Com uma série de páginas em destaque e o estouro evidente latino-americano que Dakota tem feito, a revista mexicana “Revista V” nos trás muitas curiosidades sobre a atriz, tratando de assuntos como sexualidade em sua participação em Cinquenta Tons de Cinza e seu mais novo curta-metragem “Vale“. Leiam tudo a seguir:
É difícil não criar expectativas sobre uma atriz cujo nome está na boca de todos e que no último filme que participou — Cinquenta Tons de Cinza — passou uma grande parte do tempo de calcinha. Dakota Johnson (Austin, Texas, 1989) chega para dar a entrevista no porão da antiga fábrica da Estrella Damn em Barcelona do terraço, onde há uma celebração para brindar o êxito de Vale, o curta de Alejandro Amenábar para a campanha de verão que Johnson protagoniza com Quim Gutiérrez. Me levanto para recebê-la. Anastasia Steele, suponho. Ao natural — se pode-se chamar assim seu cuidadíssimo aspecto — parece mais jovem do que na tela, sua pele é extraordinariamente brilhosa e em seu rosto se destacam olhos de cor cinza-azulado. Para despertar seu interesse deixei sobre a mesa um exemplar de “La Venus de Las Pieles”, mas ela nem viu.
A atriz está vestida e penteada como para um remake de O Grande Gatsby; um traje de cor creme com alças finas deixa descoberta uma boa parte de seu corpo e me permite observar uma série de tatuagens: andorinhas em um ombro, inscrições no braço, no tornozelo. Consigo ler uma frase em latim, mas diante de uma garota assim, meu latim enfraquece. Hm… “Acta non verba”! Fico hesitante em um momento sobre beijá-la nas bochechas, mas logo percebo que todo mundo faz isso. Ela coloca sua mão para a frente, mas ao observar minha decepção, e com grande cortesia, toma a minha entre as suas em um gesto muito cordial. A pergunto sobre o curta.
“Tem sido uma experiência extraordinária”, responde. “Amenábar é uma pessoa tão tranquila, agradável e com tanto talento… Admiro muito seu trabalho. Me sinto sortuda de ter sido parte desse projeto”. Tem algo de Rachel, sua personagem em Vale, em sua personalidade? “Devido ao cinema, eu viajo muito. Conheço o estilo de vida Mediterrâneo e nisso somos diferentes. Rachel está experimentando isso pela primeira vez. E eu nunca havia visitado Ibiza.” E o que está achando? “Maravilhoso! Acho que na alta temporada deve ser muito divertido.” Aproveitando sua animação, pergunto se ela conseguiria gostar de um cara desajeitado e quieto como Víctor (Quim Gutiérrez). “Sim. Por que não?”, responde ela com um sorriso encantador. Ela gostaria de fazer um filme com Amenábar? “Totalmente! Tenho muita vontade de rodar mais alguma coisa com ele.”Na filmografia de Johnson há outro curta-metragem: All That Glitters, dirigido por Bret Easton Ellis, o autor do best-seller “Less Than Zero”, uma interessante conexão, sugiro: a história fala de dois jovens privilegiados no mundo do cinema e televisão de Los Angeles. “Eu li o romance”, disse ela bem séria. “Não me relaciono nem um pouco; minha vida não é e nunca foi assim. Não cresci como uma privilegiada. Mesmo que minha família fosse muito conhecida, desde menina tenho um estilo de vida bem normal.” Procuro não arquear muito as sobrancelhas e troco de assunto: é uma graciosa coincidência que ela tenha feito um comercial de cerveja e sua avó, Tippi Hedren — a mãe de sua mãe Melanie Griffith — descoberto Alfred Hitchcock em um anúncio de bebidas. “Não tinha pensado nisso”, volta a sorrir. “Sou muito próxima da minha avó. Conversamos muito. Ela é minha mulher favorita no mundo.” Ainda tem seu zoológico particular? “Ah, sim. Tem 60 tigres e leões e um guepardo com 3 patas”, explica, refletindo o espanto de uma criança. “Mas são muito perigosos e não se relacionam com humanos”. Ela lhe dá conselhos como atriz? “Às vezes. Em situações diferentes. A admiro muito, ela tem tanta classe.” Parece que ela sufoca um bocejo assim que lhe pergunto, para recuperar sua atenção, como é ser uma das atrizes mais conhecidas do mundo, atualmente. “Oh, obrigada”, responde lisonjeada. “Não me sinto assim, não tenho essa sensação. Me considero alguém muito simples e normal. Minha vida é muito normal. Fico continuamente assustada e grata diante disso tudo.”
