lugar, o Repsol Center, que é um grande centro esportivo em Calgary e tem sauna à vapor e mergulho frio, quadras de badminton, tênis de mesa, grandes piscinas. E eu amo esses esportes. Então, às vezes, quando estou no Centro Repsol, se alguém diz: “Ei, você é o cara da coisa?” Eu fico tipo, “Não, eu pareço com ele”, e então podemos ter uma conversa de verdade, mas às vezes eu fico tipo, “Sim. Eu sou e vou desapontá-lo agora.” Você sabe o que eu quero dizer?
Johnson: Por que você acha que iria decepcioná-los?
Garfield: Eu penso em mim e em Tom Hanks. É que eu sei que Tom Hanks é apenas uma pessoa, mas para mim ele é…
Johnson: O herói supremo. Você já o conheceu?
Garfield: Eu conheci, e ele não decepcionou.
Johnson: Não, ele não.
Garfield: Mas muito pelo contrário, eu faria e não de uma forma ruim, não de forma autoflageladora. É mais que eu me permito ser comum, ser uma pessoa.
Johnson: Mas você não acha que isso faria as pessoas sentirem que você é mais fundamentado e mais humano?
Garfield: Muitas vezes, ele faz isso. Se alguém está aberto para eu ser uma pessoa, temos uma conversa adorável, mas há algumas pessoas que não querem isso. Eles querem…
Johnson: Eles querem que você comece a escalar as paredes.
Garfield: Eles querem o Mickey Mouse. Sim, exatamente ou eles querem que você seja amarrado a uma coisa e essa é uma posição injusta para você ser colocado.
Johnson: Com certeza.
Garfield: Eu senti isso fisicamente. Até mesmo brincar sobre isso parece terrivelmente inapropriado.
Johnson: Não é horrível?
Garfield: E lamento que isso tenha se tornado uma coisa com a qual você tenha que lidar de maneira intensa, onde há uma expectativa ou uma imagem na mente das pessoas.
Johnson: Com certeza. Eu acho que, no final do dia, você é um ator atuando. Você está desempenhando um papel. Então, para as pessoas pensarem que talvez seja isso que você é ou para as pessoas pensarem que você tem que ser uma certa pessoa para desempenhar um papel, é tudo uma grande bagunça. Você já ouviu as pessoas que dizem: “Ei, de onde que eu conheço você?” E você fica tipo, “Eu não sei.” E eles ficam tipo, “Bem, você é um atriz. Quais filmes você fez?” E você fica tipo, “O quê? Vou abrir minha página do IMDb? Fazer uma lista de filmes que fiz para que você possa se sentir melhor?”
Garfield: Eu sei. É tão interessante. As pessoas são tão interessantes. Há um benefício que temos ao experimentar isso, porque esse estudo antropológico dos seres humanos e o que parece certo dizer a alguém.
Johnson: Parece que isso vem da insegurança. De tipo, “Eu não quero expor que eu acho que você é ótimo.” O que é uma coisa tão boa de se dizer a alguém é como, “Eu acho que você é ótimo.”
Garfield: Quem não gosta de ouvir isso?
Johnson: Eu sei, mas muitas pessoas não gostam de dizer isso para outras pessoas.
Garfield: Bem, porque se as pessoas estão próximas de seus próprios talentos e estão expressando sua própria vocação ou vivendo em seu destino de uma maneira que parece certa, então acho que as pessoas são muito mais fáceis de dizer: “Ei, oi. Entendo você. Eu gosto disso.” Quando as pessoas estão longe de seus próprios dons e eles podem sentir isso e eles veem alguém que está vivendo de uma maneira que é mais corajosa, ousada ou vulnerável…
Johnson: …Ou até mesmo sincero. Acho que tem tanta gente que nem sabe qual é o seu propósito.
Garfield: Acho que essa talvez seja a principal tragédia da vida moderna. Eu acho que isso me parece a tragédia da revolução pós-industrial onde todos de repente deixaram de ser únicos e ter esse talento talvez mais honrado em quantas unidades você está produzindo e você é um bom produtor e quantas horas você fez? Ah, bom. E quanto você comprou e está contribuindo para a economia? É aquela maneira muito fria e industrial de ver o mundo. Isso me lembra aquele grande poema de D. H. Lawrence, Healing, que não memorizei, mas começa assim: “Eu não sou um mecanismo. Não sou uma série de peças mecânicas”. É um poema muito bonito.
Johnson: Mas você não acha que passamos um pouco disso agora para pessoas onde as pessoas são justas, elas nem percebem que podem ter um único propósito ou um sonho…
Garfield: Propósito único é a maneira perfeita de dizer isso e você está certa porque eu acho que foi tão normalizado viver uma vida de autolimitação.
