Dakota Johnson é exatamente como você — dominada por escolher tudo, sem saber o que assistir, pesquisando no Google “o melhor da Netflix…” Ou talvez, ela esteja operando num modo insatisfeito perpétuo até que ela se dê conta que não precisa de outras pessoas lhe dizendo o que assistir, ler ou ouvir. “Eu tenho gostos muito específicos”, ela me diz da sua casa em L.A., onde ela tem se refugiado desde que as regras de distanciamento social entraram em vigor. “Eu sei o que eu acho que é bom, vale a pena e é profundo. São as coisas que tem honestidade e integridade, um sentimento de encanto por trás da narrativa, prestando bastante atenção aos detalhes.” São esses tipos de produtos culturais que Johnson espera promover através da sua produtora, Tea Time, lançada no último outono com a amiga dela ( ex–executiva da Netflix) Ro Donnelly — “Eu roubei ela,” Johnson alegremente explica. “As ideias para Tea Time foi permitir que as pessoas experimentassem, o que achamos ser brilhante, hilário e instigante.” A produtora tem inúmeros projetos em desenvolvimento, mas devido a quarentena do coronavírus, muitas dessas coisas foram colocadas em prazos incertos. Atualmente, no entanto, Johnson e Donnelly estão lançando listas de Top 10 de suas coisas favoritas para se assistir (em stream), e no início de cada mês, suas coisas favoritas para ler e eventos de arte para se “visitar”.
As listas são um serviço, mas também são cartões de visita para a Tea Time. “Nós queremos transmitir a mensagem de que temos um gosto totalmente específico, mas esse gosto não se limita a um determinado tipo de gênero.” Johnson diz que ela quer que a Tea Time seja aquele tipo de lugar que abraçaria um jovem escritor mergulhando seus dedos no mundo da roteirização. Isso parece ser um modelo mais transparente de desenvolvimento de filmes e TV, é algo natural e não moldado: “Essa maneira apenas pareceu natural para nós,” diz Johnson. “Produtoras são frequentemente vistas apenas como grandes fábricas que produzem conteúdo. É incerto como a indústria será quando tudo isso (coronavírus) acabar. Mas precisamos apoiar artistas com ideias semelhantes.”
Essa é uma atitude que ela parece explorar naturalmente. Quando eu a perguntei sobre “aquele que escapou” — o livro ou artigo que alguém adquiriu antes que ela pudesse — ela responde rapidamente, mas graciosamente. “Antes mesmo de nós começarmos a produtora, me mandaram o manuscrito de My Year of Rest and Relaxation, da Otessa Moshfegh, eu estava simplesmente perplexa por ele.” Mas, ela continua, “Margot (Robbie) está fazendo esse filme, e é perfeito para ela.”
Fonte | Tradução: Natália