Dakota Johnson confessa sentir uma grande afinidade com Jane Birkin no papel de Penélope, a jovem que vem complicar a vida de Alain Delon e Romy Schneider no filme de Jacqued Deray: “La Piscine”, interpretada no remake “A Bigger Splash”. “Oh, sim, me identifico, também na vida real. Ainda que tenhamos uma abordagem diferente no filme, minha personagem é mais psicótica.”
Como lida com o sucesso? “Com a máxima dignidade que posso. É algo muito estranho, sua vida mudar de repente e as pessoas que não te conheciam, conhecerem agora.” Olho para o chão, o que me permite observar seus chamativos sapatos azuis. “Mas também entendo que devo estar muito agradecida”. Teve a sensação de ter sido muito exposta com Cinquenta Tons de Cinza? “Sim, às vezes. Mas também não sei que outro tipo de filme teria me feito tão popular”. Ela afirma que não tem medo de ser condenada ao papel de Anastasia Steele. “Não acho que aconteça. Tenho pensado em fazer todo tipo de filme.”
Ela fez uma versão cinematográfica de uma obra de Shakespeare: Cymbeline. “Tem sido uma das experiências mais gratificantes da minha vida. Li muitas obras de Shakespeare. É formidável interpretar qualquer de seus personagens. Tudo que ele escreveu é incrível. Tem uma história dentro de cada história”.Como é a vida no clã? Dakota Johnson sorri de novo. “Minha família é muito exótica. Temos momentos muito interessantes.“ Quem a influenciou mais, sua mãe ou seu pai? “Os dois, por igual.” Mas como atriz mais a Melanie, certo? “Na verdade, não”.
Afirma não ter um estilo específico de papel, “depende do papel”. Como vejo que olha ao redor perguntando silenciosamente as horas, entro a fundo. Como vai a relação com Antonio Banderas atualmente? “Boa”.
Ela diz que Cinquenta Tons mais Escuros começará a ser filmado em janeiro. Onde ela acha que reside o sucesso da história? “Na estranha mistura de coisas secretas (as relações sexuais pouco convencionais) e no fato de que as pessoas gostam de ver algo que normalmente é muito particular, com personagens que elas podem se identificar.” Assenti, pensando no quanto a minha coleção de gravatas se parece com a de Christian Grey. A atriz adora a comparação do filme com “Nine 1/2 Weeks“. Ambas têm um ponto de vista sobre o sexo limite. “Sim, em um filme só se pode ir até um certo ponto. Os livros de E. L. James, por outro lado, são uma visão romântica dessa relação, mas, na realidade, não sei do que estou falando, já que nunca experimentei esse tipo de coisa”. E agora, desenvolveu algum interesse por sadomasoquismo? “Investiguei bastante. Bem, na realidade eu li muito sobre isso”, declara. “A sexualidade é muito importante. Tanto importante quanto interessante”.
E o que gostaria de fazer no futuro? “Um personagem de história em quadrinho.” Digo que, com esse look, ela se parece com a Betty Boop. “Mesmo? Adoro essa personagem! Minha mãe também, ela vai ficar muito animada quando eu falar isso pra ela!”
Fonte | Tradução: Nicole Fernandes