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A narradora e produtora do documentário “The Disappearance of Shere Hite” está fazendo parte do trabalho de sua vida promover o bem-estar sexual.

“Oi. Como vocês estão?

Dakota Johnson acabou de se conectar ao Zoom, juntando-se com a diretora Nicole Newnham para falarem sobre a atual parceria “The Disappearance of Shere Hite”, um documentário revelador sobre o pesquisador sexual cuja jornada de pesquisador independente para sensação midiática a paria cultural seguiu melancolicamente a um familiar arco americano de excitação, celebridade, misoginia um falso esquecimento.

O trabalho mais famoso de Hite “The Hite Report” foi publicado em 1976, resultado de uma pesquisa com milhares de mulheres sobre os mais íntimos – e até agora não contado – aspectos de sua vida sexual, desde como elas se masturbavam a agonizante inseguranças e solidão. Enquanto promovia seu livro, Hite, que morreu em 2020 aos 77 anos, foi agraciada com uma combinação da era mente-aberta dos anos 70 e a fascinação maliciosa. Quando ela ousou desafiar as noções do orgasmo vaginal – insistindo que a estimularão do clitoris era mais efetivo em trazer o prazer feminino – ela foi alternadamente ovacionada, envergonhada e, por ultimo, marginalizada.

Quando Johnson chega ao Zoom, no entanto, ela não quer falar sobre Hite, mas sobre sobre sexo com S maiúsculo – especificamente, o Museu do Sexo em Miami, o qual ela passou 20 horas em um breve passeio. A amostra da exibição é chamada de “Superfunland” referência ao clássico filme “Attack of the 50 Foot Woman”, e “um castelo inflável feito de peitos”.
Johnson foi ao museu como investidora e diretora co-criativa da companhia de bem estar sexual Maude, patrocinadora da próxima exibição “Modern Sex: 100 years of Design and Decency”, o qual aborda a invenção e a comercialização de um século de produtos de saude sexual – incluindo uma copia original do “The Hite Report”.
“A exibição é realmente linda”, Johnson diz a Newnham, “e é meio subversivo, você acha que está vendo a historia sobre sexo, conselhos e advertências mas quando voce vai embora pensando ‘Bom, acho que chegamos longe mas chegamos realmente tão longe assim?’”

Esta é a questão precisa levantada por “The Disappearance of Shere Hite”, que Newnham percebeu depois de ler o obituário de Hite entitulado “Shere Hite: Ela explicou como as mulheres tem orgasmos – e foi odiada por isso”.

“Eu meio que cai da minha cadeira”, lembra Newnham, que co-dirigiu em 2020 “Crip Camp: A Disability Revolution.” “Eu estava simultaneamente me sentindo ultrajada por aquela manchete e fazendo uma viagem no tempo, para quando eu tinha 12 anos e li ‘The Hite Report’ no baú de cabeceira da minha mãe. O livro, ela diz, a convidou para um mundo de “mulheres falando abertamente de sua sexualidade de um jeito que não faziam em outros tempos. Ou, pelo menos, eu não fazia antes.” Isso se tornou “esse baú de tesouros que eu carregarei comigo o resto da minha vida.”
Quando Newnham leu o obituário de Hite, ela diz, “isso me levou a essa toca de coelho imaginando como ela fez o trabalho? Quem era ela? Quem era essa pessoa impossivelmente glamurosa na foto? Como ela criou a si mesma? E qual foi a natureza da retaliação contra ela?” (Depois de suas exibições teatrais acabar, “The Disappearance of Shere Hite” estará disponível para venda em 9 de janeiro.)
Newnham diz que se aproximou de Johnson para fazer a voz de Hite no filme “por conta de atriz maravilhosa que ela é.” Mas, ela acrescenta, direcionada a Johnson, “você tem uma qualidade que me lembra Shere – força e uma feminilidade descarada, e o jeito que você tem navegado em sua presença publica em relação a sexualidade e todas as coisas espinhosas e difíceis que isso traz a tona em um patriarcado.” (Obrigada Johnson, ela diz baixinho.)
O que Newnham não sabia antes era que Johnson ja havia considerado fazer o projeto sobre Hite através de sua companhia de produção, TeaTime Pictures. “Descobrir que você ja amava Share, e que ela ja estava pronta e já era uma figura que você queria celebrar e elevar, você não tem noção do quanto eu estava emocionada,” Newnham lembra. “Porque significa que você se aprofundaria nisso e traria algo que estava fora das minhas capacidades de realmente imaginar no papel. Hite foi assumidamente uma figura teatral, uma auto dramatizadora que se vestia com roupas românticas e fantasiadas e aproveita ao máximo seus looks pré-rafaelitas. Em “The Disappearance of Shere Hite,” Johnson não tenta uma representação vocal de Hite. Ela entrega uma performance muito mais interior, intima e vulnerável.

“Depois que gravamos, eu senti que aquilo que faltava era como ela falava com ela mesma,’ Johnson explica. “E aquilo parecia como uma pessoa inteiramente diferente de conhecer. Eu senti como se eu tivesse experimentado um pedaço de ser expulsa publicamente ou ser mal falada publicamente. E eu não posso imaginar que voz de fora que você ouve dela é totalmente diferente da voz interior que ela tem consigo mesma.” Uma das coisas mais impressionantes sobre “The Disappearance of share Hite” é como a beleza e a aceitação do glamour de Hite operaram em sua vida, fazendo simultaneamente com que ela fosse de uma figura irresistível a alguém que era subestimada intelecto e academicamente consistentemente. Sua aparência era ao mesmo tempo sua moeda e seu maior risco.
“Eu identifico,” diz Johnson rindo.

