Dakota Johnson me contou sobre quando ela soltou os cachorros em Johnny Depp, direcionando um punhado de palavrões ao pobre homem que fez o ar ficar azul. Felizmente, para Depp, foi em um filme. Johnson estava se preparando para gravar um momento crucial no poderoso filme Black Mass, no qual ela interpreta Lindsey Cyr, esposa de comunhão de bens do gângster brutal de South Boston James ‘Whitey’ Bulger, interpretado por Depp. O diretor Scott Cooper se ajoelhou do lado da atriz de 26 anos e falou com ela ao decorrer da cena.
Ela e Depp estão em uma sala de espera no hospital, onde seu filho está sendo tratado de uma doença grave. “Ele disse: ‘Você pode estar perdendo seu bebê. E seu parceiro virou as costas para você, fazendo disso sua culpa! Apenas vá!'” ela lembra. “Eu soltei todas as profanidades que eu aprendi na vida — e algumas que eu não sabia que havia aprendido,” ela ri. “Bulger vai e volta à sua vida, mas seu menino é sua vida. E eu imaginei a raiva que incendiaria uma mulher que estava sendo culpada pela doença do filho.”
Para mim, aquele momento provou que Dakota não será definida apenas pelo papel da submissa Anastasia Steele, a personagem que ela interpreta (do lado de Jamie Dornan) na saga de sexo e sadomasoquismo Cinquenta Tons de Cinza, um sucesso de bilheteria do inicio do ano. (Ela começará a filmar a segunda parte da trilogia, Cinquenta Tons Mais Escuros, no começo do próximo ano.)
“Lindsey era jovem, mas, de alguma forma, ela é tão velha e tão cansada. Eu acho que ela abriu mão de tudo por Bulger e seu bebê. É bem comum para uma mulher em South Boston conhecer um homem, ter um bebê e abrir mão de seu trabalho porque o pai ia sustentar. Mas, eu imagino, se seu marido estava envolvido em crime organizado, haveria uma parte de você que se perguntaria se ele voltaria a entrar por aquela porta novamente.”
Isso é tudo um mundo à distância da vida de Dakota. Seus pais são os atores Melanie Griffith e Don Johnson. Seu padrasto é Antonio Banderas. E sua avó é a heroína de Hitchcock, Tippi Hedren — que comanda um santuário cheio de leões e tigres.
“Eu fui trazida à um ambiente onde eu estava exposta à coisas que eram emocionantes e coloridas — e, às vezes, sombrio e assustador,” ela me conta. “Minha família nunca é tediosa,” ela adiciona, secamente. Sua avó mantém leões e tigres em um santuário na Costa Oeste. Dakota amava crescer em volta destes animais selvagens, uma experiência que ela achou útil. “Sim, é verdade que há gatos grandes em Hollywood para estar ciente, também,” ela diz, notando que consegue cuidar de si mesma. Se ela quer fugir das grandes feras e tudo mais, ela visita uma galeria de arte ou, se tiver mais tempo, vai até à cabana de sua mãe, no alto de uma montanha em Colorado, acompanhada de seu cachorro, Zeppelin. “Foi onde eu cresci, onde eu fico em paz. É um lugar bem distante de tudo e eu posso voltar para o meu corpo.”
Fonte | Tradução: Laura Melo