2017 começou com o pé direito para quem ama Dakota Johnson! A atriz é a capa da Vogue US na edição de fevereiro, esteve com outras 10 talentosas atrizes na edição anual de Hollywood da Vanity Fair e agora é a vez da capa da Glamour, edição de março. Na entrevista, ela fala sobre Cinquenta Tons, como será sua vida depois do fim da franquia, sua amizade com o ator Jamie Dornan, entre várias outras coisas. A revista colocou em suas páginas alguns outtakes de Dakota para o ensaio promocional de Cinquenta Tons Mais Escuros, e os scans já estão em nossa galeria. Confira-os após a entrevista completa traduzida.
“A melhor forma de descrever meu relacionamento com Jamie [Dornan]…”Dakota Johnson começa, hesitante, “é da única que eu não consigo. Veja bem, ele é, ele é…” Como um irmão? “Ele é como um irmão!” ela vacila, soltando uma risada baixa. “Quer dizer, nós nos provocamos constantemente, e sempre estamos brincando. Eu confio nele, eu o amo e venho tentando encontrar uma forma de colocar esse relacionamento em palavras, mas, de verdade, eu acho que é o mais próximo de um relacionamento entre irmãos. Ainda assim, eu não posso dizer isso, posso?”
É uma questão complicada, reconhecidamente, com todas as brincadeiras sem roupas, as palmadas, os açoites e os usos ingênuos de fita adesiva que o par concedeu nas telonas ao longo dos anos – desde quando foram ambos escalados na versão cinematográfica do mega sucesso de E. L. James, Cinquenta Tons de Cinza. Não é bem o típico relacionamento entre irmãos, é? Não é também o que eu esperava ouvir. Afinal, desde o dia que as gravações da trilogia se iniciaram, as fofocas oscilaram violentamente entre o tórrido caso que Dakota estava supostamente tendo com seu co-star casado e (mais recentemente) o ódio profundo que o dois supostamente sentiam um pelo outro. A verdade é muito menos escandalosa, mas muito mais divertida, e a atriz de 27 anos, filha de Melanie Griffith e Don Johnson, leva um minuto para parar de rir. “Mas sério, nós tivemos sorte: no momento em que eu conheci Jamie, há alguns anos, tivemos essa sensação de que, de alguma forma, as coisas dariam certo entre nós.” A química elusiva que nós tanto ouvimos falar? “É: é como se ambos estivéssemos ouvindo a mesma música. Então, para nós, deu tudo certo – e graças a Deus. Você consegue imaginar estar naqueles filmes com alguém que é uma porcaria? Porque, nesse ponto, Jamie e eu estamos tão acostumados com o outro que não é nem desconfortável mais, apenas exaustivo. É mais um caso de: ‘Bem, aqui vamos nós de novo!’”
Eu conheço várias mulheres que ficariam felizes de experimentar a marca de exaustão chamada “simular sexo por sete horas seguidas com Jamie Dornan”, mas Dakota soa genuinamente cansada, e quando a última cena da trilogia se encerrou em julho de 2016 (Cinquenta Tons Mais Escuros e Cinquenta Tons de Liberdade – que não será lançado até 2018 – foram gravados simultaneamente), a atriz declarou que “deixou para trás.” “Não é que os filmes me fizeram desgostar do tema completamente,” ela explica, quando perguntei se ela está em uma dieta de sem-cenas-de-sexo. “Mas eu estou pronta para fazer outras coisas. E talvez serão [projetos] sensuais, ou talvez serão o oposto. Mas eu sei que estou pronta para seguir em frente.” Ninguém pode culpá-la. Afinal, foi há três anos que Dakota colocou os equipamentos de BDSM pela primeira vez para interpretar a estudante iminentemente corruptora Anastasia Steele ao lado do corruptor-chefe de Jamie, Christian Grey, e com a trilogia agora completa, a atriz se sente “estranha falando sobre isso agora.” “É como se eu estivesse em outro planeta.” Ela explica. “Ou 40 anos mais velha, de repente. Porque eu segui tanto em frente desde que os filmes foram feitos, e o trabalho que eu fiz desde então é completamente diferente, então é meio bizarro. Mas eu acho que essa é a glória de fazer filmes: toda essa diversidade.”