Quando pedi pra ela falar mais, ela responde “Não sei mais o que dizer.”

HIte sabia “como se usar e usar seu corpo”, Johnson diz, mas isso trouxe um espirito investigativo que ela instintivamente compartilhava. “Eu entendo que posso usar meu corpo, rosto e voz – ou tanto faz – como uma ferramenta para o meu trabalho,” ela diz. “Mas quando eu tinha 23 anos e fiz a audição para ‘Fifty Shades [of Grey],’ eu estava curiosa sobre isso. Eu estava tipo, ‘que dinâmica interessante entre duas pessoas jovens.’ Aquilo era realmente no que eu estava focada, era essa dinâmica sexual, essa dinâmica poderosa, quão profundo o amor muda e molda essas coisas.”

Não passou despercebido a Johnson, 34, que ela faz parte de uma linhagem histórica profundamente entrelaçada com as atitudes restritivas e contraditórias de Hollywood em relação à sexualidade: sua avó, Tippi Hedren, falou sobre a perseguição que sofreu nas mãos do diretor Alfred Hitchcock, e sua mãe, Melanie Griffith, estava a um passo de ser uma musa semelhante para Brian de Palma. Johnson foi dirigida por uma mulher – Sam Taylor-Johnson – em seu papel de destaque em “Fifty Shades of Grey”, sobre uma jovem mulher explorando um romance sadomasoquista com um solteiro rico. Desde então, ela diz, seu trabalho vive rodeado de dinâmicas ao redor de sexo, relacionamentos, poder e autoconhecimento. “Agora estou começando a sentir que isso é parte do trabalho da minha vida,” a atriz diz. “Bem estar sexual, conhecimento, sexualidade feminina, direito das mulheres, direito de reprodução feminino. Isso é parte do trabalho em minha vida que eu estou aqui pra fazer.”
“Eu cresci ouvindo que meu corpo era sagrado e lindo e especial a precisava ser protegido e preservado,” Johnson completa. “Eu acho que é tão importante se disponibilizar a falar sobre sexo e nossos corpos e sexualidade e liberdade de gênero, sem medo, sem qualquer tipo de estigma, e ainda nos mantermos sagrados e com nossos corpos seguros em alto nível e nos mantermos preciosos. E talvez, essa é uma forma de amor próprio.”

Ainda assim, Johnson está ciente de que o discurso ainda ocorre num contexto social que pode não ser tão esclarecido. Visto através de uma lente, um castelo inflável feito de seios é divertido e estimulantemente direto; por outro lado, faz parte de um hábito antigo e duvidoso de reduzir as mulheres às suas partes fetichizadas.

Embora seu assessor diga que ela precisa ir, Johnson insiste em ficar para lidar com a questão. “Eu entendo a ideia de como um castelo inflável de peitos é objetificar as mulheres,” ela diz. “Mas também é realmente lindo. E é como um mundinho pequeno tivesse sido feito. Então você pode olhar pra isso de varias maneiras diferentes.” Ela hesita. “Eu posso ver como o que eu estou dizendo pode ser tornar um pesadelo pra mim em um clique, mas… eu acho que penso que há formas para as duas coisas existirem.”
Newnham se anima. “Acho que isso é parcialmente como fomos apressadas a pensar num julgamento dolorido sobre a sexualidade,” ela diz. “Por isso é tão importante que [Hide] estivesse la fora em talk shows dizendo palavras como ‘estimular o clitoris – não para ser profana, mas apenas para não deixar dolorosamente escondido. Aquela foi uma das coisas mais avassaladoras para mim, o fato de que aquelas conversas estavam acontecendo nos anos 70 nas notícias noturnas e que agora não estão acontecendo.”

Johnson, por exemplo, gostaria de mudar isso. “É tipo lutar, lutar e lutar, essa jornada de entender a sexualidade e relacionamento entre as pessoas,” ela diz, acrescentando que ate aquele momento, quando ela estava no Museu do Sexo, ela se pegou perguntando: “Talvez é porquê eu tenha um senso de curiosidade aliada a uma coragem ao redor disso. Eu não me sinto envergonhada ou com medo de perguntar ou questionar mais. Então comecei a aceitar isso.”

Quanto à questão levantada anteriormente por Johnson, sobre se chegámos tão longe, “The Disappearance of Shere Hite” levanta-a sem a resolver.

“Eu acho que é uma questão das pessoas que assistirem a isso,” Johnson diz. “É tipo: ‘aqui estão os fatos. Aqui está a historia. O que você acha? Pois eu acho que chegamos bem longe. E eu acho que também não chegamos, por várias vezes. Assim como estou sentada aqui pensando, ‘como serei criticada pelo que estou dizendo nesta entrevista?’”.
Ela ri, mas o receio é real. E compreensível. Ainda assim, se as mulheres continuarem permitindo que o medo, a ambivalência e protegendo a si mesmas de censurar a verdade, onde está o progresso nisso? “Vamos nos absolver,” Johnson diz brilhantemente. “Nós três neste encontro no Zoom. Vamos nos absolver disso hoje. Podemos deixar isso ir.”
“Isso seria ótimo,” Newnham diz.
“E se alguém vai aguentar a pressão, serei eu.” E com isso, Dakota Johnson saiu da reunião.

Tradução: Equipe DJBR | Fonte

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