Johnson: E se tornou tão assustador, eu acho, dizer: “Qual é a minha verdade?” Porque tanto eu penso na verdade de alguém é escrutinado agora.
Garfield: E mantido sob um microscópio. Bem, voltando ao nosso filme em que estamos juntos há muito tempo, é tão bom que as pessoas ainda estejam falando sobre isso porque foi um ótimo filme, mas você acha que tem a ver especificamente ou talvez seja acabou de ser aprimorado por essas tecnologias que cortaram tudo em fatias finas?
Jonhson: Eu quero. Eu não acho que eles necessariamente ajudaram as pessoas, a humanidade. Você acha que a mídia social é principalmente boa ou principalmente ruim?
Garfield: Não sei. Eu me inclino para me livrar dele e acho que muita gente viu O Dilema Social, aquele grande documentário da Netflix, que dizia tudo o que já sabemos, mas acho que de uma forma bem acessível. O que eu acho interessante e isso remonta ao Facebook e Zuckerberg e todos os indivíduos que criaram essas tecnologias e plataformas com as quais a maioria da humanidade agora está interagindo, acho que você pode encontrar a disfunção que é criada a partir dessas tecnologias, Acho que é tudo a cabeça podre do peixe. Então, acho que Zuckerberg é obviamente um homem que lutou para se conectar com as pessoas de uma maneira emocionalmente inteligente e profunda e ele criou uma coisa toda em que toda essa dificuldade que ele experimenta agora está espalhada entre todos. Então, há essa terrível conexão superficial que está acontecendo que está limitando como podemos realmente nos relacionar.
Johnson: Você pode imaginar se a citação de pull, a manchete desta entrevista for: “Andrew Garfield chama Mark Zuckerberg de peixe podre?” [Risos].
Vanity Fair: Nessa nota, vamos voltar aos seus filmes atuais. Ambos são dirigidos por pessoas que também são atores. Como isso afetou sua experiência?
Johnson: Há algo sobre Maggie que é como uma verdadeira atriz que busca a verdade e agora uma verdadeira diretora que busca a verdade que sabe como é ser um ator atuando, especialmente uma mulher, especialmente em uma praia de maiô e fazendo coisas sombrias e pensando e sentindo coisas sombrias. Então, ela criou um lugar realmente seguro para eu e todos fazermos coisas realmente extremas. Isso não é algo que pode ser artificial. Vem de ser genuinamente amado e genuinamente visto pelo seu diretor, o que eu acho tão raro.
Garfield: E isso vem da experiência genuína também e da empatia e do cuidado profundos, que é o maior presente e isso é maravilhoso. Puxa, eu quero trabalhar com ela. Foi o mesmo com Lin. Lin…
Johnson: Acho que ele nunca vai querer trabalhar comigo.
Garfield: Por que você diz isso?
Johnson: Porque eu não posso fazer essas coisas que você fez. Eu fico muito nervosa cantando na frente das pessoas. Você aprendeu a tocar piano?
Garfield: Sim. Aprendi algumas músicas. Ouça, foi um presente porque eu tive um ano para aprender a cantar e aprender piano e aprender a coreografia e estudar o John, para realmente mergulhar nesse homem incrível que viveu e respirou e caminhou entre nós e foi tirado de nós muito jovem aos 35 anos e é uma daquelas raras em que você diz: “Oh, eu gosto de acordar de manhã para isso”.
Johnson: Você passou algum tempo com pessoas que o conheciam?
Garfield: Ah sim, muitas pessoas. Sua irmã, Julie Larson, foi um grande recurso e produtora do filme. Passei um tempo com ela para uma das pessoas que perderam a virgindade com ele. Todo mundo estava fazendo fila ao redor do quarteirão para compartilhar sobre John, porque acho que quando alguém, quando alguém morre, queremos a beleza de manter sua memória viva falando sobre eles e repetindo histórias várias vezes. É como um ritual, certo? Isso mantém o espírito deles aqui conosco, não importa se eles morrem aos 35 ou 80 anos. Então, acho que especialmente com alguém que morreu tão jovem – lembro de sentir isso com Heath [Ledger]. Não sei se você conhecia Heath?
Johnson: Eu não o conhecia.
Garfield: Ele morreu no meio de um filme que estávamos fazendo juntos. E também ele era obviamente um artista tão incrível e um presente para o mundo e acho que o mesmo vale para Jonathan. Era como se a quantidade de pessoas que querem manter seu espírito vivo nos permitisse obter todas as informações e todas as experiências subjetivas que as pessoas tiveram com ele e eu amo isso.
Vanity Fair: Já que você está discutindo a ideia de celebridade por um pouco disso, você pode me dizer um momento em que você ficou realmente chocado?