Quando o público dos dois lados da lagoa lotar os cinemas em noite do Dia dos Namorados – logo após que Cinquenta Tons Mais Escuros estreia mundialmente dia 10 de fevereiro – ele vão querer saber como Christian consegue ganhar Ana de volta, se o relacionamento deles pode mudar de excêntrico para baunilha, se é realmente possível ter o maior orgasmo da existência em um elevador cheio – e se sim, como conseguir isso sem que a senhora ao seu lado direito note. Mas eles também podem se perguntar, como eu fiz durante o primeiro filme, onde a atriz corajosa o bastante para pegar um dos papeis mais controversos da história cinematográfica no início de sua carreira estará daqui a 10 anos. E se ela consegue imaginar uma hora em que pensará: “Eu queria não ter feito aqueles filmes.”“Isso vem em ondas,” ela diz quietamente – e fico surpresa por sua honestidade. “Mas esse projeto não será minha ‘canção do cisne’. Ele colocou minha vida em um caminho pelo qual não planejei passar, mas eu sinto orgulho dele. E os filmes me permitiram fazer tantos projetos diferentes e viajar muito. No fim, Cinquenta Tons me colocou em um mundo em que eu realmente queria estar.”Devido ao seu talento (a diretora de Cinquenta Tons de Cinza, Sam Taylor-Johnson, ficou mesmerizada com a breve aparição de Dakota em A Rede Social, descrevendo-a como “uma ladra de cena”) e sua linhagem (não só seus pais são dois dos atores mais respeitados em Hollywood, mas sua avó é Tippi Hedren, estrela de Os Pássaros, de Alfred Hitchcock), Dakota teria encontrado seu caminho naquele mundo de um jeito ou de outro. O conselho de sua mãe sempre foi de “ir atrás daquilo que faz seu coração bater mais rápido,” ela me conta, “e, na maioria das vezes, esses projetos são, como Cinquenta Tons, os mais inconvencionais, controversos e difíceis de alcançar.” Difícil para a família dela assistir também, devo pensar? Os pais dela assistiram a qualquer um dos filmes? “Eles não assistiram,” ela admite, “porque é uma coisa tão complicada. É muito desconfortável para eles. É uma coisa um filme ter uma cena de sexo, mas com essa franquia, uma grande parte dela é o arco do relacionamento sexual dos dois, e eu acho que é um pouco inapropriado para minha família assistir. Mas foi pela parte emocional de Ana que fui mais atraída. A transformação que ela passa nos filmes – e o quanto a exploração de sua sexualidade e força interior a transforma de uma jovem mulher para uma mulher crescida.”
Seria fácil desenhar paralelos com o próprio arco emocional de Dakota nos últimos anos. Em filmes recentes (particularmente no drama Chloe and Theo [2015], e How to be Single [2016]), ela mostrou o aço por baixo da fragilidade na superfície que ainda está lá quando você a conhece. Ela pode afirmar que é capaz que andar pelas ruas sem ser notada (“Eu sou daquelas que anda por aí como uma pessoa invisível. As pessoas literalmente dão de cara comigo, e sempre foi assim”) mas a fama da noite pro dia que Cinquenta Tons trouxe à Dakota ensinou muito a ela: nomeadamente, não se pode tentar ser alguém que você não é – algo que ela descobriu quando viu que estava se tornando um pouco super zelosa no Instagram.“Porque ali estava eu e aquilo estava me fazendo sentir explorada – só que por mim mesma. Eu estava literalmente me explorando,” ela diz com uma risada. “Eu me senti tão crua e vulnerável, e foi tudo culpa minha. É por isso que eu não acho que preciso oferecer informações minhas para estranhos. Eu não poderia me importar menos com o que as modelos estão fazendo no Instagram. Eu faço filmes porque essa é minha paixão, e as pessoas podem interpretá-los como quiserem, mas qualquer outra coisa é demais para mim.”
