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Que amor! ? Recentemente, Dakota entrevistou sua avó, Tippi Hedren, para a edição de dezembro da revista Vogue UK, a qual foi capa em fevereiro deste ano. Confira abaixo a entrevista traduzida e os scans logo após:

Dakota Johnson parece estar em um leve estado de choque ao se aproximar da casa de sua avó, Tippi Hedren, na Reserva Shambala – casa de leões e outros gatos grandes que Hedren fundou nos anos 70 na região selvagem de Los Angeles, escreve Tim Walker. É a primeira vez que Johnson visita desde que houve um incêndio na propriedade no verão norte-americano, deixando fileiras de troncos de árvores carbonizados próximo às jaulas.

“É tão estranho para mim,” ela diz, olhando para a cena apocalíptica atrás do volante de seu Audi SUV. Ainda assim, os gatos e a casa de Hedren permanecem ilesos, e a atriz de 86 anos recebe sua neta parecendo equilibrada e elegante como sempre, usando uma blusa preta, estampada e sem manga, e um simples colar de diamantes dado por sua filha, mãe de Johnson, Melanie Griffith – o elo ausente nessa dinastia da atuação em três gerações.

Johnson cumprimenta Hedren com afeição a chamando de Mormor, palavra sueca para “vovó”. Usando uma camiseta branca, jeans azuis e um cinto da Gucci, a estrela de Cinquenta tons de cinza, 27 anos, entrega os presentes que ela trouxe: uma bolsa de mão da Marc Jacobs e óculos de sol. “Esses são ótimos! Eu deixei o outro [óculos] na casa de sua mãe,” Hedren, diz, os experimentando – e mostrando, enquanto faz isso, suas longas unhas douradas. A antiga (e famosa) loira de Hitchcock, hoje possui cabelos grisalhos e curtos.

O gato de estimação de Hedren, Johnny Depp, perambula pela cozinha. Ele não pode sair para fora de casa, para o caso de chegar perto de uma das jaulas dos gatos maiores, a mais próxima, casa de uma tigresa de 13 anos chamada Mona,  estando a 3 metros da sala de jantar, que não está à vista quando Hedren e Johnson se sentam para almoçar. “Eu não tenho olfato e paladar mais, então não me importo com comida,” diz Tippi. “Eu tive duas quedas e bati minha cabeça no mesmo lugar, o que afetou meus nervos olfativos. Aconteceu há mais de 10 anos atrás.” “Mas você ama chocolate…” diz sua neta. “Sim, mas isso é porque eu amava chocolate antes. É perigoso não poder sentir cheiros, no entanto, porque não posso inalar fumaça. Tive que ter os aparelhos à gás removidos da casa!”

Foi com Noel Marshall, o segundo de seus três esposos, que Hedren passou grande parte dos anos 70 fazendo seu filme Roar. O seu projeto de paixão compartilhada – frequentemente referido como “o filme mais perigoso já feito” – Roar teve como destaque 150 animais selvagens não-treinados. Cerca de 70 membros da equipe, incluindo Griffith e Hedren, foram feridos durante a produção, o que levou à criação da Reserva Shambala.

A própria casa é um lar móvel, na qual Hedren adicionou várias extensões ao longo dos anos. “Eles a trouxeram sobre rodas,” ela diz. “Eu nunca vou esquecer do dia que ela desceu a colina.” Dentro, as paredes estão cheias de fotos de sua família e dos gatos grandes da Shambala, enquanto as prateleiras estão cheias de livros que refletem suas múltiplas carreiras: livros sobre moda, sobre a África e seu estilo de vida selvagem. Agora, Hedren colocou suas memórias juntas em seu próprio livro, um memoir que começa na sua infância e na sua carreira de modelo nos anos 50 em Nova Iorque.

Dakota Johnson: Mormor, como a senhora começou a modelar?
Tippi Hedren: Eu estava andando pelas ruas de Minneapolis quando tinha 18 anos, e uma mulher me parou, me deu seu cartão e disse: “Você poderia dar isso à sua mãe e pedir para ela te levar para a loja Donaldson? Nós gostaríamos que você modelasse em nossos desfiles nos sábados de manhã.” Eu pensei, que divertido!

DJ: Eles tinham desfiles toda semana?
TH: Sim. Nós vivíamos em um subúrbio chamado Morningside, e todo sábado eu ia para a cidade. As roupas eram bem anos 40: saias xadrez com suéteres de caxemira, meias que iam até o tornozelo e mocassins. Era fofo.

DJ: O que está usando hoje?
TH: Minha blusa não é de nenhuma marca cara mas é bonito. Sua mãe me deu o colar. Os brincos de pérola os tenho há anos. Eu raramente perco as coisas, então se não quebram eu fico com elas. Meu estilo é meio elegante e simples. Nada chocante, nada extravagante.

