Filha de Don Johnson e Melanie Griffith, seu destino era acabar no mundo da atuação. Dakota ganhou fama por seu papel em Cinquenta Tons de Cinza. Não tem nada a ver com os projetos prestes a serem lançados.

Depois de um ano envolvida em um turbilhão midiático que a fez ganhar fama com seu papel em Cinquenta Tons de Cinza, Dakota Johnson mal teve tempo de descansar do seu sucesso. Ela está ansiosa para se provar em filmes sérios, onde seu trabalho pode ter prioridade em relação ao frenesi da mídia que a trouxe para a luz. Ela tem uma postura natural quando o assunto é popularidade. Lógico, depois de ter vivido a vida toda com a atenção que vem de ser filha de Don Johnson e Melanie Griffith e crescer com Antonio Banderas sendo seu padrasto.

No entrando, em seu outro projeto, A Bigger Splash, ela interpreta uma mulher completamente diferente. Lá, Dakota divide a conta com Tilda Swinton, Ralph Fiennes e Matthias Schoenaerts. Preparado para ser lançado no Reino Unido em fevereiro, esse filme é um remake de La Piscine (1969), do diretor Jacques Deray. Dirigido por Luca Guadagnino, o filme dá à Johnson a oportunidade de mostrar sua ótima sensualidade como Penelope, um objeto de desejo que acompanha seu pai Harry (Fiennes), um produtor musical, em uma viagem para a Sicília para visitar sua ex-amante Marianne (Swinton), uma estrela do rock que está se recuperando de uma cirurgia em suas cordas vocais.

Aos 26 anos, Dakota no momento não está namorando. Na conversa, ela é muito reflexiva mas pode ser indecisa e tímida às vezes. Ela teve uma vida relativamente livre de escândalos, apesar de crescer com pais famosos, e ela diz: “Quando os acontecimentos se tornam estranhos, o estranho se torna profissional,” é um slogan criado pelo falecido Hunter S. Thompson, que era amigo de seu pai, Don Johnson.

Você cresceu em uma família de atores e todos eles tiveram carreiras cinematográficas significantes. Você sente que está começando a própria carreira?
Dakota Johnson: É um começo. Eu decidi seguir os passos dos meus pais e eles se preocupam, porque querem que eu estabeleça minha própria identidade no negócio. Eu tentei conseguir bons papeis onde eu possa ser julgada apenas por minha performance.

Seus pais te ajudaram a lançar sua carreira como atriz?
Dakota: Eu sou muito grata por ter o apoio da minha família. Eu acho que herdei, dentre outras coisas, o gênio forte de minha avó (Tippi Hedren) e minha mãe. Mas, eu aprendi muito com o meu pai e meu avô.

Foi difícil estar no centro do interesse da mídia este ano?
Dakota: Meus pais me ensinaram a ficar longe de tudo que é escrito sobre mim e nunca deixar que me afete. Eu tento deixar quieto.

Filmes como Black Mass e A Bigger Splash são projetos que você procura para te evoluir como atriz?
Dakota: Não é todo dia que você tem a oportunidade de trabalhar com atores como Johnny Depp, Tilda Swinton e Ralph Fiennes. Elas são pessoas com quem você vai aprender muito, eles te ajudarão a se tornar melhor no que faz. Eu também tenho muita sorte de colaborar com diretores como Scott Cooper, com quem sempre quis trabalhar porque amo seu trabalho. Também fiquei comovida com a ideia de estar com Luca Guadagnino, que acreditou em mim, e nós tivemos uma atmosfera muito boa no set de A Bigger Splash.

Como foi estar no Venice Film Festival, onde ambos os filmes foram lançados?
Dakota: Eu fiquei realmente sobrecarregada com a arquitetura da cidade. Eu queria ter passado mais tempo passeando por Veneza. Mas, a atmosfera é incrível e me fez pensar que, um dia, eu faria um filme de época e imaginaria como a vida era no século XVI, por exemplo.

Em A Bigger Splash e, obviamente, em Cinquenta Tons de Cinza, você ficou nua. Você pareceu bem relaxada naquelas cenas.
Dakota: Eu nunca tive problema em ficar nua em filmes, porque é parte do meu trabalho. Eu sempre me senti confortável com meu curpo, eu o uso para me expressar e para interpretar os personagens que eu preciso dar vida. Meus pais tiveram a mente aberta e me ajudaram a sentir confortável quando o assunto era como eu me via e meus problemas com minha aparência. Eu acho que ajuda se você tiver uma boa imagem de si mesma. É essencial estar confortável quando filma aquelas cenas, sempre e quando não são livres ou de mau gosto.