Dakota me diz que ainda tem inseguranças a serem resolvidas. Ela está trabalhando em conquistar sua auto-dúvida que ainda “toca como uma orquestra no volume máximo toda vez que piso em um set – mesmo se eu sei que sou capaz que fazer aquele papel.” E ainda assim, dentro dos últimos três anos, Dakota, de certa forma, encontrou tempo para montar sua própria companhia de produção e começar a trabalhar em três projetos diferentes – “um sobre esterilização eugênica e a Suprema Corte” – mas isso é só o começo, ela me assegura. “Há algumas histórias que ouvi falar ou li sobre, e estou ansiosa para transformá-las em filmes. O ótimo é que agora eu não preciso esperar alguém me falar que algo é possível – eu mesma posso fazer acontecer.” A campanha de Jennifer Lawrence destacando o desequilíbrio entre os gêneros em Hollywood foi uma inspiração para ela, Dakota diz, e se não tem o bastante de protagonistas sólidas mundo afora, “Eu mesma farei esses filmes,” ela dá de ombros. “Porque Hollywood é brutal para caramba, e se você quiser ver os filmes que quer ver, e ouvir as histórias que quer que sejam contadas, você mesma tem que faz isso. Todo mundo está atrás de números em bilheteria: quer dizer, quantos filmes de super-heróis eles ainda vão fazer? Então, eu acho que ser capaz de criar minhas próprias histórias é o fogo por baixo da minha criatividade – e aquilo vai provavelmente acabar sendo o fator que mais mudou minha vida depois de Cinquenta Tons.”
Espera aí um pouco. Concordo completamente com a igualdade dos gêneros em todas as indústrias, mas eu ouvi falar que a maior mudança em sua vida foi uma nova – e completamente estética, claro – apreciação pelo mundo dos brinquedos sexuais? “Ah, algumas daquelas coisas são tão lindas!” ela concorda. “Quando começamos a gravar Cinquenta Tons, aquele mundo não era interessante para mim de forma alguma, e eu descobri logo que ele tem todas essas camadas. Algumas coisas são realmente desagradáveis, e tem brinquedos que são lindos, chiques e complexos. Na verdade, grandes aspectos do mundo do BDSM são realmente lindos.” E estou assumindo que, assim como Ellen Degeneres, que cobriu a atriz com coisas excêntricas de última qualidade quando ela apareceu em seu programa em 2015, todos os amigos e fãs agora mandam para ela tiras de corpo de pele de cobra, chicotes premium de cabelo de cavalo e mordaças de couro de patente? “Estranhamente, isso não aconteceu de forma alguma,” Dakota ri. “Ou talvez essas coisas estão sendo entregues em outro lugar?” Talvez. Talvez a garagem de sua empresária é atualmente o lar da maior coleção de brinquedos sexuais em Hollywood? “Com 10, 000 vibradores dentro! Talvez você esteja certa.”
Nosso tempo acabou, e tem uma última pergunta – uma pergunta que talvez era cedo demais para Dakota responder no programa da Ellen em 2015 – que quero fazer. Devido ao seu status de solteira, os homem agora a acham muito intimidante para se aproximar? “Eu ainda não consigo dizer…” ela pensa. “Eu não acho que sou uma pessoa muito intimidante, então acho que qualquer um que tirasse um tempo para falar comigo perceberia rapidamente o que sou.” O que é…? Dakota parece surpresa pela questão, apesar da resposta ser evidente. “Bem, apenas uma boba.”
SCANS > 2017 > GLAMOUR UK
Fonte | Tradução: Laura M.