DJ: A senhora já havia ido à Nova Iorque antes de se mudar para lá?
TH: Eu trabalhei em Minneapolis por um bom tempo, mas Nova Iorque estava sempre dizendo “Yoo-hoo!” Nova Iorque é o lugar para estar se quiser ser uma modelo. Eileen Ford, da Ford Models, me disse para mandar à ela minhas fotos, o que eu fiz, então ela me ligou para dizer, “Venha para Nova Iorque.” Eu tinha dinheiro o suficiente para ir para lá, e fiquei sentada em um trem por três dias! E então o suficiente para me manter por uma semana no Barbizon Hotel for Women.

DJ: Parece The Bell Jar! Como foi chegar em Manhattan pela primeira vez?
TH: Eu estava morando em Minneapolis, então não estava com medo de estar em uma cidade. Mas até então, não acho que já tive medo de alguma coisa, realmente. Modelos de Nova Iorque eram chiques, metódicos, profissionalistas. E eu não sou muito alta. Mas Nova Iorque foi divertido, eu estava aprendendo muito sobre roupas e absorvendo o que podia. Eu não sei quantos ensaios fotográficos para capas de revistas eu fiz, especialmente para a Seventeen. Eu ainda tenho um baú cheio delas.

DJ: A senhora sempre foi afiada em moda? Quais eram seus sonhos quando era nova?
TH: Eu queria ser uma patinadora – há 10 mil lagos em Minnesota – mas meus pais não tinham dinheiro suficiente para me colocar em aulas. Eu costumava assistir às lições dos meus amigos, então iria a um dos pequenos lagos da vizinhança, e praticava e praticava.

DJ: Sua mãe apoiava a senhora modelando?
TH: Sim. Nós éramos Luteranos, e nossos pais ensinaram para mim e minha mãe morais fortes, e eu senti que pudesse lidar com qualquer “situação” que viesse – e eu lidei. Lidei com muita coisa. A primeira coisa que fiz quando cheguei em Nova Iorque foi procurar uma igreja Luterana próxima de onde eu morava. Em Los Angeles, eu ensinava sobre religião domingo.

DJ: Como conheceu Pop-Pop [avô de Dakota, Peter Griffith] em Nova Iorque?
TH: Me pediram para fazer um papel pequeno na TV, e Peter era um dos atores.

DJ: Não podemos escapar de atores na nossa família. Estão em todo canto.
TH: Eles ainda estavam saindo da carpintaria. Nós estávamos trabalhando em um set com um palco e eu caí e machuquei minha canela, e Peter veio para me salvar, sendo assim como tudo começou.

DJ: Como foi quando a senhora descobriu que estava grávida?
TH: Estava animada. Nós vimos para a Califórnia e fomos para o México, nos casando um anos e meio depois de nos conhecermos.

DJ: Não é diferente de como minha mãe e meu pai [ator Don Johnson] se casaram pela primeira vez. Talvez eu deveria continuar com a tradição e me casar secretamente com um homem semi-adequado? Se não funcionar, caso de novo com outra pessoa!
TH: Peter e eu tivemos outro casamento em uma igreja Luterana em Long Island. As fotos são muito fofas: eram como duas crianças se casando. Ele tinha 19 anos e eu 22.

DJ: E mamãe se casou aos 18 anos. É melhor eu por a mão na massa! Quantos anos mamãe tinha quando a senhora se casou com Noel [Marshall, segundo esposo de Hedren]?
TH: Ela ainda era uma garotinha.

DJ: Ela ainda é uma garotinha.
TH: Ela sempre será minha garotinha. Mas ela cresceu para ser uma mulher poderosa e magnífica.

DJ: Mamãe tinha 14 anos e papai 22 quando eles se conheceram e se apaixonaram, e aí acabou. A senhora não ficou muito feliz com isso, ficou, Mormor?
TH: Não! Aqui está esse jovem ator, o mais charmoso e bonito possível – ele tinha tudo. E minha garotinha envolvida com aquilo? Era pedir demais. No entanto, ela é muito intencional. Ela casou em segredo, também…

DJ: Em Las Vegas.
TH: Eu lembro exatamente onde estava quando descobri. Nós tínhamos um telefone na parede do lado da escadaria na nossa casa e eu recebi essa ligação: “Oi, mamãe! É Melanie. Estou com Don. Adivinha? Acabamos de nos casar!” E eu gritei: “Ah, não!”

DJ: Somos todas teimosas. Quantos anos a senhora tinha quando parou de modelar?
TH: Trinta e um. Eu modelei por mais tempo do que muitas modelos por aí. Eu estava ficando mais velha, então eu comecei a fazer comerciais de televisão. Eu recebi uma ligação numa sexta-feira, dia 13 de outubro de 1961, de um homem perguntando se eu era a garota do comercial da Sego e eu disse, “Sim, por quê?” Ele disse que alguém estava interessado em mim, mas não podiam me dizer quem. Finalmente, admitiram que era Alfred Hitchcock que queria assinar um contrato comigo. Estar sob contrato com Hitchcock era excitante. Mas quanto mais tempo levava, mais controle ele queria. E nós não somos aquele tipo de pessoa – não controlamos bem.