Em Black Mass você interpreta uma mulher que tentar fazer o possível para lidar com a vida ao lado de um mafioso como marido enquanto cuida de seu filho. Como você abordou a personagem?
Dakota: Ele a via como uma mulher que está em uma situação difícil, você quer dar ao seu filho uma vida familiar saudável, embora eles estão cientes que, provavelmente, entram na vida do pai que é ligado com o crime organizado. Ela sabe o que é certo e errado e o que iria querer para seu filho. Ela tentar ensinar valores, mas é muito complicado com o pai que ele tem: um homem muito energético e carismático que o ensina que não tem problema bater nas pessoas se elas fazem algo ruim com você.

Foi interessante ser parte de uma grande história criminal como esta?
Dakota: Eu estava fascinada pela forma que essas pessoas se consideravam foras da lei e desfrutam do desafio de quebrar as leis e desafiar autoridades. Embora sejam criminosos, eles são personagens fortes com personalidades muito distintas e tem seus próprios valores na vida. O que faz desse trabalho realmente interessante, do meu ponto de vista, é que as mulheres do filme são muito fortes. Elas ficavam de pé em frente de homens com caráteres fortes e elas eram uma parte importante da história.

O que atrai uma mulher a um homem como Whitey Bulger, um mafioso que tem esse terrível lado sombrio?
Dakota: Homens assim, com uma personalidade muito forte, fazem que tenham mulheres atraídas a eles porque são muito fortes e carismáticos. Essas são duas qualidades muito atraentes.

Você, Dakota Johnson, poderia ser atraída por alguém como Whitey Bulger?
Dakota: (Risos) Não, eu prefiro alguém que seja legal e respeitoso comigo. Alguém que você possa se divertir na vida.

Você tem algumas cenas muito intensas em Black Mass. Tem uma em particular, com Johnny Depp, que irá surpreender o público e dar o que falar. Como foi essa experiência, estar do lado de Depp?
Dakota: Essas cenas foram muito complicadas, porque são emocionalmente intensas. Eles são os tipos de momentos que você realmente quer como um ator. Mas, você se preocupa em ser convincente nessas cenas. Quando eu li o roteiro eu sabia que seria um momento poderoso e intenso. Mas, Johnny é tão bom que é um luxo poder trabalhar com ele. Ele faz tudo muito mais fácil. Para que o público se situe quando forem ver o filme, eu falo sobre as cenas que Whitey mostra um lado dele mesmo que não mostraria a ninguém a não ser ela.

O que você pode nos dizer sobre seu papel em A Bigger Splash?
Dakota: Eu intepreto uma jovem que está no processo de descobrir sua sexualidade. Penelope é muito inteligente, mas possui uma estranha conexão com o mundo à sua volta e tenta se descobrir através dessa sexualidade que ainda não está muito clara.
Ela não sabe quem é, portanto, tem a habilidade de manipular os outros e brincar com as emoções das pessoas. Ela tem um lado retorcido que pensa que é divertido agitar as coisas. Penelope está em uma fase da vida dela onde está brincando com diferente ideias do que ela é e o que ela quer ser. É uma garota, de certa forma, ainda em processo de se tornar uma mulher.

Nós iremos ver algumas de suas tatuagens em Penelope?
Dakota: Nós decidimos não escondê-las, porque Penelope, como eu, se arrepende de decisões feitas no passado que não podem ser mudadas. Quando eu era bem mais nova, eu não percebia o quão precioso meu corpo era. Nessa história, Penelope ainda não está ciente de quão preciosas são algumas coisas na vida e o quanto outras coisas que você faz possuem consequências permanentes. As tatuagens são uma forma de expressarem essa ideia.

Vocês puderam aproveitar também a tranquilidade enquanto estavam filmando em Sicília.
Dakota: Eu passei verões na casa da minha família em Aspen, Colorado. Eu tenho tantas lembranças boas daquela época da minha vida… especialmente todo natal, maravilhoso, quando toda a família se reunia lá. Sicília é, obviamente, um lugar muito diferente, mas te faz sentir que está em um ambiente muito isolado e a vida é muito mais relaxada e simples. Eu fiquei impressionada com a beleza da paisagem.

Você disse no passado que gostaria de morar em seu próprio rancho no futuro.
Dakota: Eu adoraria poder me estabilizar em um lugar e criar meus filhos em Colorado ou em um lugar parecido. Eu cresci rodeada por animais e eu quero ter vários animais do jeito que minha avó teve, apesar de que talvez não os leões ou tigres que ela ainda tem. Eu fico com os cavalos e porcos.

Como foi trabalhar com um diretor italiano e gravar um filme em Sicília?
Dakota: Foi estranho porque eu entrei no filme bem depois e eu não tive muito tempo para começar minha interpretação no papel como eu gostaria. Luca e eu tivemos incríveis conversas sobre isso. Penelope não tem experiência de vida o bastante para entender tudo que está tentando assimilar. Ou para tentar encaixar nos adultos à sua volta e que, por sua vez, possuem vários problemas complexos circunscritos. Eu tentei me comparar com Penelope e eu encontrei similaridades interessantes.

E quais eram elas?
Dakota: (Risos) Eu não vou falar! Isso fica para mim, para minha privacidade.