Garfield: Quando eu vim para Hollywood pela primeira vez quando eu tinha 24 anos e tudo isso era novo para mim e eu fui a uma festa. E eu esqueço o nome do ator, mas um dos Fratelli Brothers [dos Goonies], um dos bandidos estava lá. Ele estava fumando um charuto. Eu tive que me encostar na parede – eu genuinamente desmaiei só de vê-lo e pensei: “Este é o dia mais feliz da minha vida e é isso”.
Johnson: Essa é boa.
Garfield: Você tem um decente?
Johnson: Eu conheci Mel C na outra noite. E eu achei tão legal. E ela era tão incrível e ela estava vestindo, é claro, esse agasalho. E depois eu perdi a cabeça e ela saiu da sala e eu estava tão estranha.
Garfield: Eu amo isso.
Johnson: Mas agora estamos trocando mensagens.
Garfield: Oh meu Deus. Não estou mandando mensagens com o cara Fratelli.
Johnson: Mas você quer?
Garfield: Sim.
Johnson: Isso pode acontecer!
Como uma criança que cresceu em Hollywood, a estrela de A Filha Perdida sempre invejou a responsabilidade adulta.
Em “A Filha Perdida”, estreia na direção de Maggie Gyllenhaal, Dakota Johnson interpreta Nina, uma jovem mãe de férias na Grécia que se torna objeto de obsessão. O filme é baseado em um romance de Elena Ferrante do mesmo nome e segue uma mulher chamada Leda, interpretada de forma ardente por Olivia Colman, cujas interações com Nina a forçam a confrontar memórias de criar suas próprias duas filhas. Embora a história tenha uma reviravolta psicológica sombria, parece que as filmagens, que ocorreram em uma ilha remota no outono de 2020, tiveram a vibração oposta. Para a edição anual de Melhores Performances da W, Johnson conta à Lynn Hirschberg sobre os encontros noturnos do elenco em quartos de hotel, ir fundo com Gyllenhaal e sua infância em Hollywood.
Lynn Hirschberg: Como A Filha Perdida chegou até você? Como você ouviu falar sobre isso pela primeira vez?
Dakota Johnson: Eu li o roteiro que Maggie Gyllenhaal escreveu. E então eu tive uma reunião com ela. Almoçamos tarde em Nova York, no Greenwich Hotel, onde imediatamente fomos, tipo, direto para assuntos existenciais. Eu li com ela algumas semanas depois em uma leitura de elenco.
E depois ela me mandou um e-mail perguntando se eu seria sua Nina.
LH: E você gritou?
DJ: Chorei. Eu não gritei, mas chorei na hora. Isso foi em novembro de 2019, e aí veio a pandemia. Filmamos na Grécia em setembro e outubro do ano seguinte, quase um ano inteiro depois. Fizemos uma quarentena pesada – na Grécia, não foi nenhum sacrifício. Felizmente todos nós realmente nos amávamos.
LH: E vocês festejavam muito, certo?
DJ: Fizemos todo tipo de festa. Tivemos festas de dança; tínhamos festas mais reservadas. Olivia Colman ficava no quarto de hotel na cobertura, que era enorme. Então, nós íamos lá todas as noites, as vezes bebíamos um pouco de vinho e acabávamos jogando jogos realmente estúpidos. Foi louco, surreal, lindo, intenso e tão amoroso. Foi fantástico. Foi um presente.
LH: Com quantos anos você decidiu que queria ser atriz?
DJ: Eu tinha zero anos. Eu mal podia esperar porque cresci no set. Meus pais sempre trabalharam com artistas incríveis, e eu simplesmente adorava. Eu queria tanto fazer parte disso.
LH: Eles te incentivaram ou desencorajaram?
DJ: Eles não incentivaram. Viu como isso deu certo? Mas eu entendo. Eles queriam que eu tivesse o máximo de infância possível.
LH: Quem era seu crush famoso quando você era criança?
DJ: Jonathan Taylor Thomas. Lembro de vê-lo em um aeroporto, e me escondi atrás de uma planta. Não poderia ser mais óbvio que eu estava me escondendo, porque era apenas uma plantinha.
LH: Quando você usou um par de saltos altos pela primeira vez?
DJ: Eu colocava os saltos altos da minha mãe o tempo todo quando era pequena. E eu tinha meu próprio par de Mary Janes de salto pequeno que eu usava todos os dias. Todo dia.
LH: Então, você sempre foi madura para a sua idade?
DJ: Eu estava pronta para ser um adulto. Eu tinha 4 anos e pensei: “Estou tentando comprar uma casa.” Mas também foi relacionado com as coisas simples da idade adulta. Tipo, eu queria ir comprar produtos de limpeza e outras coisas quando eu tinha uns 6 anos. Eu era tipo: “Ok, isso é o que significa ser um adulto.” Isso deve ser uma prova de como minha infância foi anormal. Vou ligar para o meu terapeuta.
Confira a sessão fotográfia da Dakota para a W Magazine em nossa galeria.