DJ: Não mesmo. Não nesta família. O quão drasticamente e rapidamente o relacionamento mudou?
TH: Foi um período longo de tempo, o que me permitiu fazer Os Pássaros e Marnie. Mas quando as demandas de Hitchcock se tornaram insuportáveis, eu disse que queria quebrar o contrato. Suas últimas palavras para mim foram: “Eu vou arruinar sua carreira.” Eu disse: “Faça o que tiver de fazer,” e bati a porta na cara dele. E eu realmente bati! Ele me manteve sob o contrato por dois anos, me pagando $600 dólares por semana. Ele era tanto miserável quanto um bastardo ruim.

DJ: Tudo é tão público agora. Não há muito espaço para ser sorrateiro ou imoral.
TH: Ele era mestre nisso. Houve um tempo que ele queria me fazer sentir ciúmes, então contratou outra modelo e a colocou sob um contrato. Quando perguntei quem era, ele disse: “Claire Grisworld.” Eu disse: “Claire? Ela é uma grande amiga minha! Trabalhamos juntas em Nova Iorque! Mal posso esperar para vê-la!” Ele ficou desanimado porque não fiquei verde de inveja. E então do nada ela foi embora porque ele disse que ela não poderia ter filhos enquanto estava sob contrato com ele.

DJ: Mas a senhora foi ao funeral dele?
TH: Fui, porque conhecia os dois lados daquele homem: o que ele fez, e quem ele era na indústria cinematográfica ficará na memória para sempre.

DJ: Como foi trabalhar com a costumier Edith Head?
TH: Trabalhar com a Edith foi maravilhoso para mim. O que eu aprendi com ela mais do que tudo era como ela manipulava brilhantemente os produtores e diretores em amar o que ela fazia. Ela os fazia pensar que as ideias dela eram deles. Eu fiquei cansada sim daquele traje verde que usei em Os Pássaros; eu tinha seis deles! Mas em Marnie, o vestido branco que usei quando fui pega roubando [no filme] era meu favorito. Eu senti que tinha 1,80m o vestindo.

DJ: Como se sentiu quando ficou famosa? A senhora era reconhecida na rua?
TH: Em algumas ocasiões havia pessoas correndo atrás de mim na rua. Acho que o fato de eu ter uma imagem elegante significava que todos me tratavam assim, o que era legal. Eu aprendi a nunca sair sem colocar rímel.

DJ: A senhora me ensinou como colocar rímel. Acho que meus cílios são seus.
TH: Acho fabuloso que você e Melanie são atrizes. Eu não sugeri isso à ela; ela só veio até mim um dia e disse: “Mamãe, eu vou estar em um filme!”

DJ: Eu cresci nos sets. Pensei, “Isso é o trabalho deles; isso é no que eu vou trabalhar.” Você já se apaixonou com algum de seus colegas de elenco?
TH: Não.

DJ: Nem um pouquinho?
TH: Talvez com Sean [Connery], um pouquinho. Mas eu disse para mim mesma: “Tippi, não se envolva.” E não me envolvi. Ele era um ótimo cavalheiro. E provavelmente falaram para ele: “Você não vai tocar na garota.” Isso é o que Hitchcock diria. Trabalhar com Charlie Chaplin foi incrível. Eu estava livre do meu contrato com Hitchcock quando recebi a ligação para A Condessa de Hong Kong. Charlie dirigiu por encenar todos os nossos papeis diferentes. Marlon [Brando] queria sair porque ele era totalmente contra seu método de atuação. Para ele, ter Charles Chaplin fazendo seu papel era insultante. Mas eu amei: achei maravilhoso ver Charlie. Marlon e eu nos divertimos. Ele achou que devíamos ter um caso, e eu disse: “Bem, eu não acho que vai acontecer.” Eu não faço isso com meus protagonistas masculinos.

DJ: Então, Neil foi seu primeiro leão?
TH: Sim. Seu dono era Ron Oxley, que estava encarregado de achar os animais para Roar. Durante um ensaio fotográfico para a revista Life, Neil saltou sobre o corrimão do patamar e bateu na mesa de jantar. Sua perna superior bateu no meu prato e tudo da mesa caiu sobre mim. As taças de vinho… tudo! Eu considerei os de estimação primeiro, mas quando chegamos aos filhotes de leão – ah, Deus, eles eram tão fofos! Mas, cara, você não pode arriscar em quando esses instintos vão surgir. Um dos leões me mordeu na cabeça quando estávamos filmando para Roar.

DJ: Mormor, a senhora fez tantas coisas em sua vida – o que ainda quer alcançar?
TH: Eu só espero para o que vai acontecer em minha vida. Eu sou conduzida em direções que eu acho mais e mais interessantes ao passar dos anos. Fico maravilhada olhando para trás em quais portas foram abertas para mim e as que eu escolho passar.

Fonte | Tradução: Laura M.

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